Quarenta e Seis - Uma história de amor

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  À tarde, Amanda me acompanha enquanto levo a bolsa com minhas coisas de volta para o apartamento. Isso mesmo, lá vou eu de novo. Não sei se ainda é uma boa ideia voltar, já que a relação entre mim e Hyun mudou. E também houve a confissão de Seo Jin... Mas além de ter sido um pedido de Linda, eu não tenho mais para onde ir, pois não sou mais uma universitária.

  Linda nos atende com um sorriso de orelha a orelha e depois de me ajudar a arrumar as coisas no quarto, ela nos deixa a sós para conversar.

  — E então? Como se sente voltando a morar aqui? — pergunta Amanda, se jogando na cama como se fosse dela.

  — Normal, estou acostumada.

  — Também! Olha só para esse quarto, é maravilhoso! — exclama, gesticulando para tudo a nossa volta. — Será que Park Seo Jin não precisa de uma motorista?

  — Acho que não. — Dou risada.

  Ela ri também, então se senta perto de mim com a expressão cheia de malícia.

  — Mas não seria má ideia ter mais uma garota aqui, já que agora é correspondida. — Estreita os olhos. — Quanto mais gente por perto melhor.

  — Amanda! — Dou uma cotovelada nela, sentindo o rosto pelar. — Seo Jin e Linda moram aqui também.

  — Relaxa Bia, só estou te irritando.

  Suspiro, nenhum pouco relaxada.

  — Na verdade, isso me preocupa — admito — Ele flerta comigo o tempo todo na DCA, quem garante que não fará o mesmo em casa?

  — Sério? Mas qual é o problema em ser paquerada pelo crush?

  Lanço a ela um olhar bem sério antes de responder.

  — Você já se apaixonou antes? Sabe como é sentir o coração criar vida própria toda vez que uma determinada pessoa se aproxima? E pior, em um ambiente em que é terminantemente proibido os indivíduos terem qualquer relação amorosa?

  Ele franze a testa, pensativa.

  — Eu já me apaixonei sim, mas não em uma situação tão complicada.

  — Pois então, é muito bom... — Suspiro novamente.  — Mas também é uma merda.

  Ela ri outra vez.

  — Entendi seu ponto, espero que aguente firme então. Fighting!

  Isso não ajuda nenhum pouco, mas é melhor rir do que chorar.

  Depois Amanda precisa ir embora, então a acompanho até a saída. Antes que ela possa abrir a porta, porém, Hyun entra por ela, nos surpreendendo.

  — Beatriz? O que você... — Ele se interrompe, a ficha caindo. — Você se mudou?

  — Sim — respondo, tímida.

  Ele não diz nada, mas estica os lábios num sorriso de tirar o fôlego. Depois ficamos nos olhando como se o tempo tivesse parado, até que Amanda me dá uma cotovelada, me lembrando de sua existência. Hyun limpa a garganta e a cumprimenta a contragosto. Ele não vai muito com a cara da Amanda e posso dizer o mesmo da minha amiga.

  — Annyeonghaseyo — responde ela, se curvando.

  Saímos para o corredor e Amanda me encara com espanto assim que fecho a porta atrás de nós.

  — Amiga você está ferrada.

  — Hã?

  — Você tem razão — diz, pondo a mão no coração. — Se o cara que eu gosto sorrisse para mim desse jeito, eu provavelmente infartaria! — Então bufa, claramente aborrecida por Hyun ter lhe causado essa reação.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora