76. É o fim

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— O que disse? — Jeon franziu o cenho.

— O que você ouviu.

— (s/n)... — Respirou fundo. — Vamos apenas ficar em harmonia, tudo bem? — Colocou as mãos na cintura. Eu odiava com todas as minhas forças a sua pose de pai. — Estamos em público, na frente dos nossos amigos... — Bufou. — Não seja indelicada.

— Ah, então, no final, a culpa é minha? — Ri soprado. — Você faz tudo o que fez e eu sou a culpada por ser indelicada ao te tratar do modo que merece? — Neguei com a cabeça. — Que porcaria, Jeongguk...

— Jimin, sai daí — levou as mãos até o próprio cabelo e puxou os fios para trás. — Agora.

— Você quer, (s/n)? — O loiro me encarou, mas eu desviei a atenção para JK. Ele pressionava firmemente os lábios, tenso. — Faço o que for do seu agrado.

— Eu autorizo o rapaz arrogante a sentar do meu lado — soltei uma longa lufada de ar. Não sabia o porquê de estar fazendo isso. Saudades, talvez? (s/n), você é patética. — Obrigada pela gentileza, Jimin.

— Disponha — JM sorriu para mim quando o encarei. — Jin, traz o meu prato de comida urgentemente — riu enquanto sentava ao lado de V, ao mesmo tempo em que JK ocupava o seu lugar. — Estou com muita fome.

— E você, Jeongguk? — Seokjin questionou. — O que quer?

— Quero o prato com o preparo mais rápido que tiver aqui — direcionou um sorriso discreto para o amigo, que assentiu com a cabeça. — Como você está? — Me olhou após colocar o seu celular sobre a mesa.

— Como é? — Ri fraco, descrente. — O senhor grosseiro realmente se importa?

— Se não me importasse, eu não perguntaria nada.

— É chocante a sua capacidade de mudar totalmente de comportamento assim... De repente! Sem motivo forte aparente! Sem nada! — Falei em volume habitual. Não queria fazer um escândalo. — Você passou uma semana distante de mim e me maltratou hoje — nos entreolhamos. — O que você tem, Jeongguk? — Ele suspirou. — Por que faz isso?

— Não é o momento.

— Quer saber? — Bufei. — Cansei de você! — Levantei do meu assento. — Não estou com paciência pra suas loucuras — prossegui e olhei para os meus amigos. —  Me desculpem pela cena lamentável e por não poder continuar — me esforcei para dar um sorriso, mesmo que fechado. — Nos vemos depois.

Somin tentou falar, provavelmente para dizer que me acompanharia, porém Jeon a interrompeu e pediu para ficar sozinho comigo. Eu não queria enfrentar a tortura que seria buscar ouvir um mísero motivo vindo dele, então acelerei os meus passos até o exterior do restaurante e liberei um suspiro amargurado ao ser recebida pelo sol intenso daquele início de tarde. Procurei desesperadamente por um ponto de táxi e ao localizar um veículo disponível parado a alguns metros de mim, iniciei sem demora o trajeto até lá. Tenho que voltar para casa, tomar um banho demorado e deitar na minha cama macia. Nada mais. No entanto, os meus planos foram interrompidos quando alguém – que eu sabia muito bem quem era – me puxou pelo braço e me fez trombar em seu corpo rígido.

— Precisamos conversar — a sua frase saiu carregada de seriedade. — E urgente, antes que isso tome proporções ainda maiores.

— Não quero conversar com você agora — tentei me soltar de seu aperto, mas foi em vão. — Eu vou gritar, Jeon Jeongguk! — Ameacei falando alto e após liberar um longo suspiro, o coreano atendeu a minha vontade. Retomei o percurso até o táxi, porém, dessa vez, tendo a sua companhia. — Vai embora.

— Quero que me desculpe — parei de andar ao ouvir isso e, incrédula, o encarei.

— Você quer? — O maior assentiu com a cabeça e eu ri soprado. — O que há de errado? Você enlouqueceu e quer fazer o mesmo comigo? — Dei passos no sentido contrário, aproximando-me dele. — Jura que quer continuar com essa merda?

Criminal | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora