Mas ele malicia-te, a parte

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Por que merda ele está deitado no colo da Pansy? E por que Pansy tinha voltado pra escola?, pensei, tentando não ser ciumenta, mas... Sinceramente... Ela tinha um sorriso nojento de deleite por fazer carinho nos cabelos loiros e sedosos dele. Uma satisfação estranha bateu em mim porque, pelo menos, eles não estavam sozinhos. Blásio, Crabbe e Goyle também estavam na cabine.

Os lábios de Malfoy se moviam com discrição, enquanto conversava com eles. Seus olhos acinzentados estavam confiantes e poderosos. Um sorriso feliz brincava em seu rosto ao dizer:

—... quando o Lorde das Trevas tomar o poder, será que vai se importar com quantos N.O.M.s e quantos N.I.E.M.s a pessoa obteve? Claro que não... Tudo vai girar em torno dos serviços que prestou.

Eu usei mais força do que pretendia para abrir a porta e ela fez um ruído agudo ao bater.

— Não beberam nada que ela tenha oferecido, beberam? — perguntei aos meninos, fixando o olhar em Pansy.

— Senti saudades, Mendel — ela disse, admirando os fios loiros entrelaçados em seus dedos.

— Não posso dizer o mesmo.

— Tentei deixar você mais pertinho do seu namorado no ano passado, assim você não teria que roubar o de mais ninguém. — Ela fez um beicinho dramático e sua voz ficou enjoativa. — Você não quer ser a virgenzinha do búlgaro?

— Não tanto quanto eu quero enfiar sua cara em bosta de dragão — eu disse e me virei para Draco. — Quero falar com você um instante.

Enquanto ele se levantava, os dedos carentes dela continuaram o carinho em seu cabelo, até ele sair de seu alcance, como uma situação corriqueira de casal, que aumentou o embrulho enojado no meu estômago. Draco me seguiu para uma cabine vazia e eu fechei a porta atrás de mim. Seu rosto tinha virado pedra, incomodado, como se algo o espetasse na coluna.

— Que foi? — eu disse para sua expressão estranha.

— Sei lá.

— Você parecia bem feliz com eles agora pouco e de repente fica assim... Por quê?

— Nada mudou, Tonks. Não pra eles, pelo menos. É essa a imagem que a gente precisa passar, esqueceu?

— Eu sei. Eu só- — Fechei os olhos e apoiei minhas costas na porta, de repente exausta. — Eu só tô me perguntando se você tá feliz com a Pansy babando seu ovo de novo.

— Eu detesto ela.

— Então o que foi aquilo?! — Minha voz dilacerou o ar na direção dele e ele ergueu as sobrancelhas em surpresa. — Deixa pra lá — eu disse e me virei para sair.

— Calma.

— Deixa, Malfoy.

Ele segurou meu braço e procurou meus olhos. Eu encarei os dele, a muito custo.

— Não sei o que foi aquilo — ele disse.

— Posso ser sincera? É humilhante pra mim, ver você confortável enquanto ela te trata como se namorassem.

— Não quero nada com ela, nunca mais.

— E eu quero acreditar em você.

Seus dedos acariciaram meu braço e ele fez um aceno positivo com a cabeça.

Alguém bateu no vidro atrás de mim. Era a monitora-chefe da Sonserina.

— O professor Snape quer vocês dois na reunião de monitores — ela avisou.

Nós a acompanhamos e entramos num vagão, onde havia apenas bancos estofados, sem as mesas comuns do restante do trem. Vinte alunos estavam ali confortavelmente dispostos, sentados e de pé. Foi com uma penca de instruções dos alunos mais velhos e uma insígnia da Sonserina, que eu descobri ter sido nomeada monitora, por Dumbledore. Pansy estava "inelegível", segundo eles, para continuar no cargo, como no ano passado.

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