Perversa Magia ✔️

Retire-se e lembre-se

— Ela foi enfeitiçada — concluí.

— Você jura? — Harry ironizou, ainda olhando alerta para Luna.

— Você pode ir agora, Harry — ela disse.

— Não — respondeu.

— Vai logo — mandei.

— Não vou sair daqui sem você, Mendel — ele me disse.

— EI! — uma terceira voz gritou para nós. Era Ninfadora. Ela estava do outro lado dos portões, lançando todo tipo de feitiço nas grades, tentando entrar. — O que estão arrumando fora do castelo?!

Ela parou e conjurou um patrono. A forma quadrúpede e prateada correu pelo céu em direção à cabana de Hagrid.

Meu sangue ferveu em alerta quando Luna ergueu sua varinha na direção de Dora para atacá-la.

Quando me dei conta, eu tinha me atirado por cima dos cachos louros e derrubado a corvina na grama.

Tentei alcançar sua mão e pegar sua varinha, mas houve um estampido e, de repente, meu corpo voava. Hogwarts e a Floresta Proibida passaram como um borrão único pelos meus olhos.

Os braços do Salgueiro Lutador me prenderam, meu couro cabeludo ardeu quando meus fios foram puxados em todas as direções.

Tive o vislumbre de Harry segurando sua varinha, Luna estava de pé e a figura roliça de Hagrid corria na direção deles.

O Salgueiro me fez de bola de malabarismo. O ar era cortado ao meu redor, meus pensamentos ficaram embaralhados, e eu queria muito, muito vomitar.

— Immobilus! — Harry gritou.

Ah, Merlin! O movimento da árvore parou com tudo e eu fui arremessada.

Um par de óculos redondos veio na minha direção antes de colidirmos dolorosamente, o que levou nós dois a bater na água.

Tudo estava borrado, verde e gosmento. Tentei respirar, mas um bocado de água invadiu meus pulmões e eu bati pés e braços, mirando a cabeça para cima até reencontrar o abençoado oxigênio.

Harry e eu nos arrastamos para a grama, tossindo e puxando ar.

Hagrid e Dora cercavam Luna alguns metros à frente.

A professora McGonagall veio correndo até nós com seu manto de dormir arrastando atrás de si.

— Vocês estão bem? — ela perguntou.

— Luna... Luna tava enfeitiçada... — Harry disse entre lufadas de fôlego.

— Estou sabendo, Potter. Estamos averiguando tudo. Melhor entrarem no castelo de uma vez. Direto para as suas salas comunais.

Fiquei deitada à beira do Lago, tossindo, tentando vencer a tontura e o enjoo. Meu corpo estava pesado, meu cérebro queria fazer milhões de coisas de uma vez.

— Precisa ir à ala hospitalar, Tonks? — McGonagall disse.

— Não, senhora. — respondi.

Harry me ajudou a levantar e seu braço foi gentil em me dar apoio pela cintura até que eu recuperasse a estabilidade nos meus joelhos trêmulos.

Nós recebemos nossas varinhas, o que me acalmou imediatamente, e entramos no castelo.

Precisei segurar a barra da minha calça para conseguir andar sem tropeçar. Estava exausta demais para executar o feitiço de secagem. Por outro lado, meus dedos usavam toda a força do mundo ao apertarem o tecido para descontar a ansiedade. Um dos meus pés estava descalço e toda a manga direita da minha blusa tinha sido arrancada pelo Salgueiro.