capítulo 6

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Anne

   Abro meus olhos lentamente, sentindo a luz forte ferrir minhas vistas. O ambiente não me parece familiar, e com certeza eu não estava sonhando.

1,2,3...respiro...1,2,3...respiro.

—— Que lugar é esse.... – Falo em voz alta ainda sem notar a presença de Tony que me observava.

— Está em um dos cômodos da torre responde bebendo um pouco de whisky.

Cambaleio para trás da cama correndo de imediato para o canto da parede. – Por que me trouxe pra cá ? Onde é que está aquele brutamontes de terno ? Eu vou arrebentar a cara dele.

— Clama aí nervosinha... Você apagou enquanto estava tendo um surto, então eu pedi que te trouxessem pra dentro até que acordasse. – da de ombros. – O Happy me disse que você tinha algumas coisas na bolsa que ficou perdia, então eu pedi que comprassem outras. Estão bem aí do lado da cama. – Aponta.

Anne observa atentamente para uma enorme caixa de tintas maior do que ela poderia carregar, junto a várias telas e pincéis, além de um mecbook novo.

— Parece que você aprecia mesmo a pintura. Gosta de pintar as roupas também ? – Ele olha atentamente para as manchas de tinta em meu moletom.

— Não...na verdade eu acabo me sujando um pouco fazendo as telas. – Murmuro. –  Mas isso não te interessa.

— É, não mesmo - Responde calmamente.

— Obrigada pelas coisas mas eu não vou conseguir carregar isso tudo.

— Não importa, o Happy pode levar elas onde você quiser guardar. Dês de que não o ameace com um pincel outra vez. Aliás, você desmaiou por falta de nutrientes. – Fala ao me entregar um relatório.

— Como ... Como é que você conseguiu esses exames aqui ? Por acaso é médico ? Achei que fosse só um bêbado que gosta de construir robôs.

Tony enruga o nariz parecendo ofendido. — Ei, eu não sou um bêbado – responde tomando mais um gole de whisky.

— Aham, da pra notar.

— Só aprecio uma boa bebida de qualidade, nada que não possa controlar. Garanto que estou inteiramente sóbrio. – Ele bebê mais um gole deixando o copo de lado.

— Isso não responde a minha pergunta. Como foi que descobriu o motivo do meu desmaio ?

— A...foi o J.A.R.V.I.S.

Mais Que droga é J.A.R.V.I.S ? - Penso.

Chamou senhor ?

Uma voz robótica vinda do além me fez dar um grande grito de Desespero caindo da cama direto com a cara no chão. – Aí minha nossa, você agora comprou Deus ?

— O que ? – Tony Gargalha alto se apoiando na cabeceira da cama. – Esse aí que é o J.A.R.V.I.S, é uma das minhas criações. 

— Olha senhor Stark, esse dia já foi bizarro o suficiente, eu quero voltar pra casa agora – Suspiro ainda sem fôlego com o susto.

Merda...mas que casa ?

— Tá, eu posso pedir pra te levarem, mas você precisa comer alguma coisa. Não vai querer passar mal no caminho pra casa.

O sentimento de desespero aos poucos vai tomando conta quando finalmente percebo que não tenho para onde ir. E com certeza não voltaria para o lugar que tanto lutei para sair. É claro que a informação que o Strak era meu pai ainda não havia sido se quer processada direto. Mas eu não teria outra opção se não pedir que me conseguisse um emprego temporário.

— Ouça...eu não quero parecer uma pidona, nem quero que ache que estou com algum tipo de interesse... Mas será que poderia me conseguir um trabalho ?

Ele faz uma cara estranha antes perguntar. – Pra que quer um trabalho ?

— Eu briguei com a minha mãe, e sai de casa. Achei que poderia convencer a moça do lugar onde eu trabalhava a me oferecer um abrigo temporário em troca da mão de obra, mas ela não quis conversa comigo.

— Por que é que vocês brigaram ? – pergunta Pepper ao entrar no cômodo com uma bandeja de sucos e sanduíches.

— Eu quis pedir 60% dos lucros e ela ficou um pouco alterada. Na verdade ficou muito alterada...ela é extremante rude as vezes. – Sopro.

— Como assim você pintava aquelas telas e aceitava menos de 60 % dos lucros ? Que tipo de negócio estranho é esse ? Tá mais pra exploração. – Responde um pouco desacreditada.

— Eu sei...mas era o que me ajudava a pagar as mensalidades da aula online.

— Tá legal, vamos recapitular dês do começo. – Gesticula Pepper. – Me diga por que você não frequenta a escola como as outras crianças, por que está a tanto tempo sem comer e por que brigou com a sua mãe.

— São muitas perguntas. – Suspiro ao morder um sanduíche. – Bom... Eu saí da escola dês dos meus oito anos de idade, eu era uma ótima aluna e tirava ótimas notas. Normalmente os pais deveria ficar orgulhosos com isso, mas minha mãe e meu padrasto achavam que isso estaria me levando mais perto para a personalidade do meu verdadeiro pai. É claro que eu não entendi nada na época, mas agora tudo faz sentido – soluço bebendo um pouco de suco antes de continuar.

— Então o Hammer decidiu ir até lá e fechar minha matrícula. Fui proibida de estudar em qualquer escola da Cidade. Quanto a briga com minha mãe, é complicado... Não tem um dia que a gente não discuta, ela me enche o saco, me trata mal, diz que eu fui um erro, e me faz de escrava do marido dela, tenho que lavar, passar, cozinhar... E quase nunca como na mesa... Então acabo ficando com fome na maior parte do tempo.

— Que horror – Diz Pepper. – Tony você não pode deixar que ela volte para aquele lugar.

— Não tem que se preocupar comigo, eu consigo me virar. Só preciso de um um trabalho e vou ficar bem.

— Anne você ainda é muito jovem para trabalhar, além disso não precisa. – Sussurra Pepper. – você vai ficar aqui de agora em diante, já que sua mãe não lhe quer em casa então precisa de um lugar onde te queiram.

— Não é por nada não moça, mas ele não parece muito que me quer aqui – Falo ainda fitando o rosto sério de Tony que assente discretamente.

— Não é que eu não te queira aqui menina, é só que esse negócio todo é novo pra mim. E é estranho pra caramba.

— Antony Edward Stark, nós já conversamos sobre isso ! – Reprime Pepper. –Agora trate de receber a sua filha muito bem. Ou teremos sérios problemas. – Diz irritada. – Agora termina de comer e descansa um pouco querida, se precisar de algo pode me procurar.

— Obrigada moça. – Agradeço abocanhando mais um sanduíche.

— Fala sério, onde foi que eu me enfiei.... – Escuto ele Sussurrar antes de deixar o quarto.

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora