Vinte - Contrato

238 19 5
                                    

  Acordo no meio da noite, me sentindo melhor. Os últimos acontecimentos pairam pela minha mente enquanto saio da cama, me fazendo arfar. Park Hyun estudou medicina! Como é que as pessoas não sabem disso? E mais, como ninguém sabe que ele é um Chaebol de segunda geração? Incrível!

  Dou uma breve olhada no ambiente ao meu redor, me sentindo estranha por estar ali. Mais estranha ainda por ter dormido ali. Um cheiro diferente faz meu sentidos se aguçarem e tenho a impressão de que ele vem de mim, então levo um dos braços ao nariz para averiguar. Reconheço imediatamente o perfume que o kpop usou na entrevista, agora impregnado na minha pele. Ele o usa até para dormir? Eu hem! Balanço a cabeça em reprovação, ignorando o calafrio que senti ao perceber que o aroma da cama dele ficou comigo.

  Assim que abro a porta para sair do quarto, encontro Seo Jin passando pelo corredor.

  — Beatriz? — pergunta ele, estacando assim que me vê. — Por que está saindo do quarto de Hyun?

  Penso em mentir, mas meu cabelo parecendo um tsunami obviamente não vai colaborar.

  — Dormindo? — respondo, sem graça.

  — O quê? — Faz uma expressão horrorizada, o que me motiva a explicar:

  — Foi a minha alergia a cães! — Estendo as mãos no ar, enfatizando. — Eu acabei entrando em contato com um, então Hyun me trouxe aqui para me socorrer.

  Ele fica pensativo antes de responder.

  — Entendo, realmente, alergias podem ser perigosas. Que bom que ele a ajudou.

  Sorrio, aliviada por ter evitado um mal entendido bem desagradável.

  — E onde está Hyun?

  Fico em silêncio por alguns segundos, sem saber o que dizer.

  — Eu não sei, na verdade.

  Seo Jin apenas assente, depois se aproxima e segura meu pulso para checar meus sinais vitais.

  — E você, como se sente?

  — Muito bem, os sintomas ruins passaram.

  — Ainda bem, seja mais cuidadosa — pede, visivelmente preocupado.

  Aceno com a cabeça, então me despeço e vou para meu quarto. Assim que entro, porém, levo um susto ao encontrar Hyun dormindo em minha cama.

  — Esse idiota! — exclamo, cruzando os braços. — Onde vou dormir agora?

  Me aproximo da cama frustrada, mas me surpreendo com a expressão serena e pacífica do kpop. Ele parece tão inocente quando está dormindo... Depois, por causa de algum motivo desconhecido do universo, eu me aproximo e tiro seu cabelo da testa.

  — Eu nunca imaginei que um dia o veria tão de perto assim — falo baixinho.

  Sorrio tristemente e começo a retirar a mão, mas de repente, ele segura meu pulso. Arregalo os olhos, sentindo um arrepio percorrer a nuca. Será que está acordado? Para a minha desgraça, Park Hyun abre os olhos, confirmando minha suspeita. Fico congelada, sem voz. O que você diz para uma pessoa que te flagra fazendo um cafuné nela? Alguém sabe?

  — Se sente melhor? — pergunta então, se sentando, o que me dá tempo para elaborar uma explicação para o flagra.

  — Si-sim, muito melhor! Obrigado pela ajuda.

  Ele fecha os olhos e diz algo enquanto boceja, mas eu não entendo.

  — O que disse?

  — Só fiz o que tinha que fazer — diz num tom duro, fazendo eu me arrepender por ter perguntado.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora