Trinta e Três - Raiva

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  A semana passa rápido e embora eu esteja amando fazer faculdade na Coreia, não imaginava que seria tão corrido. E para mim é duas vezes mais corrido, visto que não sou muito boa em estudar. Mas algo que me ajudou muito foi saber falar coreano. É verdade que ainda tenho dificuldade para ler e escrever, mas pelo menos consigo falar fluentemente. Ser uma dorameira viciada me serviu de alguma coisa, afinal. Mas você deve estar se perguntando, o que decidi estudar? Recentemente desenvolvi um interesse muito grande pela psicologia, então acabei escolhendo essa área. Eu, Beatriz Miranda, uma dorameira kpopper, Youtuber e presidente de um fã clube, cursando psicologia na Coreia do Sul. Quem diria!

  — Bia o que vai fazer no domingo? — pergunta Amanda, assim que saímos da aula de coreano, a qual somos obrigadas a fazer por sermos estrangeiras.

  Penso um pouco e bufo ao me lembrar que no domingo haverá o evento de caridade, o qual fui chantageada a participar.

  — O que foi? — pergunta minha amiga, notando meu descontentamento.

  Eu decidi não contar para Amanda sobre a chantagem de Eun Cha, até mesmo porque a culpa do que aconteceu é toda minha, então quero lhe dar com isso sozinha.

  — Domingo não poderei sair com você, tenho que fazer muitos trabalhos para a próxima semana.

  — É mesmo? Tem certeza de que não é por causa desses machucados? — pergunta, apontando para o meu rosto que ainda exibe as marcas da briga.

  — Claro que não.

  — Que bom, pois eles estão quase sumindo, seria um absurdo você deixar de sair por causa disso.

  — Não tem nada a ver, fique tranquila.

  — Aquelas loucas! — bufa, voltando a raiva — É melhor elas não aparecerem no meu caminho.

  — Concordo, não quero vê-la com o rosto igual ao meu.

  Ela me lança um olhar de indignação e acabo rindo.

  * * *

  No dia seguinte, assim que entro no edifício da DCA, alguém me avisa que Eun Cha quer falar comigo, então vou direto para a sala dela. Quando entro, a diretora se levanta e se aproxima, me olhando minuciosamente. Então estende a mão e segura meu queixo, analisando-o com cuidado.

  — Fiquei sabendo do incidente — fala, me soltando. — Como pôde ser tão irresponsável de deixar isso acontecer?

  — Eu só estava cumprindo meu dev...

  — Seu dever enquanto estiver aqui, é seguir estritamente as minhas ordens — me interrompe, cruzando os braços. — O plano poderia ter sido arruinado se isso tivesse sido mais grave, mas por sorte, seu rosto pode ser concertado com uma boa maquiagem.

  Concertado? Fico olhando para ela em estado de choque. Essa mulher tem problema neh?

  — Enfim, lembre-se que você tem uma tarefa especial a cumprir e vai precisar do seu rosto para isso, então não se meta em mais problemas.

  — Escuta aqui, o que faço com meu rosto é problema meu! — solto, incapaz de me conter — E só porque concordei com seu plano absurdo, não quer dizer que sou sua escrava. Você pode ser a manda-chuva aqui, mas não manda em mim.

  Ele me encara com indignação.

  — Você está sendo informal comigo?

  De tudo o que eu falei foi só nisso que ela prestou atenção? Então ela se aproxima e para com o rosto bem perto do meu.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora