47. Desaparecimento

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Jeon Jeongguk

A minha cabeça latejava e eu só queria que isso parasse imediatamente. Tudo piorou quando tentei abrir os olhos e a luz forte que invadia aquele espaço pareceu queimá-los. Onde eu estava, porra? Bebi tanto que não faço ideia de como foi o desfecho da noite anterior. Ainda de olhos fechados, sentei-me sobre aquela superfície macia e decidi tentar enxergar alguma coisa de qualquer modo. Após abrir apenas um olho lentamente, suspirei de alívio ao notar que estava sozinho na cama. Ótimo, Jeongguk, você não fez nenhuma besteira! A bebida não voltou a te controlar.

Observei o lugar em que estava e soltei todo o ar que prendia quando reconheci o meu quarto, agradecendo aos céus por estar em casa e vivo. É... Eu não quis dizer nada para (s/n), mas tinha receio do que poderia acontecer naquele bar. Por um momento, pensei que se tratava de uma emboscada, mas tive que ir pela minha (s/n). Eu precisava protegê-la e faria isso mesmo que colocasse a minha vida em risco.

— (s/n)! — Chamei ainda um pouco baixo, sonolento. — (s/n), está por aí? — Nenhuma resposta. — Amor? — Gritei, sentindo a minha cabeça doer bastante ao mesmo tempo. — Mas que porra!

Levantei-me com certa dificuldade e fui até o closet na tentativa de vê-la, porém apenas encontrei algumas peças de roupa e sapatos que lhe pertenciam e que estavam jogados pelo chão, além de notar a sua mala posicionada em um canto. O que aconteceu aqui? Conferi as minhas vestimentas e constatei que ainda usava as peças que coloquei ontem. Droga! Ela deveria estar organizando as suas coisas quando cheguei em casa e ficou chateada porque me viu bêbado. (s/n) deve estar em alguma outra parte da casa, provavelmente. Será que eu deveria ir atrás dela ou o melhor seria dar um pouco de espaço?

Disposto a evitar qualquer tipo de conflito com a minha namorada, limitei-me a retirar aquelas peças sujas do meu corpo e caminhar até o banheiro. Enxaguava o meu corpo distraidamente quando uma lembrança surgiu de repente. Era o momento em que cheguei em casa. Assim que pisei na minha propriedade, na noite anterior, lembro de ter visto todos os meus seguranças espalhados ao redor da casa. A área externa estava cheia deles e o responsável pela equipe me chamava insistentemente enquanto eu ordenava que ele ficasse em silêncio, alegando que não queria ouvir absolutamente nada. Nesse instante, uma ideia surgiu em minha cabeça e eu arregalei os olhos quando finalmente percebi o que poderia ter acontecido. Com as mãos trêmulas, peguei uma toalha e coloquei ao redor da minha cintura de forma desajeitada pela pressa.

— Não, não... — falei enquanto saía do box. — Porra, isso não pode ter acontecido! — Eu já sentia os meus olhos arderem e a fraqueza crescente nas minhas pernas denunciava o meu nervosismo.

Conferi quase todos os cômodos da casa enquanto deixava que as lágrimas caíssem livremente. Cada minuto que passava representava mais um pouco de certeza de que aquele pesadelo tinha se concretizado. Desci a escada correndo enquanto gritava por (s/n), já sem me importar com o fato de que aquela droga de toalha poderia cair e todos os meus funcionários poderiam me ver pelado. Que se dane! Eu só quero encontrar a minha namorada! Não achei (s/n) em nenhuma parte e apenas ganhei alguns olhares de pena daqueles que apareceram no meu caminho. Eu já chorava sem conseguir parar e Ada veio até mim com um calmante.

— Não quero essa merda! — Bati na bandeja, derrubando tudo o que estava sobre ela. — Chame todos os seguranças! Agora!

Puxei os cabelos para trás com força, quase arrancando uma boa quantidade de fios. Eu precisava sentir uma dor maior em alguma parte do corpo para tentar me acalmar. O meu peito doía e, por mais que respirasse fundo, eu não conseguia fazer aquilo parar. Andei apressadamente por toda a sala até sentir uma dor aguda no pé. Abaixei-me para conferir o que havia acontecido e tive a surpresa de ver que um vidro acabava de se encravar na minha carne. Confuso sobre a origem daquilo, olhei para todos os lados e vi a droga da parede quebrada. O sentimento de culpa só aumentou, pois eu sabia que deveria ter trocado por um material mais resistente e não fiz nada a respeito. Com esse último indício, as minhas suspeitas haviam sido confirmadas.

Criminal | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora