Capítulo 77

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Anne

—— PAPAI, PAI FALA COMIGO. – Me sinto perdida em meio a todas as minhas lágrimas. Não conseguia parar de soluçar, e cada segundo que se passava, mais difícil ficava de o segurar. — Vai da tudo certo, eu tô com você pai, não vou te soltar.

Eu não tinha muita força, e ele já não estava mais acordado, não possuía nenhum controle sob si mesmo, de modo que se eu soltasse sua mão, poderia ser a última vez que fosse o ver em toda minha vida. E quando escutei o som do raio se chocar contra o núcleo, torci mais do que nunca para eu tudo aquilo acabasse logo...rezei para que caíssemos ao chão, buscando ainda ter qualquer sinal de esperança que tudo pudesse ficar bem.

— Quebra.... Quebra logo. – Grito com todas as minhas forças  desviando a energia do reator direto para o centro do núcleo de energia. Levou algum tempo, e por um segundo achei que seria esmagada por tudo aquilo, mas logo o plano começou a dar certo, e pouco a pouco, tudo começou a se rachar.

— Isso... isso mesmo. – Quando vejo todas aquelas rochas se espedassarem pelo ar, não penso duas vezes antes de me abraçar firme ao meu pai, na tentativa de fugir com velocidade de todo aquele show de meteoros de terra, antes que acabassemos sendo esmagados ou algo bem pior.

— Sexta feira, é você quem está aí também ? Com qual IA eu estou falando agora ? – Pergunto ainda correndo a todo vapor conta o chão.

Sim, senhorita Stark, estou a disposição.

O meu pai vai morrer, ele precisa de oxigênio, e precisa do reator ARC de volta. Eu não consigo tirar por que ele apertou algum tipo de sistema de segurança. Você vai ter que me ajudar, vai ter que me dizer o que fazer por que eu não quero perde-lo. – Gaguejo.

Infelizmente, não tenho autorização para burlar nenhum sistema projetado pelo senhor Stark, os comandos estão ordenando que esteja em segurança antes de se desfazer de qualquer parte da armadura. 

Qual é – Berro. — ELE VAI MORRER, vai morrer se não fizermos nada, e está me dizendo que vai deixar o seu chefe partir por que não pode violar o sistema que ele mesmo criou ? – Sopro. — O Jarvis era bem melhor que isso se você quer saber. Além disso não precisa violar nenhum protocolo da armadura, eu só preciso do reator ARC ! Sem ele os estilhaços vão acabar penetrando no coração do meu pai. Então trate de tirar esse negócio do meu peito agora Sexta feira. É uma ordem!

Reator desativado.

Dou um longo Suspiro de alívio assim que o dispositivo finalmente tem a sua trava desbloqueada. — Graças a Deus. – Sorrio. — Espero que eu consiga encaixar esse troço.

Antes que eu pudesse ter qualquer tipo de atitude em relação ao reator, sinto uma grande rocha se chocar contra minhas costas, o que fez com que eu largasse o dispositivo de forma involuntária, caindo em meio ao mar para longe de onde eu o pudesse enxergar. A água do mar estava completamente escura a minha volta, devido a grande quantidade de terra e destroços que estavam caindo. A armadura me protegeu do impacto, e embora ainda pudesse respirar com o auxílio da reserva de oxigênio, eu não estava conseguindo manter a minha mente ativa, e pouco a pouco, toda aquela água começou a entrar pelo encaixe do reator, de modo que todo meu subconsciente começou a se embaralhar, como se eu estivesse presa a uma roda gigante. Girando e girando...sem sair do lugar.

Eu soltei...eu soltei a mão dele. – Penso repetidamente, sentindo uma forte dor de cabeça, fazendo com que minhas pálpebras ficassem cada vez mais pesadas.

Chefe, acorde.
Não pode desmaiar agora.

Sexta feira tomou algumas medidas de segurança para me manter ativa. Os jatos de vôo não conseguiam funcionar sem ajuda do reator. O qual agora estava perdido em meio aquela imensidão de água, assim como meu pai também...

E mesmo com sua ajuda, mesmo tendo total condições de sair daquela água, eu não Tentei lutar... nem se quer podia me mover do lugar. Por que a verdade é que eu não queria sair, não queria lutar para sobreviver se não tivesse meu pai ao meu lado. Não queria estar viva se ele também não estivesse... E se não fosse por minha culpa, se não fosse a minha intromissão em desobedecer suas ordens mais uma vez, nada daquilo estaria acontecendo...e talvez a essa altura, eu até já estivesse o abraçando novamente. E não ali...perdida em meio ao mar, sem saber em qual direção deveria seguir...

E quando estava prestes a finalmente aceitar o meu destino, sinto alguém me puxar de volta a superfície, caindo sob a areia da praia, totalmente confusa e Dolorida.

— Menina Strak, tá me ouvindo ? – Sussurra Thor. — Cadê o Tony ? Por que você tá com a armadura dele ? – Assim que percebe minha dificuldade para respirar normalmente, Thor arranca o capacete de minha armadura, deixando com que o vento batesse sob meu rosto mais uma vez. — Ei, está me ouvindo ? – Inssite.

— Thor... – Susurro fraca. — O meu pai... tenho que achar o meu pai. — Faço força para me levantar sentindo algumas dores agudas pelo corpo, como se tivesse fraturado algum osso na queda.

— É melhor ficar aí, você não me parece muito bem. – Ele faz uma careta de preocupação colocando a mão sob minha testa. — Só me diz onde foi que ele caiu, não temos muito tempo.

— Eu prometi que não ia soltar ele. – Falo entre lágrimas. — Eu prometi que ia continuar segurando sua mão... E eu não consegui. Não consegui deixar ele por perto. E ainda perdi o reator. – Gaguejo. — Por favor Thor acha ele, por favor ajuda o meu pai.

O Desespero com certeza era o pior dos sentimentos que qualquer pessoa podia presenciar e sentir. Era uma mistura de tudo aquilo que mais tememos... O medo, a angústia, a dor, a solidão... Quando se está desesperado por respostas, ou até mesmo desesperado para saber a verdade, você se sente totalmente inútil, incapaz, fraca...

E quanto mais o tempo o passava, mais vezes eu repetia para mim mesma... — Você o matou Anne... você matou o seu pai.

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora