capítulo 86

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Narrativa

—— Eu Sinto muito senhor, eu juro que não tive a intenção de a assustar.  – Gagueja. — Só queria tirar uma dúvida da minha cabeça, por que eu acho que estou cometendo um erro terrível sempre que tento me aproximar. E ela é muito importante pra mim, tão importante que eu não posso deixar de viver sem ela.

Tony não sabia por onde começar aquela conversa, e não tinha ideia de quais palavras usar. Mas por se tratar do bem estar e saúde mental de sua filha, ele não iria hesitar em tentar lhe proporcionar a melhor vida possível, mesmo que isso talvez pudesse de alguma forma magoar o garoto... Por outro lado, ele sabia o quanto Anne era importante para Peter, e esperava que ele pudesse compreender sua decisão.

— Escuta Pirralho. – Murmura colocando sua mão sob o ombro de Peter. — eu sei que você gosta muito dela, isso já ficou claro a um tempo. Mas a Anne já passou por muita coisa, ela teve uma infância terrível, completamente injusta, e diferente da que ela realmente deveria ter. Ela cresceu em uma casa onde não havia amor, cresceu com medo, e acreditou por muitos anos que não deveria confiar em absolutamente ninguém. Ela se esconde debaixo daqueles moletons e tenta mentir pra ela mesma que eles vão servir de escudo contra alguém que possa querer a fazer mal. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, e não é assim que as coisas deveriam ser também.

Peter nega sutilmente com a cabeça derramando algumas lágrimas em seus sapatos. — então eu tava certo... – Suspira. — Fizeram mesmo mal a ela. – Ele Soluça repetidamente se sentindo totalmente destruído com aquele fato terrível.

— Eu sei, dói em mim ter que falar sobre isso também. – Responde baixo. — Eu ainda não consegui deixar de me culpar por não ter estado lá com ela todos esse anos, por não a ter protegido daquele imbecil idiota do Hammer. Mas ela está aqui comigo hoje, ela me chama de pai. – Tony da um sorriso fechado contendo ao máximo suas emoções. — É...eu sei que isso é idiota por que ela é realmente minha filha e eu sou o pai dela. Mas quando chegou aqui ela só se referia a mim como Tony... Tony isso, Tony aquilo. E hoje ela me chama de paí. Ela confia em mim, e eu sei que um dia ela vai conseguir confiar totalmente em você também garoto. Por que você faz parte da vida dela. Mas agora não é o momento, e ela não está pronta pra dizer que te ama, e eu peço que você por favor não cobre isso dela.

— É claro, mais é claro senhor eu fui um idiota. Não devia ter ficado repetindo mil vezes que amava ela daquela forma. Eu não quis parecer um maluco desesperado. Nem quis a assustar também. – Gagueja. — Eu não fazia ideia do que ela já tinha passado, e agora que sei eu vejo o quanto me precipitei em relação a ela.

— Ela precisa de ajuda, e eu não vou pedir que você se afaste por que estaria a magoando bastante. Só o que eu peço é que você seja amigo dela, seja alguém que ela pode confiar e não se sinta cobrada em relação a nada ! Por que eu não quero que ela se sinta assim. Não quero que ela ache que existe um limite de tempo no qual ela precise deixar de ter medo, eu só quero que isso aconteça de forma natural e tranquila, da melhor forma possível. E quando ela finalmente estiver bem, e segura do que ela realmente quer, aí talvez... só talvez. Eu pensei se vocês podem ou não ficar juntos. – Tony faz uma careta um pouco enciumado. — Claro que vão ter muitas regras, e eu não vou querer nenhum tipo de grude por que vocês ainda são crianças, então nem pense que vou facilitar pra vocês.

Peter da um sorriso grande aliviado por não ter que se afastar em definitivo da menina, abraçando Tony fortemente. — Obrigada senhor, eu prometo que não vou fazer mais nenhuma pergunta idiota.

— Acho bom mesmo. – Agora volta lá pra baixo, e finge que nunca tivemos essa conversa.

•••

Anne não teve a intenção de reagir daquela forma, na verdade ela até achava que Peter merecia saber a verdade sobre tudo. Mas para ela ainda era difícil tocar em tal assunto, e era ainda mais difícil a sensação de que talvez ele pudesse reagir mal a sua resposta, que a julgasse como uma menina boba apegada ao passado, e com medo de algo que já não poderia mais a machucar. E mesmo tendo noção de que o garoto jamais iria agir de tal maneira, Anne ainda tinha muitas inseguranças, e infelizmente, ela sabia que ainda iria ter de lidar com situações parecidas ao longo da sua vida. Mesmo que seu padrasto estivesse morto.

— Está gostando da festa ? – Pepper passa um de seus braços em volta dos ombros da garota, a trazendo de volta a realidade. — Eu fiz tudo com muito carinho, passei a última semana pelejando cada detalhe.

A garota sorri de forma discreta um pouco incomodada com a quantidade de câmeras a sua volta. — Eu adorei, você sempre arrasa em tudo o que faz.

— Senhorita Stark, se importa em dar uma palavrinha com a nossa comitiva ? – Alguns repórteres começaram a se aproximar cada vez mais, sendo impedidos de chegar até a garota pelos seguranças. — Nós queremos saber sobre a sua mãe. O que aconteceu com ela ? Por que ela não retornou a empresa após o incidente em nova York ?

Anne se sentiu sufocada mais uma vez, pressionada com a quantidade de perguntas e questionamentos. A imprensa não costumava ser pacífica com absolutamente ninguém, ainda mais quando se tratava de alguém de nome tão conhecido. Anne era quase um fenômeno, e conseguir uma entrevista com a garota era atualmente um dos maiores desejos da mídia. Uma vez que dês de que se mudou para morrar com seu pai, ela nunca havia dado um parecer público sobre sua vida pessoal. Exceto por aquela única vez na torre Stark.

— Eu acho que preciso de um pouco mais de ar, só um pouco... – A menina se segura aos ombros de Pepper caindo pálida ao chão.

— Aí meu Deus, Anne, Anne fala comigo. Alguém chama um médico por favor. – Grita.

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Perdão pela demora de postar hoje gente...

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora