O meu pai é o Tony Stark

Capítulo 4

Anne

   A tarde agitada e um tanto quanto estranha havia passado mais devagar do que eu pude pensar. O trabalho sempre costumava me deixar esgotada, mas nas últimas semanas as coisas na confecção não corriam nada bem... Ninguém parecia interessado em comprar artes, e com tudo o pouco que eu recebia acabou não dando para pagar a última mensalidade dos estudos.

   Para minha grande sorte, a visita inesperada de Tony Stark a minha pequena loja, havia não só aumentado bastante o interesse das pessoas pelo o que eu vendia ali, Mas também fez com que todas as obras já prontas fossem comercializadas em um só dia. Me senti esgotada de tanto embalar quadros, mas valeu o esforço.

—— Olha Anne, não vou mentir que quando me contou sobre a vinda do Stark,  achei que estivesse doida – Susurrou Donna. – Mas depois de hoje, não tem nem como duvidar. Nunca vi tanto movimento nessa loja dês da nossa inauguração.

— É, acho que finalmente vou poder pagar a mensalidade da minha bolsa de estudos. – sorrio. – A propósito Donna... será que não teria como você me deixar ficar com 60 % dos lucros dessa vez ? Eu preciso muito mesmo comprar algumas coisas para comer.

— Ora Anne o que é isso ? Falando desse jeito até parece que seus pais estão te matando de fome – Ela faz uma careta de desapontamento.

— Não é isso Donna... você sabe que eu não gosto de me sentar a mesa junto ao Hammer, e ele já voltou de viagem. Preciso ter algo no meu quarto para comer durante a madrugada. E com certeza não vou pedir isso a ele. Por favor... só dessa vez – Imploro fazendo bico.

— Me desculpe querida mas eu não posso deixar que leve mais do que os 40 % combinados...eu não posso manter o aluguel desse lugar sem esse dinheiro. Além disso tive de pagar sozinha no último mês, por que não conseguiu o suficiente.

   Me senti completamente desamparada e enraivada. Donna podia ser uma boa conselheira e amiga, bem mais do que minha própria mãe. Mas dês de que aceitou me ajudar com o negócio dos quadros não tem feito outra coisa se não explorar de meu esforço.

— Poxa Donna, isso não é justo – Explodo. – Eu dou duro pra chegar na hora, mesmo com todo caos em casa. Passo a madrugada toda acordada fazendo novas pinturas para exposição, e se quer consigo dormir uma noite decente de sono. O mínimo que você poderia fazer por mim é deixar com que eu fique com 60% do negócio que eu mantenho sozinha dês de sempre.

Ela da uma risada rouca acompanhas de algumas tosses secas. – sozinha ? – gargalha. – puxa, até parece uma piada.

— É ? Então me diz onde está a graça por que eu não estou vendo. – Rosno.

— Você deveria me agradecer! Sendo menor de idade ninguém deixaria que você trabalhasse se eu não tivesse aceitado essa mentira, dizer a todos que vem aqui que eu sou a sua mãe... Mas já que está tão insatisfeita com a minha forma de negociação, eu sugiro que pegue as suas porcarias daqui e se mande junto desses trapos que chama de roupas.

   Ao ser jogada pra fora do meu único ambiente de trabalho foi como se minhas esperanças de ter um bom futuro tivessem sido arrancadas de dentro para fora. Me arrependi de ter explodido e dito aquelas coisas, desejei poder voltar no tempo, mas era tarde demais. A única pessoa que pensei estar do meu lado durante meses, fez apenas o que todos os olhos fizeram.

Usaram...e descartaram.

   Chego em casa ainda coberta de tinta. A maioria de meus moleton estavam assim. Alguns eu conseguia tirar as manchas, outras acabavam secando antes que eu pudesse remover. Mas eu não ligava...

— Olha só quem resolveu lembrar que tem uma casa – Murmura Hammer ao me ver entrar coberta de tinta. – como se já não bastasse usar apenas esses trapos velhos, ainda faz o favor de chegar com eles totalmente sujos de tinta. Que vergonha...

— Melhor ter as roupas sujas do que o coração – Rebato nervosa o fazendo se levantar furioso.

— O que foi que você disse ?

— O que você ouviu, que foi tá surdo agora também ?

— Sua Pirralha mal educada, só podia mesmo ser filha de quem é. — Diz nervoso. — Mas você vai aprender a me respeitar, nem que seja da pior forma possível.

Ao o ver puxar o cinto de sua cintura meu corpo todo se estremece perdendo um pouco a noção do tempo e equilíbrio de minha musculatura.

— Aí amor não... – Murmura Chistine. – Esse aí é o cinto que eu te dei de aniversário, não vai estragar ele batendo na meinna.

— Tem razão meu bem. – Diz ao colocar o cinto de volta a sua cintura. – Não vale a pena estragar uma peça tão cara com alguém tão mal agradecida como essa garota.

— Isso faz eu me lembrar que amanhã temos uma viagem super importante para tratar do seu novo investidor, que para minha sorte será o meu mais novo entrevistado da semana. – Ela sorri se debruçando na mesa. – Será a primeira vez em anos que consigo uma matéria exclusiva com alguém tão importante. E você irá ficar aqui até que voltemos, quero achar essa casa e tudo que há nela brilhando.

— Eu já estou de saco cheio de suas ordens, se quer tudo limpo e organizado Faça você mesma – Grito.

— Trate de me respeitar por que eu ainda sou a sua mãe – Reprende ela agarrando em meu punho. – Se quiser posso te colocar pra fora desse lugar agora mesmo. – Rosna.

— Não precisa, eu mesma já estou indo embora. – Respondo me soltando de suas mãos.

— Querida... não é pra tanto, ela ainda é uma criança. – Diz Hammer. – Podemos só deixá-la de castigo, não tem que a expulsar de casa. – Ele faz uma cara solidária fingindo se importar com o que me acontecia.

— Não se preocupe, ela não tem pra onde ir, vai acabar voltando pra casa mais cedo ou mais tarde. – Sorri.

— Saiba que eu prefiro passar o resto da minha vida debaixo de uma ponte a ter de viver mais um dia com vocês. – Berro. – Tenho pena dos seus futuros filhos.

— Futuros filhos? – Gargalha alto. – Você foi o pior erro da minha vida menina, eu não voltaria a comete-lo novamente.

   Faço esforço para segurar as lágrimas em meus olhos, não as deixando descer de forma alguma. – Não faz diferença, você é uma péssima mãe mesmo. – Pego algums dos meus moletons os jogando na bolsa junto a meu computador e algumas tintas.

— Não se preocupe Jimmy, eu volto pra buscar você assim que puder. – Jogo mais um pedaço de brócolis dentro da gaiola do meu hamster antes de deixar a casa, sem olhar para trás.