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"O quão ferida você está?" 

Seu toque suave acaricia minha bochecha. 

"O quão mais precisa sofrer? Porque você não me deixa assumir o controle? É só você dizer sim que tudo isso vai desaparecer." 

Ela aponta para a porta e isso me deixa entristecida.

- Você vai machucar as pessoas se sair.

"Eu vou machucar aqueles que tentarão te machucar e somente eles vão tentar se machucar." 

Seu abraço vem com um carinho nos cabelos. 

"Eu vou proteger aqueles que precisam, ferir quem tentar me ferir e ainda vou te devolver sua casa." 

Olha para mim e vejo esperança em seu olhar.

"Qual sua resposta?" 

Antes que pudesse responder, uma onda elétrica passa pelo meu corpo e pego minha adaga e a enfio contra alguma coisa. Pisco mais forte para poder focar no que está na minha frente e para tentar entender o que eu fiz na realidade, enquanto mentalmente estava conversando com ela.

Sinto um peso no meu ombro e acordo para a realidade.

- Caralho... eu sabia que você queria meu coração, mas não literalmente. 

Ele está aqui outra vez. E eu... pela Mãe!

- Desculpa! - Falo tirando a adaga do seu corpo. - Pela Mãe, me desculpa!

Ele está sangrando. Eu o esfaqueei!

- EI! - Ele grita comigo. - Relaxa caralho, não precisa ter um infarto. Eu me curo.

Ele me mostrou o corte da blusa, ele está curado e o alívio que me percorre me deixa zonza.

- Opa! - Ele me segura. - Ver alguém se curando te deixa mal? Não deveria ser o contrário? Caralho, você está bem?

- Eu estou.

Falo e me soltei. Eu o esfaqueei. Eu o machuquei e se ele não fosse alguém forte, ele estaria morto. O sangue está nas minhas mãos, eu poderia... Mãe, eu poderia...!

- Não foi sua culpa.

- Sério? - Rio sem diversão.

- Sim.

- Então a culpa é de quem? Você está ferido por minha causa! E não me diga que não é, porque o corte e o sangue provam que sim!

Sinto a brasa dentro do meu peito ficar agitada.

- E quem disse que eu estou ferido? O sangue não prova nada, só significa que eu sangro.

- Você está sangrando por minha causa!

A brasa começa a se transformar em um incêndio.

- Se você quiser, eu posso fazer. - Ele disse com um sorriso no rosto.

- Pela Mãe! Será que você não pode levar isso a sério? Será que você não consegue levar nada a sério? Ou tudo para você é só brincadeira e flerte? - Pergunto irritada e impaciente. - Caramba, você acabou de ser esfaqueado! Eu acabei de esfaquear você e você trata como se não fosse nada!

- Porque não é nada! - Ele rosna. - Caralho, olha pra mim! Eu estou bem!

Antes que eu possa responder, Hércules abre a porta bruscamente e sua primeira expressão é incredulidade e logo após é raiva. Entra e meu corpo se afunda em vergonha e arrependimento, como se eu estivesse sendo pega em um segredo vergonhoso.

O conto da Princesa Perdida (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora