Draco
O fraco sol do fim da tarde, começando a se esconder atrás do muro dos jardins, iluminava os meus impecáveis sapatos. Eu os observava, um pouco mais interessado neles do que na desagradável companhia à minha frente. O corredor debaixo da cobertura do pátio estava deserto, a não ser por nós dois.
— Eu falei pra não chegar mais perto — avisei entre dentes e Pansy recuou imediatamente.
Ela me olhava esperançosa, procurando algo em meu olhar. Era patético.
Eu me surpreendia que ela realmente achasse que poderia conseguir alguma coisa agindo daquela maneira.
Eu ignorara todo o mal que ela causara a Tonks, não só com a merda da esperança de que Tonks criasse algum senso de realidade e se defendesse sozinha, mas também esperando que Pansy voltasse ao juízo perfeito de antigamente, quando ela sabia quais lutas valiam a pena lutar.
Por exemplo, ela soubera deixar para trás o acalorado momento com minha mãe no quarto ano, quando as duas tiveram uma cortês troca de opiniões nada compatíveis a respeito da relação dos Malfoy com outros Comensais da Morte. Pansy discordava terminantemente que se aliar ao Lorde das Trevas faria algum bem ao nome da minha família, e minha mãe, tão disposta a aceitar nosso namoro, quanto a vencer uma discussão, explicou do modo mais superficial possível as nossas razões para estar ao lado dele, de modo que Pansy não pôde retrucar e elas não brigaram.
Pansy nunca concordou com nossas escolhas, mas fez questão de manter um bom relacionamento com minha mãe, o que às vezes beirava o ridículo da falsidade para mim, enquanto, para ela, era alguma questão de princípios que nunca entendi.
Era plenamente plausível manter a cortesia até mesmo nos momentos mais desagradáveis, desde que você convencesse a pessoa de que tem mais compostura do que sentimentos, e Pansy jamais aprendeu a fazer isso. Ela jamais aprendeu a controlar suas emoções.
À medida que o tempo passava, especialmente depois da chegada de Tonks, ela ficava cada vez pior em distinguir um válido tema para argumentação de um desperdício de energia, e a sua insensibilidade para ouvir desaparecia gradualmente.
Daphne me odiaria menos se Pansy entendesse meus motivos para terminar o namoro e não distorcesse tudo que eu dissesse.
Meus pais sonharam a vida inteira com um bom casamento para mim, que refletiria tanto as necessidades políticas, quanto os meus sentimentos pessoais. Eu era grato pelos dois sempre considerarem igualmente ambos aspectos, como acontece em seu próprio matrimônio. É claro que eles sabiam da minha gratidão, mesmo que eu nunca a tivesse declarado. Afinal, que bobagem, fazer declarações! Eu era filho deles, obviamente os amava e reconhecia seus esforços.
Na época em que decidi com toda a convicção do mundo que Pansy era a pessoa certa, eles me apoiaram.
Os Parkinson eram muito bem relacionados. Seu único defeito era não compactuarem com os métodos do Lorde das Trevas. Contudo, meu pai sempre teve a certeza de que os convenceria a mudar de lado um dia.
O relacionamento entre eles estava um pouco frio perto de dezembro do meu quinto ano. Meu pai estava nervoso com a pressão de Você Sabe Quem para cumprir suas tarefas e, devido aos nervos, perdera um pouco o tato para negócios. Em consequência, o Sr. Parkinson debochava das tentativas de ser persuadido com aquela meia cortesia, a qual precisava ser mantida apesar de qualquer emoção.
Naquela época, Pansy adquirira o hábito de conversar sobre expectativas em excesso para nós dois, a respeito de assuntos que eu repetia não querer conversar, como bens materiais e filhos.
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Perversa Magia ✔️
FanficMendel Tonks cresceu na escola de Durmstrang e nutriu imenso afeto pelas Artes das Trevas. Durante seu período escolar, ela sofre um ataque e usa um feitiço perverso para se defender. Após o seu julgamento pelo Ministério, ela é enviada para estudar...