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Respiro fundo para manter o controle das minhas emoções.

- O que você sabe?

- Rotas e planos estratégicos sobre onde e quando ele vai estar.

- Mostre-me. - Ordeno seriamente.

- O acordo de antes, ainda se mantém?

- Sim. - Respondo sem pensar nas consequências. - O acordo sem mantém.

- Bom. - Me diz em um tom sombrio, o arrepio que percorre minha espinha me diz claramente que eu cometi um erro em manter o acordo. - Siga-me.

Começamos a caminhar em direção a algum lugar. O silêncio sufocante entre nós está me deixando nervosa. Eu não o conheço e aceitei um acordo as cegas, um acordo que possivelmente vou me arrepender muito em breve. Parece que Lucas confia em mim e parece que eu contei um pouco de mim para ele e eu não sei nada sobre ele.

- Porque está me ajudando?

Lucas fica em silêncio por um ou dois minutos antes de me responder.

- Não foi apenas você que perdeu pessoas. Todos nós temos uma família e assim como você perdeu a sua, eu também perdi a minha.

- Eu sinto muito. - Digo.

- Não, não sente. - Me diz e foca no caminho a frente. - Não se sente compaixão por pessoas que não se conhece.

Fico quieta. O vento passa entre nós e agora que consigo reparar bem, o seu braço...

- Foi assim que perdeu o braço? - Acabo fazendo uma pergunta indelicada.

- Sim. - Me responde friamente. - O lembrete de uma lição que aprendi.

- Qual?

- Sempre se deve escolher a família.

- Você disse que eu trabalho para você agora. - Lucas acena, concordando. - Mas não sou de muita ajuda a você, meu poder... está fora de controle.

- Seu poder é fruto de suas emoções, controle suas emoções e controlará seu poder.

- Eu... não sei como.

- Vou lhe mostrar como fazer. - Olha para mim. - Assim como fiz antes.

Cavalgamos até uma casa grande, deixamos os cavalos em um estábulo perto e vamos para a casa. Lucas me apresentou aos quartos, cozinha, biblioteca e por fim a área de treino.

- Agora que se lembrou onde as coisas estão, seu parceiro chegará em breve.

- Eu tenho um parceiro? - Pergunto confusa. - Eu achei que trabalhava sozinha.

- Não, vocês trabalham juntos. Você tomou lugar do antigo parceiro dele. - Me diz e entrega uma pedra de amolar. - Acho que vai precisar.

- Lucas?

Uma criatura com escamas aparece, me surpreendo ao ver ele é um draconato! Eu achei que eles estivessem extintos! Draconatos são criaturas com sangue de dragão, nos livros que li, as lendas mudavam, mas sempre tinha uma coisa em comum, um humano foi digno o suficiente para ser cavaleiro de um dragão e confiável o suficiente para receber a bênção dele. Quando o humano tomou o sangue do dragão, seu corpo mudou, seu poder, sua velocidade, sua força, foram alteradas e o humano se tornou uma criatura cuja dignidade fora respeitável o suficiente para que pudesse estar nos céus com um dragão.

Mas essa criatura ainda era humana, e com o tempo, eles ficaram desejosos demais e a caça e desejo por sangue, fez com que os dragões fossem extintos. Assim como minha raça. Humanos... destroem o que é bom e puro e destroem qualquer dignidade existente.

O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora