Treze - O gostinho da vingança

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  Ultimamente, meus encontros com Park Hyun têm se tornado frequentes e inesperados. É como se ele não se esforçasse mais para me evitar. Mas, ironicamente, isso acaba sendo pior. Agora, sempre que pode, o maldito faz questão de me provocar com comentários sutis sobre o engano que cometi naquele dia. Bom, pelo menos ele parou de me intimidar.

  Mas hoje é diferente. Linda precisou dormir na casa de uma amiga, e com Seo Jin no plantão, acabamos ficando sozinhos no apartamento. Que maravilha... Passo a maior parte do tempo no quarto para evitar confusão, mas a fome acaba me vencendo. Quando desço para comer algo, me deparo com Park Hyun na sala, ao telefone. Finjo não notá-lo, mas ele eleva o tom assim que me vê, fazendo questão de ser ouvido.

  — Sim, pode acrescentar kimchi. Quantas porções?

  Paro de andar, me sentindo tentada. Percebendo meu interesse, o kpop fixa o olhar em mim antes de concluir:

  — Uma porção, para apenas uma pessoa.

  Dou as costas, irritada. Eu não queria mesmo! Mas assim que entro na cozinha, meu estômago ronca, contrariado.

  — Eu sei, ele é um idiota — respondo-o, como se isso fosse normal.

  Olho ao redor, pensativa. Eu poderia simplesmente pedir comida, mas não faço ideia de para onde ligar, e pedir ajuda a Park Hyun? Nem morta. É então que me lembro do meu pequeno tesouro. Corro até o armário onde guardei minhas guloseimas e sorrio de orelha a orelha ao encontrar meu precioso pacote de lámen.

  — Você me salvou! — Abraço o pacote e, sem demora, começo a prepará-lo.

  Quando o lámen fica pronto, me acomodo no balcão da cozinha para comer. Poucos minutos depois, Park Hyun entra. Ele não me dirige o olhar, mas fica andando de um lado para o outro, parecendo inquieto. Por fim, se senta à mesa do outro lado, concentrado no celular. Tento ignorá-lo, mas não consigo evitar a sensação de desconforto ao perceber que, vez ou outra, ele olha para a minha comida.

  — Você quer? — pergunto, quebrando o silêncio.

  — Já disse que não como essas coisas.

  Por que fui me importar? No entanto, ouço um estômago roncando e o encaro na mesma hora, surpresa.

  — Wua, eles demoram para entregar... — diz ele, desviando o olhar para o vazio.

  Volto a comer, mas seu estômago ronca de novo, me fazendo suspirar. Me levanto, pego outra tigela e a encho com o resto do lámen que sobrou. Então coloco a tigela na mesa, bem diante dele. Park Hyun a encara, visivelmente confuso, mas logo se volta para mim com a expressão arrogante de sempre.

  — Já disse que...

  — Eu sei, mas você não vai morrer se comer uma vez — o interrompo, impaciente.

  Ele pensa por um momento, mas termina cruzando os braços.

  — Shiro* (Não quero).

  — Ok. — Dou de ombros e começo a pegar a tigela de volta, mas ele a segura de repente, me impedindo.

  Nossos olhares se cruzam em completo silêncio, até que ele finalmente limpa a garganta para falar:

  — Está bem, já que insiste, vou experimentar. Mas não pense que vou dividir minha comida com você em troca.

  — Eu não tinha essa intenção! — disparo, brava.

  Ele ergue uma sobrancelha, como se não estivesse totalmente convencido.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora