Capítulo 42

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Narrativa

—— Tá legal Teioso, eu acho bom você estar em casa quando eu chegar. – Anne seguiu pela rua cuidadosamente, atenta em cada nome de quarteirão e a cada esquina. Ficar perdida não era lá uma opção, considerando que ela mal conhecia a cidade. Assim que chegou no endereço que Jarvis havia fornecido, a menina procurou uma forma discreta de entrar, seguindo ao fundo da casa.

— É bom que esse não seja o quarto da May... – Sopra se preparando para escalar.

— A-Anne ?? – Peter surge na janela pouco antes da menina começar a subir. — Mais o que é que você está fazendo aqui ?

— Fecha a matraca e me ajuda a subir Teioso. – Ela da um salto sob uma lata de lixo se agarrando no batente da janela.

Quando notou o que estava acontecendo, Parker começou a entrar em Pânico, dando vários tapas no próprio rosto, esperando acordar de algum tipo de sonho. — Aí caramba, quanto mais eu rezo mais problemas me aparecem, isso só pode ser castigo. – Choraminga. — Eu sabia, tinha certeza que algo errado estava acontecendo, senti um arrepio aqui na espinha, e sempre que me arrepio as coisas nunca dão certo, então eu resolvo olhar pela janela, e adivinhem só ? Lá está você.

— Corta essa, eu vim de bem longe pra ter que ficar te vendo chora. Podia, sei lá...pelo menos dizer que está feliz em me ver.

— E-Eu estou. – Gagueja. — Mas ao mesmo tempo não estou...

— Então se decide, ou você está contente,  ou não está ! É uma equação bem simples de se fazer. – Anne revira os olhos impaciente.

— Você não está entendendo Anne...eu acabei de ser Expulso dos vingadores pelo seu pai ! Ele me proibiu de ver você, e também não falou comigo dês de então... É como se eu nunca existisse. E eu não estou gostando nenhum pouco do arrepio que está dando na minha espinha, é um péssimo sinal Anne péssimo tipo muito muito muito ruim. – A voz de Peter se embola cada vez mais.

— Olha, respira fundo. Nem parece que fui eu quem fugiu de casa. – Da de ombros.

— Vô-você fugiu de casa ? – Grita.

— Ué, mas isso já não estava meio óbvio ?

— Eu tô passando mal – Peter se senta a cama respirando profundamente. Acho que estou tendo um tipo de parada cardíaca, com certeza é um infarte do miocárdio... EU VOU MORRER. Sempre soube, achei que teria mais tempo mas vou morrer com quinze anos de idade... –  O garoto estava soando frio, usando suas mãos para tentar gerar qualquer tipo de ventilação contra sua pele.

— Quanto drama... – Bufa. — Você não vai morrer Teioso, nem está tendo um ataque do miocárdio... Só está apreensivo e com medo. O que por incrível que pareça não me surpreende nenhum pouco. Mas será que dá pra você tentar pelo menos parar de tremer como liquidificador e escutar o que eu vim dizer ? Por que eu juro que se cruzei parte da cidade só pra te pedir desculpas e sair daqui tendo lhe feito piorar três vezes mais, com toda certeza eu não vou mais conseguir dormir a noite!

O garoto a fita de imediato deixando sua respiração se normalizar. — Pera aí... você só veio aqui pra se desculpar?

— Eu sei ... Sei que não vai adiantar muita coisa, mas eu estava me sentindo tão mal dês de que tudo aconteceu. – Suspira. — Além disso eu não fazia a menor ideia de como você estava, e isso com certeza estava acabando comigo. – Anne se senta ao lado de Peter segurando uma de suas mãos. — Você é o único amigo de verdade que tive em anos Peter...e eu magoei você, estraguei parte dos seus sonhos. Está difícil conviver com essa culpa. Não posso mais fechar os olhos e fingir que não fiz nada errado por que eu sei o quanto pisei na bola...estraguei parte dos seus sonhos e realmente sinto muito por isso. Não quero perder a sua amizade.

— Quem está sendo dramática agora? – Ele da um sorriso bobo para a garota que o acerta um leve soco no ombro. –

— Imbecil. – Sussurra se levantando.

— Mandona – Rebate sorridente.

— Então... Quer dizer que aceita as minhas desculpas ?

— Não tem que pedir perdão por nada. – Da de ombros. — Eu escolhi desobedecer o senhor Stark assim como você. Foi uma punição justa... Mesmo que difícil de aceitar. Mas a tia May tem quase certeza que ele vai mudar de idéia, então eu estou lidando bem com tudo. Ou pelo menos tentando...

— Sabe que pode estar alimentando falsas esperanças não é ?

— É mais Idai ? Eu conto mentiras bem maiores pra mim mesmo. – Ele da um sorriso fraco olhando profundamente aos olhos de Anne... — Ficar fora da equipe não é tão ruim quanto ter de ficar longe de você.

— Até parece que você não tem mais uma centena de amigas legais por aí – Ela Gargalha.

— Na verdade não...Mas mesmo que tivesse, nenhuma delas é como você Anne. Por que nenhuma significa tanto assim para mim... – Peter se levanta sutilmente da cama se aproximando lentamente da menina que se recosta na parede um pouco assustada. — Eu sei que você deve me achar um chato, nem te culpo por isso também, mas se você veio de tão longe contra as ordens do seu pai só pra me pedir perdão, eu não posso deixar que vá embora. Não sem dizer o que eu realmente sinto.

Seus rostos estavam próximos, a poucos centímetros de distância, Anne podia sentir a respiração acelerada de Peter em contato com a sua. Nenhum dos dois conseguia se mover, estavam paralisados, nervosos e tímidos com a situação.

— Eu amo o seu jeito de ser, amo sua gargalhada, e adoro a forma de como faz eu me sentir um completo idiota em todas as aulas do colégio. Eu sei que te conheço tão pouco quanto você a mim, mas eu amo você Anne, eu te amo...

Quando seus lábios estavam prestes a se tocar, Anne recua para o outro lado da sala deixando escapar uma tosse seca e repetitiva. — Eu...eu acho que já vou indo. – Gagueja. — o dia já vai amanhecer e meu pai pode acabar descobrindo que fugi.

— Anne tá tudo bem ? Você está tremendo. – Peter encolhe os ombros para a menina que ainda se mantém distante. — Eu assustei você ?

— Não, tá tudo bem... é só...

— Me desculpa, eu sabia que devia ter calado essa boca. – suspira. — Eu não quis te assustar, nem parecer desesperado...

— Tá tudo bem...eu só preciso mesmo ir agora. – Peter segura em uma das mãos de Anne antes que ela pudesse saltar pela janela.. – Eu...eu preciso ir Pete, só.. só me solta.

— Nós, diremos Olá outra vez ? – Pergunta.

— É...diremos sim. – Anne força um sorriso pequeno sentindo uma estranha sensação em seu peito naquela despedida.

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora