Criminal | Jeon Jungkook

56. Atitude suspicaz

— E foi assim que ele contraiu o HIV — JH concluiu e eu arregalei os olhos, perplexa. — Não se preocupou nem um pouco em se proteger — negou com a cabeça. Ele contava a história de um amigo que contraiu a doença sexualmente transmissível.

— Nossa! Que situação difícil! — Falei baixo, surpresa com tudo o que ouvi. — Não sei nem o que pensar.

— Por esse motivo, eu sempre peço um exame pra todas as minhas namoradas — disse sério e eu fui obrigada a rir diante do exagero. — Você sabe como é, certo? Não é sempre que dá tempo de encapar o amiguinho — encolheu os ombros. — Não é por nada além de cuidado. Eu já não consigo confiar na palavra das pessoas tão fácil quando ao assunto é esse.

— Pedir o exame é meio invasivo, não acha? — Franzi o cenho. — Acredito que se a pessoa tem a doença, deve informar como sinal de cumplicidade. Eu não deixaria de amar alguém porque ela tem HIV.

— Eutambém não, mas prefiro me garantir de algum modo — deu de ombros. — Não posso confiar cem por cento. Nem todo mundo é igual a você — esticou-se para apertar o meu nariz. — Já falou com o Jeongguk?

— Sobre?

— Doenças.

— Não, mas... Mas eu acho que ele não tem — arqueei uma sobrancelha. — E se tem, deveria ter me dito em algum momento. Afinal, nós já... — encarei o chão, envergonhada. — Fizemos... Sem... Você sabe.

— O que deveria ter sido dito e por quem? — Jeongguk perguntou animado quando entrou em casa, retirando o blazer para jogá-lo no sofá. — Sobre o que estão falando?

— Ela quer saber se você tem alguma doença sexualmente transmissível — J-Hope falou como se a situação fosse simples para ser tratada na sua frente. Jeon me olhou com o cenho franzido e a vergonha me consumiu completamente agora.

— Você quer mesmo saber?

— Não é algo que mudaria o que eu sinto, mas é importante de qualquer forma — encolhi os ombros.

— Então, amor, eu pretendia te contar... — parou de falar e eu não escondi a minha surpresa, abrindo bem os olhos. Em seguida, Jeongguk soltou uma gargalhada alta e foi acompanhado por Hoseok. — Você precisava ver a sua expressão!

— Deveria ter me avisado porque eu filmaria — JH disse entre a risada.

— Vocês poderiam, por favor, ir para a casa do caralho? — Bufei antes de me levantar. — Babacas! — Eu iria iniciar o trajeto até a escada quando Jeongguk me puxou para perto de si pela cintura.

— Eu não tenho doença alguma, não pego nem gripe — riu e eu revirei os olhos. — Não se preocupe com nada — beijou o meu pescoço. — Só não engravide agora, está bem? Eu sou muito novo pra levar um pirralho pra escola.

— Vai se foder, Jeon! — Irritada, retirei os seus braços de mim e subi ao som da risada dos dois idiotas no andar de baixo.

JH havia passado a manhã me fazendo companhia na intenção de ajudar na minha segurança e nós aproveitamos o tempo para nos conhecer melhor e nos divertir com jogos de tabuleiro. O rapaz era azarado e eu acabei ganhando todas as rodadas. Desde a invasão, todos os dias da semana alguém da base ficava na casa de Jeongguk para comandar a vigilância do local e eu me sentia um pouco incomodada por mobilizar todos eles dessa forma. Jimin ainda continuava viajando e, de acordo com Jeon, sempre estava postando fotos dos lugares que visitava com a família em suas redes sociais.

Enquanto conferia as minhas mensagens de texto, já sentada em uma cadeira da varanda do quarto, me surpreendi com uma ligação de Somin. A morena apenas informou que estava indo me encontrar e logo desligou, me deixando apreensiva. Essa havia sido a primeira vez que nos falamos desde que ela descobriu o que fiz. Minutos depois, quando eu já estava mais tranquila, Jeongguk surgiu no cômodo e me surpreendeu com um abraço por trás e mais um beijo no pescoço. O rapaz disse que o amigo havia ido embora e eu aproveitei o momento para fazer um pequeno drama sobre o modo que ele falou de um futuro filho nosso. E como resposta, ganhei alguns beijos e ri bastante com as cócegas que ele me fez.