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- Não, obrigada.

Quando fui pegar o leite, Ivan começou a dar uma risada maliciosa.

- 'Cê gosta de leite, né safada?

- Ivan! - O repreendi e ele riu. - Ah pelo amor da Mãe, você parece um adolescente na puberdade!

- Uhum, sei, sei, sou eu que pareço um adolescente na puberdade. - Me deu uma olhada maliciosa. - Safadenha.

- Ivan.

Eu comecei a rir, não é possível que eu esteja passando por uma situação ridícula como essa, senti meu rosto ficar quente, pela situação absurdamente ridícula que está acontecendo comigo.

- Alá, tá ficando vermelhinha!

- Você não tem trabalho não?!

- Ter, eu até tenho, mas eu prefiro ficar infernizando a sua vida.

- A sua está patética demais? - Perguntei cínica.

- Depende, quando eu estou te irritando não é não.

- Tá! - Ergui as mãos. - Eu desisto de tentar argumentar com você!

Ele deu uma risadinha e voltou para o trabalho. Eu fiquei olhando para o leite no copo. As provocações de Ivan me deixaram menos nervosa, mas ainda sinto aquela sensação de... urgência. Porque? Por ele? Eu nem o conheço!

- Tem alguma coisa errada. - Ivan disse. - 'Cê tá mais estranha que o normal.

- Nada demais. - Eu suspirei.

- Mentiroooosa. - Ivan prolongou a palavra. - 'Cê pode mentir pro Lucas, pro seu namorado, até pra sua sombra, mas 'cê não consegue mentir pra mim não.

- E quem disse?

- Vai argumentar contra a verdade? 'Cê não tá muito ousada não? - Ivan tomou café. - Bota a boca no trombone e toca criança.

- Você não vai me deixar em paz, vai? - Perguntei cansada.

- Nananinanão.

- Certo. - Me sentei. - Eu... tive um sonho. Como um homem que conheci e de diversas maneiras conseguiu me fazer perder a paciência e me levar ao limite dela em um único dia!

- Ih... - Ivan disse. - Parece alguém que eu conheço...

- Enfim, no meu sonho ele simplesmente pulou de uma montanha!

- Ele fez o quê?

- Pulou de uma montanha.

- Ah, é o Renan. - Deu de ombros.

- Você... o conhece?

- O retardado sem coração? Quem não conhece? - Se levantou e me mostrou um cartaz. - Ele é mais doido pra caralho.

- Eu sei.

- Então, porque você sonhou com ele?

- Eu não sei.

- E porque você está transtornada?

- Eu não sei.

- Porque você parece preocupada com um homem que nem conhece e que te leva ao limite da sua paciência?

- Ivan, eu não sei! - Aumentei meu tom e fui até a mesa de centro. - Eu não tenho todas as respostas!

Eu vi os papéis de anúncios de guerra, às ilhas do Norte, Oeste e Leste estão guerreando e parece que logo a guerra irá chegar aqui. Passei os papéis e um deles me chamou atenção.

O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora