Que paga galeões por cachos

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— Algum desses livros diz como destruir uma horcrux? — perguntei.

— São todos bem chatos — Rony disse, brincando com a lombada solta.

— A maioria são biografias de bruxos contando suas viagens com sua horcrux pelo mundo e os efeitos que ela causou. Basicamente, tudo que já sabemos desde que pegamos o medalhão no Ministério. Alguns falam sobre destruir, mas nunca dissertam a respeito — Hermione disse, seus olhos apertados para as palavras.

Eu não ficaria surpresa se nem ela nem Rony estivessem fielmente investidos naquelas leituras. Rony olhava para mim apenas com ofensiva nos olhos desde que me acusou, no funeral de Dumbledore, de Gui ter sido machucado por Greyback.

Quanto a Harry, eu não conseguia manter contato visual com ele. Faltava uma pequena fibra de coragem para fazer isso e esta insistia em fugir de mim.

Naquela noite, Harry, Renie e eu fomos acometidos por outra visão das ações de Voldemort. Para o meu horror, ele tinha, enfim, encontrado Gregorovitch e exigido que o homem lhe entregasse algo. Não sabíamos do que se tratava, mas a tal coisa fora roubada por um rapaz loiro há muito tempo, então Voldemort liquidou o fabricante de varinhas como se não fosse nada...

Discutimos por horas sobre quem poderia ser o ladrão loiro desconhecido, até que Hermione nos mandou ir dormir porque não queria permanecer num mesmo lugar por muito tempo e viajariam cedo.

Na manhã seguinte, o trio estava conversando sobre para onde iriam.

— Tem uma cidade comercial perto daqui — Hermione sugeriu.

— Vocês não iam preferir voltar pro largo Grimmauld? — perguntei, já sabendo do empecilho que enfrentaram anteriormente para entrar na casa de Sirius por causa dos Comensais que a vigiavam agora.

— Claro! Me apeguei ao Monstro. Ele cozinhava que era uma beleza — Rony respondeu.

— Acho que tem um jeito de tirar os Comensais de lá. Me emprestam a capa da invisibilidade? Eu volto logo.

Enquanto eu saía, Renie me lançou um olhar sério. Eu sabia o que passava pela cabeça dele: eu estava indo pedir ajuda a Narcisa, mas era perigoso fazer isso e me expor vulneravelmente para ela. Afinal, em algum momento, os Malfoy não poderiam mais nos dar apoio. Torci para que esse momento ainda não tivesse chegado.

Aparatei com a varinha segura numa mão e vestida com a capa. A casa de Sirius estava no prédio ao lado. Na calçada da frente, havia três Comensais de vigia.

Eu estava prestes a desaparatar, derrotada, quando a Comensal da ponta esquerda fez um movimento muito específico. Eu não a reconhecia, mas tinha volumosos cachos, e remexeu eles ao falar com o homem ao lado, como se assim o cumprimentasse. Sua expressão era indiferente. Talvez ela achasse que tinha coisa melhor para fazer do que estar ali.

Fiz uma bola com a capa de Harry e a guardei no bolso. Visualizei a raposa e fiquei miudinha, aproximando-me dos Comensais com cautela, temendo que quisessem ferir até um animalzinho.

A mulher acabava de dizer ao homem ao lado:

— Se você colocar sua mão em mim outra vez, vou transformar sua bunda em tinteiro.

Um pouco mais confiante sobre quem era ao ouvir isso, puxei a barra de sua calça. Ela se abaixou e fez carinho no topo da minha cabeça.

— Postura, Mulciber. Não estamos num parquinho — disse o homem.

— Tá na minha hora de almoço.

— Não temos hora de almoço.

— Eu disse que temos.

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