Capítulo 50

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Anne

Ouvir a voz do meu pai outra vez tinha sido um tremendo alívio. Que embora não tivesse durado bastante, foi o suficiente para me manter esperançosa. Mas com Hammer naquela cela, seria preciso bem mais que esperança para conseguir me livrar do que estaria por vir...

—— Por favor... não me faça mal. – Suplico

— Eu jamais te faria mal algum minha pequena princesa. – Ele Cochicha passando suas mãos por meus cabelos. — Só quero uma chance para dizer a você o que eu sinto, sem ter de machucar ninguém é claro...

Ele afirmava estar mantendo contato direto com o restante do grupo, que bastava um gesto em falso para que meu pai fosse morto. E eu não queria isso, não queria ser responsável pela morte de alguém, muito menos da pessoa que eu mais amava. E embora houvesse uma enorme chance daquilo não bastar de um truque sujo, eu não poderia ariscar a dúvida.

— Como vou saber que você está falando a verdade ? – Protesto.

— Você vai ter de confiar em mim. – Responde baixo. — Não fizemos nenhum mal ao Strak ainda, e nem pretendemos fazer, dês de que você seja uma boa garota. – Sinto sua mão deslizar por minha cintura, descendo lentamente por dentro de minha calça, me causando uma grande sensação de desespero.

— Por favor...por favor não faz isso. – Gaguejo.

— Shii... Vai ficar tudo bem, eu prometo que vou ser Gentil com você. – Responde.

Não, de novo não...

Eu não tinha a menor ideia do que poderia estar acontecendo lá fora. Talvez os gêmeos já tivessem chegado até ele, talvez uma luta estivesse acontecendo, talvez ele realmente estivesse em perigo extremo, ou talvez tudo não bastasse de uma mentira, um blefe... Só o que eu tinha certeza era o perigo que estava correndo, e aos poucos, comecei a perceber que acreditar em sua palavra, era uma péssima idéia...

— Você cresceu tanto...ficou tão linda... – Sussurra. – O trabalho me tomou muito tempo nos últimos anos, fiquei ausente, me afastei de você. E eu sei que cometi muitos erros durante minha vida. Mas se me der uma chance, se deixar que as coisas voltem a ser como antes, eu prometo que voltaremos a ser uma família feliz.

— Eu...eu não acredito em você. – Acerto um soco em seu rosto correndo até a mesa de modo estratégico, pegando um pequeno protótipo improvisado que pude construir naquele pequeno período de tempo. Era simples, e não tinha lá muitas funções...mas bastou para o jogar contra a parede com força, dando brecha para que pudesse escapar daquela cela.

— Sua malcriada – Grita alto. — Eu vou acabar com você.

Saio pelos corredores o mais rápido que já havia corrido em toda minha vida. Torci para não me deparar com nenhum segurança pelo caminho, entrando em uma das salas pelo corredor. Não havia sinal dos gêmeos, nem mesmo do grandalhão de terno. Com certeza deviam estar armando alguma coisa. E eu precisava saber o que era, precisava sair daquele lugar, mas não iria conseguir, não sem vencer o Hammer antes...

Deixo meu ouvido sob a porta, a fim de ouvir quando o perímetro ficaria seguro outra vez. Minha mão estava dolorida, talvez eu tivesse acertado o soco muito forte...

— Você não é muito boa com esconderijos. – Sinto um enorme susto ao escutar uma voz no fundo da sala.

— Loki... – Susurro baixo. — Por favor, se quer me matar tudo bem, mas não diga que estou aqui, não conta pro Hammer.

Ele se senta em uma poltrona próxima a janela me olhando atentamente. — O que aconteceu com a sua mão ?

— Eu Dei um soco nele. – Murmuro ainda chacoalhando o braço levemente. — Onde está meu pai ? É verdade que estão vigiando ele ? Ele está vivo ? Você vai me matar agora ou só tá esperando um momento mais apropriado ? Por que eu já estou começando a achar que sou tão inútil que você nem está ligando em acabar com a minha vida...

Ele deixa escapar um longo Bocejo parecendo bastante entediado com a quantidade excessiva de perguntas. — Pra começar, não capturam o Strak ainda... pelo menos não que eu saiba. – Da de ombros. — E não pretendo te matar também, mas posso mudar de idéia, quem sabe...varia muito de momento pra momento.

— Fala sério. – Sopro. — Por que não está junto dos gêmeos ? Achei que queria a todo custo finalizar seu plano, você mesmo disse isso.

Ainda parada em frente a porta, o observo puxar algo do bolso de seu traje asgardiano, me preparando para a possibilidade de ser uma arma mortal ou qualquer coisa do gênero. — Eu... fui até a torre dos bocos... E eu encontrei Isso. – Ele amassa o papel em uma pequena bola o jogando para mim.

— Um pedaço de papel ? O que tem de mais nisso ? – Pergunto.

— Abre...

Quando desembolo cada parte da Folha amassada, posso visualizar com clareza um desenho Exatamente familiar, cujo o mesmo foi desenhado pelo projeto de ciências feito por Peter e eu.

— É a memória do Thor. – Deixo escapar um sorriso pequeno ainda olhando para o papel. – foi ele que te entregou ?

— Na verdade eu fui até o quarto para o matar . – Da de ombros. — Mas aí eu encontrei isso. E talvez, só talvez... você esteja certa sobre ele.

Eu não tinha ideia do que se passava na mente de Loki naquele momento, muito menos podia saber se deveria lhe dar um voto de confiança. Mas dentre todas as minhas opções, me pareceu bem mais viável dar o Benício da dúvida a sua palavra. — Eu disse que o Thor era um bobalhão, ele te ama mais do que você possa imaginar, e com certeza vai ficar feliz em saber que desistiu desse plano idiota.

— Em primeiro lugar eu não desisti de nada. – Avisa. — Eu só mudei de idéia por enquanto...se bater vontade eu mato ele.

— Tá legal. – faço careta. — Tem mais alguma coisa que eu deveria saber então?

— Na verdade tem. – Ele se aproxima lentamente me causando um grande arrepio na espinha segurando com cautela minha mão dolorida. — Da próxima vez que for socar a cara de alguém, deixa o seu polegar por fora da mão, se o colocar dentro vai machucar mais a si mesma que seu oponente. – Sorri.

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora