capítulo 17

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Anne

Eu nunca achei que pudesse ser tão difícil pegar no sono até aquela noite. A torre Era silenciosa e muito calma, Talvez esse fosse justamente o motivo pelo qual meus olhos não conseguiam se fechar. Ainda mais sabendo que o menino Aranha tinha conversado a sos com o Tony...

É claro que ele não quis me contar o que conversaram, mesmo tendo jurado não contar nada. Mas é claro que eu não tinha certeza se poderia confiar em sua palavra...

—— Voz robótica, você tá aí ? – Chamo olhando para teto ainda deitada sob a cama.

Presumo que esteja falando sobre mim senhorita. – Responde J.A.R.V.I.S.

— Que bom, eu não estou conseguindo dormir, e imagino que você não durma... então o que acha de conversamos um pouco ? Quem sabe o sono não aparece. – Dou de ombros.

Como quiser senhorita Anne, sobre o que gostaria de falar ?

— Sei lá, me conta um pouco sobre o passado do Tony com o Hammer, por que eles se tornaram inimigos ?

O senhor Stark não ficará feliz caso eu lhe transmita essas informações.

— Qual é voz robótica...ele não me conta quase nada. Queria saber mais sobre o passado dele.

Talvez se a senhorita contasse um pouco mais do seu passado, o senhor Stark também poderia lhe contar sobre o dele.

Pra um robô eu estou te achando bastante atrevido – Resmungo. — Não quero lições de moral, quero respostas.

Perdão senhorita, infelizmente não poderei lhe passar tais informações. Gostaria de ressaltar que não sou um robô...me trato de uma inteligência artificial criada com o intuito de ajudar e auxiliar... — Tá tá tá já chega – Corto.

— O papo tava ótimo mas eu acho que vou gostar bem mais de dar uma volta – Suspiro.

Inteligência artificial... onde eu tava com a cabeça de me distrair falando com um robô ?

Saio do quarto entediada seguindo calma e lentamente pelos vazios corredores da torre. — Falar do meu passado...quem essa voz robótica pensa que é ? – Falo sozinha... – Parece que todo mundo que conheço agora quer me fazer um monte de perguntas.

Segui andando pelos corredores até escutar um forte barulho vindo da direção onde ficará a cela do Loki. É óbvio que ir até lá era uma péssima e horrível idéia...mas e se estivesse acontecendo alguma coisa ? E se ele estivesse escapando ? ...

Pois bem, minha curiosidade falou cada vez mais e mais alto a medida que me aproximava. Ainda estava escuro na sala quando entrei, e mais escuro ainda ao lado de dentro da cela. Era difícil conseguir enxergar alguma coisa.

— Olá ? – Cochicho. — Homem sinistro você está aí ? – Ao finalmente achar o interruptor de luz fico paralisada ao ver a cela totalmente vazia, sem nenhum rastro do Loki.

— Aí caramba – Suspiro abrindo a cela. – ele deveria estar bem aqui.

— E eu estou...

Sua voz me causou um extremo arrepio. Quando me viro de costas para o canto da cela, vejo o rosto de Loki prestes a me trancar lá dentro como uma grande estúpida que acabou de cair em um dos piores truques possíveis.

— Aproveita a cela garota Stark.

Essa não Anne... burra, burra, burra.

— Volta aqui seu Mentiroso trapaceiro – Grito. – Voz robótica, cadê você quando se precisa ? Vai já comunicar o que está acontecendo.

Minha respiração não leva muito tempo até que se torne turbulenta e acelerada. Lugares muito fechados me deixavam com total pânico, e sem dúvidas estar em uma grande cela de vidro não era nenhum pouco agradável. – Aí meu Deus, que merda que eu fiz...

— Grite o quanto quiser menina prodígio...  Seus amigos não vão te ouvir, mas pra sua sorte virão aqui pela manhã. – Loki carregava um grande sorriso de canto a canto enquanto fuçava algo nos computadores da sala.

— O que você quer em seu seboso ? Essa história de dominação do mundo é tão patética...o que você vai fazer depois que destruir tudo ? Sabe que vai ficar sem lugar pra viver né ?

Loki faz uma careta como se estivesse pensativo. — Você fala de mais sabia garota ? Agradeça que não fiz com você o mesmo que com os seguranças do seu pai ali. – Ele aponta para o canto inferior da sala onde haviam cinco grandes seguranças caídos ao chão, perfurados com tiros de bala.

— Como...como você fez isso ? – Suspiro assutastada.

— Fácil...Entrei na mente deles e fiz com que matassem uns aos outros. Assim como entrei na sua mente impedindo que conseguisse dormir, e assim como entrei na do seu pai e os amiguinhos dele para garantir que não acordariam. – Ele dá de ombros.

— Se é tão bom assim em controlar mentes, por que não fugiu antes ? Por que justo hoje ?

— Alguém precisa levar a culpa não é ?... Além disso eu nunca dominei tão bem a parte de controle da mente, mas tive a ajuda de uma pessoa... Que obviamente não te interessa quem seja, mas talvez vocês acabem se conhecendo mais tarde...

— Aposto que é uma pessoa perversa igual você – Rosno.

— Na verdade ela é bem confusa, ainda não sabe disso mas tem um grande poder...que obviamente eu tentarei usar ao meu favor.  – Vocês terráqueos são tão previsíveis que chega dá pena.

— Talvez seja por que nós temos um coração, diferente de você que é um grande psicopata maluco. – Rosno.

— Mas foi esse psicopata maluco aqui que deixou você viva... não se esqueça disso – Ele sorri. – Agora se me dá licença, tenho que sair desse lugar tosco.

— JARVIS SEU GRANDE ASNO ROBÓTICO – Grito mais alto. — Vai deixar esse cara fugir assim ? Sem mais nem menos ? Fala sério – Sopro.

— A...sua inteligência artificial está no modo soneca temporariamente. Sabe como é né ? Eu não poderia arriscar que minha fuga fosse estragada por um robô, e muito menos ariscar que ele desse com a língua nos dentes. Ou com o fio nas placas...sei lá como fala. – Diz chacoalhando a cabeça.

— Aí fala sério, você é o vilão mais bobalhão e esquisito que eu já conheci. – Revirou os olhos.

— E quantos vilões você já conheceu ? – Ele ergue uma sombrancelha.

— Ah... pessoalmente só um.

— Que eu presumo que seja eu. – sopra.

— É...mas continua sendo um péssimo vilão – Rosno. — E pensar que o tonto do seu irmão ainda teve a coragem de dizer mais cedo que você não era mal.

— Ele disse foi ? Novidade...

— Vou me lembrar de mostrar aqueles corpos pra ele quando o vir. Vamos ver se ainda vai continuar tendo a mesma visão.

— Como eu disse menina, você fala de mais... – Ele dá as costas em direção a porta desaparecendo em meio a escuridão, deixando apenas eu, a cela e uma pilha de corpos ensanguentada ao meu lado.

Encosto minhas costas contra o vidro, escorregando lentamente até o chão, respirando o mais fundo que podia, de forma que tentasse não surtar. — O Tony vai me matar...

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora