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- Mamãe? – Procurei por ela. – Mamãe?

Procurei corredores adentro sem nenhum rastro da minha mãe, procurei pelo meu pai e não o achei também. Comecei a correr enquanto procurava por eles, eles tinham me deixado sozinha? Eles me abandonaram nesse castelo? Eu... eu os assustei? Foi minha culpa? Foi eu que expulsei meus pais de casa? Isso é culpa minha? Se alguém conversar comigo eu vou assustar essa pessoa. E-eu-

- Lótus? Está tudo bem? – Tio Ai me pegou no colo. – Porque está chorando?

- E-e-eu-

- Está tudo bem. – Ele começou a me ninar, mesmo eu tendo dez anos ele ainda faz isso. – Está tudo bem. – Enfiou a mão no meu cabelo e começou a fazer carinho na minha cabeça.

- M-minha mãe-

- Está tudo bem, ela e seu pai saíram, eu vou te levar até eles.

Tio Ai me levou até os meus pais que estavam olhando o céu.

- Ana. - Tio chamou a mãe.

Meus pais me olharam e minha mãe se levantou do chão e veio até mim.

- O que aconteceu? – Minha mãe perguntou enquanto me pegava no colo e me ninava.

- Ela estava com medo. – Tio ai disse e me deu um beijo na testa e depois saiu.

Minha mãe me levou para perto do meu pai e me colocou em seu colo, meu pai tirou meus sapatos e me pegou do colo da minha minha e me colocou nas costas, se levantou e foi caminhar comigo e com a minha mãe.

- O que aconteceu, meu amor? Porque você ficou com medo? – Minha mãe me perguntou com muita ansiedade e me recusei a responder.

- Você teve um pesadelo, não foi? – Meu pai me perguntou calmo. Eu gosto de quando ele fala assim comigo, eu não me sinto sozinha assim. – Quer me contar? Eu vou ouvir você.

- Papai... você me promete uma coisa? – Perguntei com receio antes de contar.

- Se estiver ao meu alcance eu lhe dou a minha palavra. – Falou sério.

- Quando eu achar alguém como a mamãe, você vai me levar até ele?

Meu pai parou, pensou um pouco, voltou a andar e me respondeu com delicadeza e seriedade.

- Polly, quando você encontrar alguém que é como sua mãe, você vai amar com todas as forças e vai se arriscar por ele, vai fazer coisas impossíveis por ele. – Me colocou no seu colo, me encarou e colocou uma mecha do meu cabelo na orelha. – Quando eu conhecer esse rapaz e ter a certeza de que ele é o melhor para você, quando esse dia chegar, eu lhe dou minha palavra que eu te levarei até ele e terei orgulho de entregar você para ele.

Abracei meu pai com força e solucei.

- Eu estava crescida, mamãe estava chorando e me falando que eu estava bonita. – Senti uma mão passar pelo meu cabelo, era minha mãe me acalmando. – Eu saí do quarto e fui até você, você me olhou e me disse que eu estava perfeita e você estava brilhando papai. Você estava brilhando.

- Isso é novo. – Ele comentou.

- Você me entregou para ele, eu não vi o rosto dele direito, mas a mão dele era igual a sua. – Mostrei a mão para o meu pai e ele juntou a sua com a minha, brinquei com as duas veias que estavam saltadas. – Ele era forte.

Quando não falei mais, ele apertou a minha mão. – Então, o que aconteceu?

- Quando eu disse sim... – Comecei a tremer. – Ele beijou minha testa e quando eu me virei... papai... estava tudo vermelho, o s-sangue estava aumentando e e-eu estava com as suas adagas... ele passou as m-mãos c-com sangue no meu v-vestido e me puxou para e-ele.

- O que ele disse? – Meu pai estava sério e irritado. – Polly, meu amor, o que ele disse?

Eu comecei a chorar. – B-b-boa g-garota. – Solucei.

- Olha para mim. – Meu pai me fez encarar. – Eu lhe dou a minha palavra de pai e de rei que eu nunca vou deixar você sozinha, me ouviu?

Concordei com a cabeça.

- Eu quero saber se me ouviu.

- S-sim.

- Meu amor, eu e seu pai nunca vamos te abandonar. – Ela me beijou. – Nunca vamos te deixar sozinha meu amor. Nunca.

- N-nunca?

- É uma promessa.

Olhei para o céu tocando meu rosto. Já está amanhecendo. Eu acho que minha família tem a tendência de quebrar promessas.

No caminho para Porto Distante me peguei pensando, o que eu vou fazer quando encontrar Legolas? Ele é meu primo ao mesmo tempo que é meu inimigo, ele é minha família e minha maior dor. Eu sei que posso matá-lo porque estou mais forte agora, mas se eu fizer, o quão semelhante a ele eu estou me tornando? que isso me faz diferente dele?

Sei que as pessoas acreditam que "os fins justificam os meios", mas para derrotar o monstro, eu deveria me tornar um monstro também? Esse é o jeito certo a se fazer, mas... é uma linha tênue entre a justiça e a vingança. Eu tenho que tomar cuidado... Eu não posso esquecer essa linha. Eu não posso.

- Ivan?

- Espera ai, to comendo. - Ele me disse de boca cheia. Engoliu. - O que 'cê quer?

- Eu posso usar magia, mas não posso usar a elemental. - Eu disse e fiz minhas mãos entrarem em combustão. - Mas agora eu uso a magia elemental e é tão fácil quanto respirar.

- E daí?

- E daí, que meus pais demoraram séculos para mover uma pedra de um lugar para o outro!

- Seus pais não eram elementais, você é.

- Ivan, presta atenção! Eu não sou uma elemental!

- Então eu to cego pra caralho. - Deu de ombros.

- Não, você não está entendendo! - Falei frustrada. - Eu não sou uma elemental e não sei usar a magia elemental, então porque a Mãe me transformou em uma?

- Eu sei lá, por piedade?

- Ah, eu desisto de tentar conversar com você.

- Tá, mas fala aí.

- O que?

- O que você vai fazer quando encontrar seu primo?

Apertei as mãos e o nervosismo me corroeu.

- Eu não sei. - Falei baixo.

- Se não sabe, então porque veio tão convencida de que sabia?

- Eu.

Aaron relinchou e foi capturado. Ivan e eu nos preparamos para a batalha, soldados surgiram de todos os lados, eles estão bem armados, minhas adagas e a alabarda de Ivan brilharam, o feitiço que Lucas nos deu para que nossas armas possam perfurar as armaduras é muito útil.

- Você pega os da direita e eu lá da esquerda? - Perguntou animado.

- Seria mais fácil você sentar e observar enquanto eu acabo com eles. - Respondi.

- Até parece que eu vou deixar a diversão para você. - Rebateu. - Um.

- Dois. Ataquei primeiro. Eu não preciso mirar nos pontos fatais, apenas retardá-los para poder fugir. É o que eu pensei, mas os soldados estão dificultando muito isso. A estratégia de defender, defender, defender e atacar, é surpreendente porque eles mudam a ordem e eu não consigo pegar o ritmo da luta. Ivan iria ser atacado por trás, mas ataquei o soldado primeiro e defendi Ivan, usei o impacto do chute para atacar outro soldado.

O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora