Capítulo 81

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Anne

Após minha longa conversa com o doutor Omalley, eu pudia me sentir um pouco menos culpada com toda aquela situação. E embora a angústia em meu peito ainda permanece enorme, o sentimento de que tudo de certa forma era pura e unicamente minha culpa estava menor, e talvez eu realmente devesse aprender com meus Eros, me tornar uma pessoa de mais responsabilidade. Embora isso com certeza não fosse ser uma tarefa fácil...

—— Eu vou deixar que você entre e possa falar com ele durante alguns minutos, depois outra pessoa entra. – Fala George. — Tente não o abraçar nem nada do tipo, ele acabou de passar por uma cirurgia muito delicada. Mas pode segurar a mão dele se quiser, e até conversar. Aposto que ele pode te ouvir. – O doutor deixa a sala junto a Pepper que me dá um beijo terno ao canto da bochecha.

— Estou esperando aqui fora.

— Obrigada. – Dou um sorriso fraco para ela antes de me sentar a um pequeno banco ao lado da cama, segurando vagarosamente em uma das mãos do meu pai, tomando cuidado para não arancar nenhum daqueles fios estranhos.

Seu rosto estava com dois pequenos curativos assim como o meu. E em seu nariz havia um pequeno respirador. Era difícil o ver naquela cama, de olhos fechados e tão machucado... Era como se alguém te amarrasse, e lhe obrigasse a assitir a pessoa que ama ser ferida. Eu não podia fazer nada, não podia o ajudar, e isso aumentou mais uma vez o meu sentimento de culpa.

— Sabe pai... quando eu desci daquela nave, eu dei um beijo no rosto do Peter. – Deixo escapar uma gargalhada fina involuntariamente, junto a algumas lágrimas teimosas que correram por minhas bochechas. — É...eu não tenho ideia de onde tirei coragem pra isso. Na verdade eu sinto que foi mais um impulso sabe ? Achei que ia morrer, que de certa forma eu estava indo para uma missão suicida e tudo aquilo seria esquecido.

— Mas aí você veio com esse seu jeito de pessoa mandona, colocou sua armadura em mim, e estava disposto a se sacrificar só para que eu pudesse ficar bem. – Soluço. — Eu não sei se isso me deixa emotiva ou incrivelmente irritada. – sorrio encostando sua mão em meu rosto.

— Não sei por que estou falando nada disso pra você. Tenho certeza que não gostaria de me ver falando sobre o quanto estou nervosa, muito menos sobre um beijo no rosto com o Peter. A verdade é que eu acho que gosto dele pai... gosto bastante mesmo. Mas não tenho ideia se estou pronta pra dizer isso de verdade. Nós até já quase chegamos a nós beijar, algumas vezes, acredita ? Só que eu obviamente dei pra trás e não consegui... – Suspiro. — Eu não sei, talvez eu nunca consiga voltar a ser a garota que eu era antes de todo aquele trauma terrível. Mas tenho certeza que com sua ajuda as coisas vão voltar a ser o que era antes.

Ainda o observando naquela cama, pálido e de olhos fechados, lhe dou um beijo sutil sob o rosto assim que percebo o médico voltar a sala acompanhado de Peter. — Já passou o seu tempo de visita senhorita, agora é a vez do desse baixinho aqui. – George bagunça os cabelos de Peter o deixando a porta de entrada na sala.

— É, você é mesmo baixinho. – Gargalho em uma tentativa de esconder as minhas lágrimas.

— Olha quem fala, você é mais baixa que eu. – Murmura com uma careta. — Como ele está ? – pergunta preocupado.

— Sorte de vocês que eu não posso me levantar dessa cama. Caso contrário estariam ferrados agora. – Quando escuto a voz do meu pai outra vez, foi como se eu tivesse acordado de pesadelo. Eu não conseguia acreditar, e minha felicidade foi tão grande, que o primeiro impulso que tive foi de lhe abraçar forte, ignorando completamente as ordens dos médicos.

— Pai, aí meu Deus, eu não acredito. – Grito.

— Aí, péssima idéia pequena Strak. – Grunhi com uma careta de dor.

— Me desculpa, eu esqueci completamente da cirurgia. – Gargalho alto. — Está se sentindo bem ? Quer que eu chame os médicos ? Tá todo mundo lá fora esperando que você acorde. Eu estou tão feliz em te ver de novo...

Peter se sente completamente empolgado com o fato de que meu pai estava acordado outra vez, o que o levou a uma reação repentina de me abraçar forte, o que aparentemente, não o deixou exatamente contente.

— EI, eu estou aqui sabia ? 50 centímetros de distância vocês dois. – Rosna. — Ou melhor, 50 metros ! É isso aí, acho que assim tá bom.

— Que bicho mordeu ele ? – Peter me olha totalmente perdido sem entender a reação repentina e um pouco ríspida de Tony.

— Vem cá pai...por acaso você estava escutando aquela minha conversa triste a respeito dos meu sentimentos ? – Gaguejo.

— CADA PALAVRA. – Soletra.

— A que bom. – Sorrio nervosa. — Isso quer dizer que agora você sabe o quanto fiquei preocupada não é ? Quer saber, eu vou lá fora chamar a Pepe, tenho certeza que ela também vai adorar te ver acordados.

— Anne Stark volte já aqui ! – Berra.

— Gente, ele acordou. – Grito ao corredor recebendo todos os olhares possível. — É ele tá muito agitado, acho que tá sentindo algum tipo de incômodo nas ataduras não é pai ? Ele até tá pedindo pra trocarem. – minto.

— Sua pestinha, espera só até eu poder sair dessa cama. – Ele aperta os olhos sem acreditar em minhas palavras.

— Aí meu Deus Tony. – Pepper dá um sorriso grande ao entrar no quarto. — Graças a Deus que está vivo meu bem. Como está se sentindo ? Quer que eu faça alguma coisa por você ?

— Na verdade sim, traz o pirralho aqui pra bem perto, mas tipo... perto o suficiente pra mim conseguir esganar ele. – Sussurra com dificuldade.

— Como é ? – Pepper olha confusa para Peter que retribui com a mesma expressão. — Do que é que ele tá falando gente ?

— Eu também não sei, vai ver ele tá irritado comigo por alguma coisa. – Gagueja.

— É uma longa história gente. – Suspiro. — Longa história...

O meu pai é o Tony Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora