Capítulo 41

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Anne

Eu não tinha ideia de quantos minutos havia passado contando... acho que havia repetido aqueles números por tantas vezes que até começaram a perder o sentido em minha cabeça. A única diferença é que naquela noite, eu não havia contado sozinha.

—— Se sente melhor ? – Tony me dá dois leves tapinhas nas costas assim que sinto  minha respiração se normalizar novamente.

— É eu acho que sim. – Sopro.

— Que bom, então por que não sai desse quarto e vem comer ? Prometo que dessa vez vai ser cheeseburger. – Ele da um sorriso fechado e brincalhão.

— Com muito Cheddar ?

— Com muito Cheddar!

— Legal...eu aceito. – Seguro sua mão firmemente voltando até a sala. Pepper nos aguardava ansiosa.

— Então, tá tudo bem ? – Pergunta.

— Está, foi só um susto bobo. – Falo baixo. — Sabia que cheeseburger consegue ser melhor que pizza em quase todos os países possíveis ?

— Tenho certeza que seu pai também concorda. – Gargalha. — Deixa que eu mesma vou até o entregador dessa vez.

Durante toda noite, eu não podia deixar de pensar em como Peter estava se sentindo, e talvez parte de mim até quisesse me convencer a mudar de pensamento. Mas era impossível... Não havia um segundo se quer que seu rosto triste e decepcionado não assombrace minhas memórias.... E convenhamos, lidar com a culpa era extremamente chato.

— Escuta pai... Aqueles irmãos que atacaram o colégio. – Susurro ainda de boca cheia. — Eles não pareciam ir muito com a sua cara, o que foi que aconteceu ?

— Com certeza isso aí não é assunto pro jantar. – Responde.

— Bom, tecnicamente cheeseburger não é jantar, então você pode me contar. – Dou de ombros.

— Muito espertinha...

— Eu já vi que a conversa aqui vai ficar seria... Estou indo pra cama. – Pepper se levanta dando um beijo em Tony que a lança um olhar nada satisfeito. — Vai me deixar sozinho com o Problema mesmo ?

— Isso é assunto de pai e filha. – Ela sorri me dando um beijo no rosto. — Boa noite Anne.

— Boa noite Pepe. – Sorrio. — E então pai ? Vai me dizer qual é a dos gêmeos estranhos ? Como foi que ganharam aqueles poderes radicais, e por que é que te odeiam tanto ?

— Está tarde, será que não pode deixar esse assunto para um outro dia ? – Ele suspira.

— A não – faço bico. — Você nunca me conta nada... acho que preciso de um pouquinho de honestidade pra variar.

Apesar de não parecer muito contente com meu confronto direto, Tony se deixou vencer após minhas inúmeras e insistentes súplicas. — Tá legal...mas eu só vou responder essas duas perguntas, depois disso você vai deitar, e não quero mais nenhum interrogatório no resto da semana. Entendeu?

— Entendi. – Falo empolgada.

— Pois bem....Wanda e Pietro Maximoff são gêmeos aprimorados, eles passaram por uma série de testes por uma instituição terrorista, que deu a eles suas habilidades um tanto quanto exóticas... Isso não é totalmente uma confirmação, é claro que há muitas perguntas e dúvidas a respeito da origem de seus poderes, mas isso ainda não foi totalmente respondido por ninguém.

— E por que eles tem tanto ódio assim da sua cara ? Digo... são jovens, um pouco assustadores, mas não consigo imaginar o que possa ter feito a eles para causar tanta raiva.

— Diretamente eu não fiz nada. – da de ombros. — Mas como não é segredo pra ninguém, eu tinha uma grande empresa exclusiva para contrução de armas, e uma delas foi responsável pela morte de seus pais, dês de então eles me odeiam, e me culpam pelo o que aconteceu.

— E enquanto a você ?

— Eu o que ?

— Você se culpa ?

Tony aperta levemente o lábio se parecendo perdido por alguns segundos. — Eu disse que só ia responder a duas perguntas...sem mais ! Agora vai dormir. – Ele se levanta apagando as luzes da cozinha.

— A qual é....ainda tenho muita coisa pra perguntar. – Sopro.

— Tenho certeza que sim, boa noite tampinha. – Diz alto subindo para o quarto.

Que saco...

Claro que aquele combinado não era nenhum pouco Justo. Tinham ao menos mais trinta perguntas diferentes que eu gostaria de fazer... E não era exagero da minha parte. Eu podia entender o receio dos gêmeos... Mas ainda sim não achava Justo, nem conseguia culpar o meu pai por algo do tipo. Talvez por que ele fosse o meu pai, ou talvez só por que ele realmente não merecia essa culpa....

Difícil saber...

Com a falta de respostas e a cabeça perdida, eu tinha certeza que não conseguiria fechar os olhos durante a noite, não enquanto aquela culpa terrível me consumisse por dentro. E embora decepcionar o meu pai mais uma vez fosse tudo o que eu menos quisesse, minha mente jamais poderia ficar em paz enquanto não me desculpasse com Peter.

— Tá legal Anne ... Você tem tudo sob controle, só precisa voltar antes do amanhecer... – Falo entre pensamentos.

Talvez a armadura fosse útil....

O dispositivo estava trancado em uma das gavetas do escritório. E não seria nada fácil conseguir a senha...a não ser que eu não precisasse abrir, não sozinha...

Fala sério Anne, você mal fez as pazes com o seu pai e já vai desobedecer outra vez. — Penso.

— Voz robótica, tá aí ? – Chamo baixo.

Pois não senhorita. – A voz de J.A.R.V.I.S soou tão alta que eu tinha quase certeza que havia acordado toda a casa.

— Da pra abaixar esse volume ? – Cochicho nervosa. — Vai acabar chamando atenção de todo mundo.

Estra trabalhando em um projeto secreto senhorita ?

Coço levemente o queixo deixando com que a frase involuntária me desse uma ótima ideia. — É, na verdade eu estou sim ! Um projeto super secreto em que meu pai não pode ter nenhum acesso, muito menos ficar sabendo, entendeu ?

Infelizmente não sou programado para esconder segredos do senhor Stark.

— Mas eu não estou pedindo que guarde segredo, só estou pedindo que não conte nada a ele – Dou de ombros.

Pela minha percepção, é a mesma coisa...

— Mais é claro que não é a mesma coisa.  Uma coisa só se torna segredo quando te perguntam por ela e você diz que não pode contar. Mas se o meu pai não perguntar por nada, então você não vai estar mentindo, nem escondendo nada dele.

J.A.R.V.I.S se mantém em silêncio durante um longo período de tempo. Até cheguei a achar que tinha fritado seus neurônios de robô. Mas logo ele volta a falar.

Em que eu posso ajudar senhorita ?

É isso aí voz robótica. – comemoro baixo esboçando um sorriso vitorioso. — Preciso de dois pequenos favores. Que abra essa gaveta, e me consiga um endereço...

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora