capítulo 12

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Anne

Durante muito tempo fui obrigada a chorar sozinha, sofrer não só pelo fato de estar me sentindo mal, mas também por não ter ninguém ao meu lado. E naquele dia eu não pensei que poderia ser diferente, achei que passaria o resto da minha vida naquela praia, perdia e sem rumo de para onde deveria seguir. Mas quando vi Tony chegar, pela primeira vez dês de que nos conhecemos, eu não tive medo. Não senti a insegurança que todos me causavam, não sentia temor e muito menos vontade de me afastar. Só o que eu realmente desejava era poder o abraçar forte. E foi isso que eu fiz. Me senti acolhida como nunca, me senti amada por um breve instante. E acima de tudo eu me sentia segura...

Se pudesse, e fosse algo de fácil realização, com certeza desejaria congelar o tempo. Fazê-lo passar o mais devagar possível, só para apreciar um pouco mais daquela sensação...

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria de contar tudo o que aconteceu, teria de explicar a ele o motivo de fugir da escola...e isso não seria nada fácil. Nem ao menos sabia se iria conseguir falar a respeito. Mas até que o tempo certo chegasse, eu sabia que ficaria bem enquanto estivesse com ele por perto.

—— O que houve com sua mão ? – ele segura cuidadoamente meus dedos observando os cortes.

— Eu...

— Fala Anne, alguém fez isso com você ? – Ele inssite. —  Me diz por que eu juro, se lhe fizeram mal, eu vou deixar a cara dessa pessoa em pedaços.

— Foi um acidente, eu estava nervosa então acabei dando um soco no espelho... — Não quero falar de nada agora, só me promete que não tenho mais que voltar aquela escola. – Soluço o apertado forte.

— Eu não posso prometer isso. E sei que deve ser difícil para você estar voltando a esse ambiente novo depois de tanto tempo. Mas tenho certeza que você irá se adaptar outra vez, e não precisa voltar até que esteja realmente pronta pra isso. – Ele me tranquiliza. – Mas eu já adianto que terá de me contar o que aconteceu.

— Eu vou... Prometo. – Dou um suspiro profundo deixando que mais algumas lágrimas caíssem.

— Ei, não vai chorar de novo. – Ele enxuga minhas lágrimas com seu polegar dando um pequeno sorriso . – tenta dar um sorriso.

— Não estou me sentindo muito bem pra sorrir – Respondo cabisbaixa.

— Da pra notar, mas posso tentar mudar isso se você permitir. Por acaso você já voou antes ? – Pergunta.

— Voar, tipo em um avião ?

— Não, melhor que isso. – Ele aponta para sua armadura que estava de pé sobre a areia.

— Nem ferrando que eu vou entrar nesse negócio – Respondo. – Vai que eu aperto alguma coisa e ela cai comigo lá de cima.

— E quem foi que disse que você vai entrar nela ? – Tony me lança um sorriso de canto de boca me levando para perto da armadura. – Vai ter que confiar em mim agora.

— Como assim ? do que é que você tá falan-- Minha fala logo é abafada por um forte grito espontâneo que deixo escapar ao ser tirada do chão em alta velocidade.

— Aí meu Deus, Aí meu Deus, aí meus Deeeus – Grito cada vez mais alto observando o chão tomar uma distância significativa.

— Relaxa, eu não vou te soltar tampinha, prometo – Ele Gargalha se divertindo com a situação.

— Isso não é nem um pouco engraçado – Soluço fechando os olhos

Ele continuava voar com facilidade fazendo várias manobras de rodopio segurando firme em meus dois braços. — Imagina que você está no comando, abre os olhos e esquece do perigo, deixa o medo de lado e sente o vento no seu rosto. Vai ser legal, prometo.

Por mais incrível que pudesse parecer, o frio estranho na minha barriga foi desaparecendo. E aos poucos meu corpo foi se acostumando com a sensação estranha de estar a milhares pés de distância do chão.

— E aí ?

Minhas lágrimas de medo e angústia finalmente se cessaram, dando lugar a uma gargalhada profunda e sincera, cheia de adrenalina e liberdade.

— Olha só, parece que alguém está sorrindo – Murmura Tony.

— Isso até que é divertido. – Soluço engolindo o choro.

Mesmo que eu não pudesse ver o seu rosto através da armadura, dava para sentir o quanto Tony estava feliz por me ver sorrir. Ele tentou de tudo para que eu esquecesse a dor por um momento, fazendo com que nada mais importasse além daquele momento.

— Me leva mais alto – Peço empolgada.

— Não dá pra subir mais alto sem proteção, você não vai gostar nenhum pouco do gelo. – Explica. – Quem sabe outro dia.

— Ah, Bem agora que tava ficando legal. – Bufo.

— Foi mal, prometo que te levo mais alto em uma outra oportunidade, agora temos que voltar pra casa antes que a Pepper tenha um ataque do coração.

Tony tomou uma grande velocidade disparando contra o vento até a mansão. A sensação de estar no ar era libertadora, apesar de dar um grande frio na barriga.

Ao nós ver chegar, Pepper não pareceu muito contente em ter me visto "voando" por aí. Mas logo mudou de expressão quando eu corri até ela, a abraçando forte.

— Você tem que fazer isso Pepper, é muito legal, parece que eu tô entre as nuvens. – Falo empolgada.

— Vejo que o Tony já está fazendo sua cabeça com essa armadura – Ela sorri.

— Me desculpe por ter fugido da escola. – Fungo. – Eu não sabia pra onde ir, e não tinha um telefone para ligar pra vocês. Fiquei com medo de acabar ficando perdida, mas por sorte o Tony me encontrou.

— Nunca mais faça uma coisa assim entendeu ? – Pede ela preocupada. – Sei que deve ter acontecido alguma coisa, mas você poderia ter pedido a diretora que telefonasse para nós. Sair correndo por aí atravessando sinais não é nada prudente.

— Sei disso... Me desculpem por isso. prometo que vou tentar pensar melhor antes de tomar alguma decisão precipitada.

— Está tudo bem, o pior já passou, agora vêm, deixa eu cuidar desse machucado. – Sigo Tony até a parte da oficina, onde ele cuidou de pegar uma maleta com vários utensílios de curativo.

— Aí – Resmungo baixo ao sentir o ardor do medicamento sob a ferida.

— Não é pra tanto vai... Até que não tá tão ruim. – Ele faz uma careta terminando de enfaixar minha mão. – Vai sobreviver...

— Obrigada... – Susurro.

— Não precisa me agradecer... Agora sobe e descansa um pouco. – Pede sutilmente. – E não se esquece que ainda tem que me contar o que houve... Não vou esquecer tão fácil.

— Eu prometo que vou contar tudo... só me dá um pouco mais de tempo....

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora