95. Quebra de confiança

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— E a melhor parte é que a Karin não tem um rosto, não está vinculada a uma pessoa específica! — Continuei falando e as duas não pararam de rir. Apesar da tensão que pairava sobre nós, havia um espaço mínimo para a diversão. — Ela é todo o conjunto que vocês estão vendo!

— Você está se animando com a ideia — Rokane se posicionou ao meu lado direito. — Faz um teste e entra para o time.

— Gosto de ser somente uma observadora — peguei o fuzil que o meu segurança me ofereceu. — Hoje é uma grande exceção.

— Repita essas palavras mais vezes pra se manter na linha — Keena se colocou ao meu lado esquerdo. — A sua voz te trai quando você fala do assunto — ela riu. — Você se sente atraída por esse mundo torto e não consegue esconder.

— Faz psicologia? — Provoquei, rindo com a dupla.

— Faço bandidagem — as nossas gargalhadas ecoaram pelo pátio. — Encontro vocês mais tarde pra tomarmos uma cerveja! Vamos trazer a Kriti pelos cabelos!

Assumimos os nossos veículos e, focadas, seguimos para aquela missão relativamente tranquila para mim. Eu não enfrentaria a polícia, não trocaria tiros e a expectativa é de que o meu automóvel não seja perseguido. Em resumo, a minha tarefa é pegar a Kriti e voltar para a base. No carro sob o meu comando, os dois lugares da frente eram ocupados pelos meus seguranças; um dirigia e o outro estava no banco do passageiro, cem por cento atento a toda a movimentação. O veículo se deslocava pela estrada como um raio e eu segurava firmemente o fuzil entre as minhas mãos protegidas pelas luvas. O material das palmas era antiderrapante, o que me dava uma tranquilidade ainda maior para utilizá-las.

— Atenção, equipe! — Falei após acionar o rádio. — Dois minutos até o ponto de encontro!

— Copiado! — Cada líder respondeu em seu tempo.

— Lembrando que Kriti vai comigo — reforcei. — E o carro seis irá transferir um integrante para o veículo dela.

— Sim, senhora — o responsável pelo automóvel mencionado, que era um membro de médio escalão, confirmou.

— Saiam dos carros pra garantir o deslocamento seguro da Kriti!

— Entendido, Karin! — Keena, que estava no primeiro carro, disse. — Comboio localizado.

— O nosso encontro acontecerá em três minutos! — Avisei, acompanhando atentamente a movimentação na tela embutida no encosto de cabeça do banco à minha frente.

— Chegamos! — Rakane comunicou e não demorou para que o meu carro também parasse.

— Não saiam ainda — ordenei. O meu veículo estava atrás de outros três, mas eu conseguia ver perfeitamente a aproximação do comboio comandado por Kriti. — Ela já nos viu — anunciei assim que a bandeirinha verde foi acionada por Gahee em seu carro. O sistema de comunicação remota de Jay era bastante eficiente. — Um minuto até o encontro! — Atualizei a nossa situação. — Podem sair!

Os carros que estavam sob o comando de Kriti pararam em frente aos nossos e todos nós, exceto os motoristas, descemos depressa para realizar as trocas combinadas. As viaturas podiam ser vistas ao longe e isso nos dava uns quatro ou cinco minutos para fugir dali. Determinada a buscar a minha amiga, desembarquei do veículo com o fuzil na mão e fui até o carro três na companhia de um dos meus seguranças. Andávamos com rapidez e me agradou o fato de que os membros do grupo não falavam absolutamente nada, todos sabiam com exatidão o que fazer. Enquanto eles se locomoviam pela pista naquele início de tarde nublado, eu os driblava para alcançar o meu destino. A movimentação era frenética e o som das sirenes se tornava mais alto a cada segundo. Ao alcançar o automóvel de Gahee, abri uma das portas traseiras e logo a identifiquei.

Criminal | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora