Capítulo 87

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Anne

Sinto uma forte dor no peito assim que abro os olhos outra vez. Não havia sinal de luzes piscantes, nem vozes incessantes que pudesse me fazer inúmeras perguntas. Tudo estava calmo, silencioso... Tão tranquilo, que até comecei a me questionar se realmente estava acordada.

E pouco a pouco, começo a escutar alguns leves sons. A melodia da água correndo suavemente em uma pequena fonte. Fonte a qual funcionava de forma ternua, filtrando toda água que corria pelo tubo, até a sua superfície. Repetindo o mesmo processo de forma incesavel. Era gostoso de se escutar, e talvez até um pouco terapêutico. Um leve cantar de pássaros pequenos também soava como música, pareciam conversar entre si, interagindo de forma que apenas eles pudessem entender.

Quando tudo se tona nítido outra vez, percebo que estou em uma sala branca, cercada por algumas paredes grossas de um material espesso e aconchegante. O tecido da cama onde eu repousava fazia com que meu corpo nem ao menos desejasse se levantar. O cantar dos pássaros vinha de uma pequena janela, o som da água corrente de uma simpática fonte elétrica, sob uma mesa de escritório organizada, junto a alguns petiscos apetitosos.

Era tudo muito calmo e acolhedor, mas com o decorrer do tempo, e a medida que percebo estar sozinha, começo a sentir um terrível pânico, um medo incesavel e perturbador de estar trancada em algum tipo de covil de algum maníaco. Ou pior, talvez estivesse internada em uma clínica psiquiátrica....

—— PAPAI. – Grito. — Pai cadê você ? – Grito mais alto, correndo em direção a porta, que é aberta no mesmo momento.

— Calma, eu tô aqui, eu só saí pra pegar um café. – Ele me entrega um dos copos que segurava em suas mãos, com um capuchino cremoso bastante quente.

— Que lugar é esse ? Pra onde é que foi todo mundo ? E por que eu estou usando essa coisa ridícula ? – Me sinto assutada com a ausência das respostas. Tudo foi muito repentino e assustador. A poucos minutos eu estava em casa em uma festa lotada de pessoas e repórteres. E agora estava em um ambiente totalmente contraditório, tão calmo a ponto de me despertar medos profundos, medos que eu nem ao menos sabia que tinha. E o fato de não estar mais usando meu moletom, me deixou ainda mais assutada. Tudo que eu vestia agora era uma camiseta branca um de mangas longas, um pouco mais finas e frescas que o moletom, e uma calça do mesmo material.

— Respira Anne, você está segura. Está bem ! E não há motivos pra ficar com medo. – Responde tranquilamente. — Você desmaiou na festa, se sentiu sufocada e quase parou de respirar por conta disso. Aquelas roupas quentes só pioaram a situação, eu sei que você não gosta de usar outra coisa, por isso a Pepper achou melhor procurar algo mais confortável e que não fosse muito diferente do que você costuma vestir. E eu sei que você está com medo, e deve estar achando que tudo isso é uma loucura, mas eu tô preocupado com você Anne. Estou com medo de que você acabe se machucando, preocupado de que o seu medo te faça de refém. Não dá pra continuar desse jeito, por isso eu te trouxe pra cá, pra tentar ajudar você de alguma forma. Te fazer vencer o seu passado.

— Eu estou em um hospital psiquiátrico não é ? Você acha que eu tô maluca e agora quer me internar nesse lugar esquisito. – Gaguejo.

— Não é um hospital psiquiátrico Anne. É apenas uma clínica, e você não está internada. Pode sair a hora que quiser, e quando quiser. Eu não vou pedir que você fique, jamais poderia exigir isso de você. – Ele segura em uma de minhas mãos fazendo com que me sentasse outra vez a cama. — Mas como o seu pai, eu estou implorando, estou pedindo para que por favor, tente. Tente vencer isso filha, tente ser um pouco mais forte só por alguns dias. Eu não estou fazendo nada pra que se sinta mal, nem quero que você pense que isso é um tipo de prisão. Por que não é isso, eu só quero que você fique boa... Por que não dá pra viver assim, não dá pra viver se escondendo, e não dá pra viver com medo do que as pessoas podem ou não fazer. Você é uma menina incrível Anne, você consegue passar por isso, sei que consegue.

— Não... – Choramingo. — Eu tô com medo Papai, me leva pra casa por favor. – me sinto terrivelmente nervosa com a situação, aflita e confusa sobre o que eu deveria fazer. A ansiedade já era quase uma irmã para mim. E me ver naquele lugar de repente, de uma hora pra outra, foi quase como uma ameaça a esse sentimento. E é claro que o meu lado emotiva e impulsivo, não iria querer permitir que eu me curasse, pelo menos não sem me machucar um pouco mais.

— Por favor Anne, pense bem. Você sabe que eu jamais vou te obrigar a prosseguir com isso, se quiser mesmo ir embora, nós vamos agora mesmo. Mas se houver qualquer chance de reconsiderar, se existir qualquer porcentagem de chance ai dentro, que queira te fazer dar um fim nisso tudo. Então lute. Por favor lute pra vencer, por que eu não suporto mais te ver dessa maneira, não consigo. – Ele me abraça forte fazendo com que escapasse de seus olhos algumas lágrimas doloridas e emotivas, me deixando ainda mais sufocada, e ainda mais pressionada a respeito de tudo.

— Não me peça pra te levar pra casa, por favor me diga que vai tentar. Diga que você irá ficar e lutar. – Súplica. — Eu te amo Anne, e não suporto mais ver o seu rostinho triste... não suporto mais a ideia de que não posso ajudar você...

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Mais uma vez me perdoem pelo horário conturbado nas postagens ❤️

Capítulo de amanhã será postado no horário normal, entre as 10 e 12 da manhã.

Bjs <3

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora