Capítulo 33

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Anne

Peter estava passando mais tempo na torre do que normalmente passava. Com as noites em claro de pesquisas, Tony Finalmente tinha conseguido uma pista bem clara dos próximos passos do Rei do crime. Não demoraria muito até que atacassem... e isso com certeza havia me deixado ansiosa e preocupada. Aproveitei a semana para treinar a peça. E embora fosse um roteiro pequeno para cada dupla, era difícil levar as coisas a sério quando a sua dupla é o bobalhão do Peter Parker.

—— De novo repassando o Script ? – Ele entra na sala junto a MJ me dando um grande susto.

— Qual é Teioso, não sabe bater na porta? – Engulo seco ao notar a presença de MJ.

— Teioso ? Que apelido mais estranho é esse ? – Ela me olha desconfiada.

— A... é que...

— É por que ela me viu falar com o homem aranha outro dia. –  Interrompe Peter. — Eu estava pedindo pra tirar uma foto, e como ela estava na torre Acabou vendo tudinho. E agora fica me chamando desse apelido ridículo, não é Anne. – Ele me lança uma careta.

— É claro... – sorrio desconcertada. — Na verdade eu estava aqui revendo algums pontos do nosso roteiro. – Dou de ombros mudando de assunto.

— Eu acho que já estamos mais do que feras na peça... só o que está me deixando preocupado é o projeto para a exposição.

— Por falar nisso, olha só. – Eu o puxo pelo pulso até o quarto jogando algumas de minhas telas ao chão. — Eu nem sempre gostei de pintura, no começo era entediante e muito cansativo. Mas quando se passa quase a vida toda no quarto, e sem amigos...você acaba pegando gosto pela coisa.

— Uau – Suspira. — São tão lindas Anne... Por que você não abre uma confecção só sua ? Tenho certeza que iria bombar.

— Eu já abri uma... Só que não era só minha. – Explico. — Eu não uso mais isso como um hobby...só fazia pra pagar meus estudos, agora que tenho o meu pai, não preciso mais me preocupar com isso.

— Eu acho que você tem um talento incrível, deveria sim investir nisso. – Retruca MJ. — Tenho certeza que se falasse pro Tony o quanto gosta de arte, ele moveria céus e terras só pra te dar o que você quisesse.

— Eu não gosto de ficar pedindo muitas coisas a ele, já é suficiente ter me tirado daquele lugar horrível. Acho que nunca vou poder agradecer o suficiente por isso. – Suspiro. — A... Ele tá fazendo uma armadura pra mim também. – Dou um grande sorriso para Peter na tentativa de o deixar com ciúmes.

— Sério ? Que legal – Ele grita empolgado. — e como ela é ?

Acho que não deu muito certo...

— É parecida com a dele, com algumas mudanças na cor, e umas melhorias bem bacanas. Acredita que agora eu poderia guardar ela dentro da mochila do colégio? Ou sei lá....alguma coisa bem menor.

— E como é que você guardaria uma armadura dentro de uma bolsa ? – MJ enruga o nariz.

— Ele desenvolveu um modelo muito mais avançado, é tipo um botão automático... você só aperta e ela se modula ao seu corpo. — Falo orgulhosa.

— Eu adoraria ter um pai gênio. – Peter encolhe os ombros. — Pensando bem...nem precisava ser gênio... só ter um pai tava bom.

— É... Eu já vou indo... Tenho que passar em casa antes do colégio. – Gagueja MJ. — Vejo vocês lá bobões. – Ela sai antes que eu pudesse pedir para ir conosco.

— Bom...eu acho que a gente poderia fazer algo que misturasse tecnologia de ponta com a arte de suas telas.

— Que ? – Balanço a cabeça para Peter ainda perdida.

— O trabalho... – murmura. —  Tá com a cabeça na lua é ?

— A verdade, foi mal.

Por um momento me senti desligada, talvez um pouco culpada... Eu sabia que Peter só tinha sua tia de família, e sabia também que meu pai era a imagem paterna mais próxima que ele tinha. Por um tempo senti um peso na consciência devido ao meu pequeno ciúme. Talvez eu estivesse agindo de maneira infantil, e aquilo acabou me chateando, mesmo que ele nem se quer tivesse notado.

— Eu tinha tido uma ideia na noite passada, achei que poderia esperar vir algo melhor, mas agora que você me mostrou as suas telas, eu acho que já sei exatamente o que nós vamos apresentar. – Peter dá um grande sorriso colocando uma de minhas telas sob o chão, me puxando para que se sentasse ao lado.

— E se por acaso, nós pudéssemos construir uma máquina que seja capaz de desenhar telas como essas ? – Sugere.

— Eu não sei... Por que as pessoas pagariam por uma máquina que faz algo que uma pessoa comum também consegue ?

— Tem razão, foi uma péssima idéia. – Ele sopra. — As vezes minha cabeça só me dá idéias imbecis.

Deixo escapar um grande sorriso de canto ao terminar de o escutar. — PETER VOCÊ É UM GÊNIO – Grito.

— Gênio ? Por que ? – Ele se assusta.

— Cabeça, mente... Essa é a solução pro nosso projeto. – Falo empolgada.

— Não me leve a mal mais eu não faço ideia do que você tá falando.

— Aí Teioso pensa – Resmungo. -— Seria muito comum criar uma máquina que pudesse pintar telas artísticas... Mas e se pudéssemos construir uma, que seja capaz de pintar em quadros as memórias mais felizes do ser humano ? Algo que seja capaz de acessar até às coisas que já foram esquecidas. – Gesticulo.

— Acha que podemos fazer algo assim ?

— Mais é claro que sim – Bufo. — Já existem aparelhos capazes de controlar nossos sonhos. A tecnologia deles é absurdamente mediana... Não vai ser trabalho pra mim fazer um que possa acessar as memórias.

— Não é atoa que tem Strak no seu sobrenome. – Ele me olha boquiaberto. — Vai ser difícil me acostumar a não ser mais o número um da turma. – Sorri — E onde é que vamos conseguir materiais avançados de tecnologia pra construir uma coisa do tipo ? Digo... você acabou de dizer que não gosta muito de pedir as coisas ao Tony.

— É mas eu não vou pedir. – Dou de ombros. — Eu só vou comprar.

— Como é que é ?

— Ele me deu um cartão a uns dias, não tem limite. Só usei pra comprar algumas roupas outro dia. – Falo baixo. — Ele disse que eu poderia usar como quiser.

— Não é por nada...mas eu tenho quase certeza que vamos levar o primeiro lugar desse projeto. – Rimos juntos.

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora