O meu pai é o Tony Stark

Capítulo 46

Anne

Eu não pude fechar os olhos para descansar nem por alguns segundos... Haviam inúmeros armamentos e dispositivos a minha volta, e toda aquela pressão para continuar viva tornava as coisas cada vez mais difíceis...

Loki ficava me evitando na maior do tempo, e dificilmente vinha até a cela. Era como se tivesse medo de mim, ou talvez fosse algo bem mais complexo que isso... algo que eu não podia compreender, nem fazia a menor questão... Quando mais longe ele ficasse, melhor seria.

Pietro era responsável por vir me entregar água e comida, eu sabia que não devia confiar nele, muito menos em sua irmã...mas a minha intuição gritava internamente que ambos não eram pessoas ruins. E talvez eu até estivesse enganada, embora não tivesse como ter certeza.

—— Eu trouxe um sanduíche. – Ele bate duas vezes na porta antes de entrar, deixando o pacote um pouco distante de mim.

— Por que bate na porta ? Sabe que eu não posso abrir mesmo que quisesse não é ? – O olho com uma expressão séria pregando o pacote do chão.

— Força do abito – Da de ombros. — Como está indo com as armas ? – Pergunta com seu sotaque engraçado.

— Bem, já pode sair se quiser. – Respondo evitando maior contato visual.

— Não tem que ter medo de nós garota. – Ouço a voz de Wanda que também entra a cela, deixando uma garrafa d'água a mesa. — Não somos seus inimigos.

— Vocês querem matar o meu pai, então sim... são meus inimigos.

— O seu pai não é o homem que você pensa que é. Ele tirou muitas vidas, e matou muita gente inocente.

— Estão enganados. – Suspiro. — o meu pai não é um monstro, ele não é nada disso que vocês pensam. Ele é uma boa pessoa, e estaria disposto a se sacrificar para salvar o mundo se pudesse. – Gaguejo. — Vocês dois são hipócritas, hipócritas e mentirosos.

— Veja bem como fala. – Wanda inclina levemente o seu rosto para o lado fitando meus olhos.

— Veja bem vocês. – Grito nervosa. — Vocês o culpam pela morte dos seus pais... culpam ele por terem ficado órfãos quando criança, e agora querem fazer o mesmo comigo. Querem tirar de mim a minha única família, a única pessoa pra quem eu já tive coragem de desabafar os meus medos, a única pessoa que me fez acreditar na humanidade novamente, e isso não é justo, não é justo que o tirem de mim. – Meus olhos se enchem de lágrimas só de pensar na hipótese de o perder para sempre. — Ele é o meu pai... E tenho certeza que ele daria tudo de si para ajudar vocês se pudesse... Mas é claro que não vão enxergar isso. Afinal como poderiam ? Estão consumidos, completamente cegos pela vingança.

Pietro da um Suspiro profundo passando sua mão pelos ombros de Wanda que deixa uma lágrima correr por seu rosto. — É... é melhor nós deixamos ela sozinha.

— Não se preocupem, eu vou fazer companhia pra ela. – Hammer se recosta na porta sutilmente me arancarando uma expressão de horror e completo pânico.

— NÃO. – Responde Wanda. — Está na vez do Loki ficar de vigia. – Ela encara o homem seriamente me lançando um sorriso pequeno de canto de boca.

Ela me ajudou...?

— Está bem. – Sopra. — Eu te faço companhia mais tarde filha. – Sinto um enorme alívio ao o ver sair por aquela porta com todos aqueles dentes amarelos e assustadores. Nunca pude achar que ficaria contente em ser vigiada pelo Loki...

— Não precisa ficar aqui dentro se não quiser. – Falo rouca ainda me recuperando do pequeno susto. — Eu estou trabalhando, então você pode acabar tirando a minha concentração.

— Não estou conversando com você, é só parar de falar comigo e fingir que eu nem estou aqui. – Ele Boceja pegando do chão um dos papéis o amassando em uma pequena bola.

— O que está fazendo ?

— Distraindo a mente. – Da de ombros jogando a bolinha de papel para cima diversas vezes.

— Isso é mesmo sério ?

— Isso o que ?

— Olha aqui Loki, você está me irritando. Como vou conseguir me concentrar se você não para de ficar brincando com os projetos ?  – Bufo.

— Não é isso que está tirando a sua concentração. Está com medo. – Ele Responde sem desviar sua atenção da bola de papel.

— Como disse ?

— Eu disse que você está com medo...tá com medo de perder o seu pai, esta com medo de não ter mais coragem para olhar nos olhos do garoto Aranha, e tá com medo que o dia anoiteça. Pois sabe que não vou ficar aqui pra sempre, sabe que mais cedo ou mais tarde seu padrasto vai entrar por aquela porta, e isso te deixa apavorada... tão apavorada que mal consegue arrumar uma desculpa melhor para sua falta de concentração.

Me sinto completamente exposta diante daquela acusação. É óbvio que ele estava entrando na minha cabeça...e com toda certeza aquilo me deixava imensamente irritada. Embora ter alguém pra conversar a respeito dos meus medos não fosse assim tão ruim...

— Por que quer exterminar os vingadores ? – Pergunto mudando o foco da conversa.

— Achei que não queria falar comigo – Ele sorri.

— Responde logo homem rena, eu tô entediada.

— Aham, sei. – Ele sorri mais uma vez jogando a bolinha de papel contra o meu rosto.

— Aí mais qual é o seu Problema ein ? – Pergunto boquiaberta.

— Nada, só estou... entediado. – Debocha.

— Tá legal cara, se não quer conversar então não me atrapalha, eu pretendo sair desse lugar logo. – Volto minha atenção para as armas seguindo o passo passo do que julgava ser a forma correta de construir aquelas coisas.

— Não quero destruir os vingadores... – Ele fala por fim, conseguindo minha atenção mais uma vez. — Nunca quis acabar com aquele grupinho imbecil...nunca quis destruir a humanidade por puro gosto ou adoração... É bem maior que isso, e muito mais complexo para uma mente humana fraca entender.

— E...eu suponho que a mente humana fraca seja a minha. – Faço uma careta enojada.

— Exatamente.

— Então, já que tem certeza que não irei compreender o seu plano mirabolante, por que só não tenta ? É um bom começo...