- Corre querida! Corre. - Meu pai me chamou de fora do palácio.
Pulei a janela, se minha mãe me ver fazendo isso, ela vai brigar comigo. Corri até ele e fiquei ofegante.
- Oi pai... Um segundo. - Recuperei o fôlego. - Oi pai.
- Feche os olhos.
- Pai, você sabe que eu não sou mais pequena, não sei?
- Isso a gente resolve depois, agora feche os olhos.
Fiz o que ele me pediu, ele segurou minhas mãos e abriu.
- Abra os olhos.
Eu fiz e vi um pequeno floco caindo na minha mão. É gelado. E úmido também.
- O inverno chegou. - Eu disse.
- Sim lótus, o inverno chegou.
- Está chorando. - Hércules limpou minha lágrima.
- O inverno chegou. - Eu disse baixo e com a voz chorosa.
Houve um silêncio profundo.
- Sim lótus, o inverno chegou.
Ele se junta a mim para o café da manhã, analisou as cartas que estavam em cima da mesa, recentemente Tempestade voltou com as cartas e Hércules fica tenso cada vez que tocava nas cartas. Tem algo errado com ele hoje, eu não sei o que é, mas tenho um pressentimento amargo e ruim no fim da garganta.
- Não vamos ficar por muito mais tempo.
- Para onde vamos? – Pergunto nervosa.
- Para Porto Distante.
- Porto Distante? Porque? O que há lá?
Hércules para de afiar a ponta das flechas e o encaro com receio. Hércules trinca o maxilar e seus ombros ficam rígidos. Meu coração dispara e torna minha respiração pesada, meu estômago embrulha e as mãos se tornam frias pelo suor. Eu não quero continuar essa conversa.
- Sua família.
Minha visão se torna escura e só pode ver o azul vibrante. Ele vai me abandonar? Hercules vai me abandonar!
- Você é minha família. – Minha voz saiu lamentos e triste.
- Não, não sou.
- É, v-você é! – O tom se torna desesperado.
- Eu vou te levar para o seu sangue.
- Meu sangue?! Você é meu sangue! – O nervosismo está se aproximando perigosamente do medo e meu corpo ficou ridiculamente tenso.
- Lótus.
- Não me venha com Lótus! Porque quer ser afastar de mim? – A visão se torna molhada. – Eu sei que eu não sou saudável e que te acordo no meio da noite, eu sei que eu não sou alguém que vai te dar orgulho e que nem tem força o suficiente para te acertar um golpe!
- Lótus-
- EU SEI que tenho que melhorar!
- Princesa. – Me chama com o tom sério do meu pai.
- VOCÊ É meu sangue! Você é a ÚNICA PESSOA que eu tenho!
- Polly, eu não sou sua família.
Seu tom sério estilhaça algo dentro do meu peito, no desespero me levanto e disparo porta afora. Ouço o grito de Hércules e o ignoro. Como? Como ele pode pensar que ele não é meu sangue? Como ele pode pensar que não é minha família? Depois de tantos anos juntos, como ele pode dizer isso para mim? Como ele pode simplesmente falar essas coisas sem nenhum remorso ou hesitação? Ele é minha família! Porque ele nega isso? Como ele pode cogitar pensar que não é da família? Eu não sou importante o suficiente para ele?
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O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)
FantasyPolly Erlathan, uma herdeira feérica, nunca chegou a ser coroada como princesa. Após ter seu trono usurpado e sua família assassinada, ela viveu décadas em uma fuga fracassada, carregando as marcas do passado. Convencida de que sua vingança e o reto...