Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro Dorama

Catorze - Casa de banho

  No dia seguinte, durante o café da manhã, Seo Jin avisa que marcou a consulta com o psicólogo.

  — Tenho mesmo que ir? Não gosto de hospitais — reclamo.

  — Você precisa Bia — insiste Linda. — Só assim vai conseguir tratar essa fobia.

  — E você concordou em ir, lembra? Tem que cumprir sua palavra — acrescenta Seo Jin.

  Suspiro e fico alguns minutos em silêncio, tentando pensar em uma forma de escapar, mas a expressão de Seo Jin é determinada. Droga, devia ter pensado melhor antes de concordar... Espera, talvez eu possa tirar algum proveito disso.

  — Ok, eu vou. Mas com uma condição.

  — Qual? — pergunta Linda, curiosa.

  Nesse momento, Park Hyun entra na cozinha e se senta conosco, começando a comer sem nem ao menos dar "bom dia". Ignorante.

  — Desde que cheguei na Coreia, aconteceram muitas coisas e não tive a chance de visitar os lugares que sonho em conhecer. Então, gostaria de ir a um deles primeiro.

  Seo Jin e Linda se olham surpresos, como se não esperassem algo tão simples.

  — Se é só isso... — diz Seo Jin, sorrindo. — Vou te levar para conhecer o lugar que quiser hoje.

  Os talheres de Hyun fazem um barulho agudo ao se chocarem com a mesa, fazendo todos olharem na sua direção. Ele solta uma risada irônica e volta a comer, então o ignoramos.

  — Mas você não tem que trabalhar? — continuo, me voltando para Seo Jin.

  Ele não responde, mas entrega sua pasta para Linda, sinalizando para que ela a guarde. Depois pega o celular e me encara enquanto faz uma chamada.

  — Oi Na Bi, cancele meus compromissos para hoje, vou tirar o dia de folga. Sim. Obrigado.

  Fico espantada ao ver como ele fez isso tranquilamente. E desde quando os médicos da Coreia tem secretária?

  — Não pode estar falando sério — Park Hyun finalmente se manifesta. — Você nunca tira o dia de folga, nem quando eu imploro!

  A testa franzida de Seo Jin revela que a acusação é verdadeira, mas ele parece não se importar muito.

  — É pelo bem da saúde dela — responde ele. — Já sabemos o quanto Beatriz Miranda pode ser teimosa quando não quer fazer algo.

  Ele me olha significativamente, fazendo eu me lembrar do episódio no hospital, quando o convenci a me ajudar. Sorrio, mas por pouco tempo.

  — Caso de saúde o inferno! Ela está se aproveitando da situação! — esbraveja o kpop, acabando com o clima e apontando um dedo acusador para mim.

  O pior é que nem posso negar.

  — Eu não pedi para Seo Jin me levar, posso ir sozinha se ele me der o dia de folga — falo, tentando me defender.

  — É verdade Hyun, vou fazer isso porque eu quero.

  Park Hyun observa a expressão decidida do irmão e depois olha para mim.

  — Muito bem — diz por fim. — Se você vai levar a empregada que mal conhece para sair, vai ter me levar também.

  — O quê? — indago, surpresa.

  — Isso mesmo. Se vocês forem, eu vou junto. — E cruza os braços, mostrando novamente seu lado birrento.

  Seo Jin fica confuso com a atitude repentina do irmão, e me olha procurando uma opinião, mas não digo nada. Eu que não vou me meter nessa treta.