Quarenta e Quatro - Ninguém importante

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  Depois do almoço, Hyun me leva até um parque onde se aluga bicicletas e me convida para andarmos.

  — Ficou louco? E se alguém reconhecê-lo? — pergunto, pensando no que houve na casa de banho.

  — Não se preocupe, eu vim preparado.

  Ele se estica até o banco de trás para pegar uma sacola. Então retira dois bonés pretos de dentro dela e estende um deles para mim. 

  — Eu não sou famosa, por que está me dando isso?

  Hyun limpa a garganta antes de responder:

  — Só achei que ficaria bonito em você. — E mantém os olhos grudados no painel à frente, enquanto coloca o dele.

  Admiro seu perfil, me lembrando de quando ele se vestiu assim para irmos a casa de banho. Parece que faz tanto tempo, mas na verdade passaram-se apenas algumas semanas. Em questão de semanas eu me apaixonei perdidamente por esse ser humano. E o mais impressionante, é que ele também se apaixonou por mim. Existe exemplo melhor para a frase "o mundo não gira, mas capota?" Balanço a cabeça, negando, me sentindo muito feliz com isso. É então que percebo alguns detalhes no boné de Hyun que são idênticos ao meu.

  — É um item de casal! — afirmo, eufórica.

  — Sério? Nem tinha reparado.

  Não consigo conter o sorriso largo que surge em meus lábios. Visto o boné e olho no espelhinho do carro para ajeitar o cabelo, toda animada.

  — É lindo Hyun, obrigado.

  Me viro para ele a tempo de ver seu sorriso satisfeito.

  — Vamos?

  Ele assente, mas não se mexe.

  — Tem mais um — diz do nada, pegando outra sacola e a colocando no meu colo. — Está um pouco frio, então pode usar agora se quiser.

  Franzo a testa, mas Hyun sai do carro antes que eu veja o que há dentro. Então me deparo com um belo moletom branco e começo a rir. É igual ao dele, exceto pelo fato desse ser feminino. Owunt tão fofo! Claro que visto o moletom, mesmo sabendo que não está frio coisa nenhuma. E dai? Se tivermos que morrer de calor para seguir uma tradição coreana tão romântica, assim será! Acabamos nos divertindo muito andando de bicicleta, até um fã reconhecer Hyun e termos de ir embora correndo. Calor a gente aguenta, mas o fandom não dá!
 
  Depois decidimos ir em outro parque para caminhar, mas eu começo a passar mal do estômago, o que deixa Hyun preocupado.

  — Você está com indigestão — conclui, depois de checar meus sintomas. — Por que tinha que comer tanto?

  Encolho os ombros, indicando que não adianta me dar bronca agora.

  — Então é mesmo possível ter indigestão por comer muito! Quando via isso nos doramas, achava que era frescura — comento, me encostando no banco no qual paramos para descansar.

  — Espere aqui, vou até o carro e já volto — diz ele, se levantando.

  Alguns minutos depois vejo-o voltando, segurando algo muito pequeno nos dedos. Não preciso enxergar para saber o que é. Imediatamente me levanto, os olhos arregalados.

  — O que é isso? — pergunto, dando passos para trás conforme ele se aproxima.

  — Vou fazer você melhorar, vem aqui.

  — Ah, mas de jeito nenhum que você vai furar meu dedo com essa agulha! — declaro, me afastando mais.

  — Beatriz... — Hyun anda cautelosamente em minha direção, mas eu começo a correr para longe.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora