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Acontece que sua pele é macia e atrativa que não consigo parar de acariciar seu rosto, ele é hipnotizante. Eu não deveria, mas eu estou. É um simples e terrível fato. Percebi que sua pele se torna diferente perto do pescoço, parece que está... escurecida. Eu toquei, o rosnado que veio do seu peito e o arrepio que nasceu do fundo do meu íntimo me deixou aterrorizada, isso é magia obscurecida!

- O que você fez? - Perguntei baixo e preocupada.

- Não é nada. - Me disse entredentes e subiu minha mão para o seu rosto. - Apenas... ignore. - Me pediu suspirando.

Eu ia falar, mas ele me calou com o olhar. Ouvimos gritos distantes, ele me ajudou a me levantar, ele é um pouco mais alto que eu, poucas pessoas são mais altas que eu. Ele deslizou os dedos pelo meu braço deixando um rastro eletrizante, ele entrelaçou seus dedos ao meu, descansou sua testa na minha e antes que percebesse, fechei nossos dedos e ele me deu um sorriso lateral, meu estômago dançou com isso. Como um simples humano pode ser tão belo assim?

- Fale a minha irmã para olhar através. - Me disse baixo e foi inevitável descobrir que sua voz mexe comigo.

- Sua irmã?

- Clara Karin. - Ele disse encostando seu corpo ao meu e acariciando meu rosto. - Ah porra...

- Você não tem um palavreado muito elegante. - Eu disse e ele riu.

Como uma risada pode me deixar tão eufórica assim? Ele tirou de seu pescoço um colar prateado moldado em... coração com asas. É uma joia delicada.

Ele a prendeu no meu pescoço.

Passei os dedos pelas asas e me surpreendi, as asas estão afiadas como pequenas lâminas. Eu não sabia que platina poderia ser afiada assim. Ele sorriu fraco e levou o corte até os lábios, ele lambeu o corte, sei o que meu sangue faz com os humanos, mas não o tirei da sua boca, nem quando meu rosto e meus ombros ficaram quentes. Senti ele me soltando e uma sensação de urgência me tomou.

- Eu volto para buscar o que é meu.

- Vou guardá-lo.

Sua voz rouca me causa arrepios, meu corpo ficou quente principalmente a área embaixo do estômago, a vontade de me esconder cresceu, mas me esconder de que? E para que? Talvez eu devesse. Esse humano me deixa agitada de uma forma que nunca senti antes. Isso é perigoso.

- Feche os olhos.

- Se eu fechar você vai desaparecer. - Eu rebati rápido e desesperada.

Sua presença mexe comigo de inúmeras formas que eu não sei explicar. Eu devo deixá-lo ir, ele me salvou, nossa história acaba aqui, então porque eu fico desesperada ao pensar nessa possibilidade?

- Eu disse, eu volto. – Sua voz intensa... não deveria, mas mexe comigo.

- Pelo colar. – Rebati.

Ele desapareceu tão rápido quanto veio.

Hércules, Nyra e Mycka chegaram não muito depois. Eu me surpreendi ao ver uma garota com cabelos claros ao ponto de confundi-los com o branco puro. Ela... me lembra ele. Clara Karin. Ela é charmosa, se não fosse humana seria um animal pequeno e fofo, talvez um hamster.

- Polly?! Onde você estava?!

Nyra praticamente pulou em meus braços e a recebi com gemidos, ela se afastou.

- Desculpa!

- Nyra, quem é ela?

Eu olhei para a loira procurando minha confirmação.

- Ah, desculpe. Polly, Clara, Clara, Polly.

- Clara, será que podemos falar?

Perguntei e ela concordou e veio para perto. Olhei para Nyra e ela se afastou. A primeira coisa que Clara percebeu e sorriu ao ver, foi o colar.

O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora