Animosidade e fidelidade ultraje

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Assim que saí da lareira dos Malfoy, Draco tapou minha boca com força, puxando-me pela sala. A mansão estava em silêncio.

Fomos para o porão, ele fechou a porta silenciosamente e descemos as escadas para o escuro. Ele se esgueirou pelo breu com agilidade, familiarizado com o local, até conseguir acender um lampião debaixo dos degraus. A luz amarelada iluminou o terror em seu rosto pálido.

— Fran! — sibilou.

A elfa aparatou na nosaa frente no mesmo instante.

— Esconda as coisas dela imediatamente e... você já sabe — ele disse.

— Sim, senhor. Não contar sobre a senhorita Mendel, senhor, não contar para Aquele Que Não Deve Ser Nomeado, senhor, não contar para Belatr-

— Isso! Como eu disse, você sabe! Vai!

Ela chacoalhou a cabeça de modo afirmativo e fez crack de novo.

Draco não conseguia respirar como uma pessoa normal e olhava para todo canto do porão como se alguma coisa fosse nos atacar do escuro a qualquer momento.

— Malfoy...

A porta acima de nós foi aberta e me interrompeu.

Draco agarrou meu braço com uma força descomunal e me puxou para o canto mais distante do foco de luz do lampião. A respiração dele era tão barulhenta que podia nos entregar. Eu estava presa no seu braço envolvendo minha cintura e podia sentir seu corpo tremer frenético contra o meu.

Um par de botas pontudas desceu as escadas.

Draco tirou sua varinha das vestes e a ergueu na direção da pessoa, cujas costas eram forradas de cachos escuros e volumosos.

Belatriz olhou para o lampião e Draco me espremeu ainda mais forte contra si, com a mão da varinha tremendo. Ele não está realmente pensando em lançar um feitiço, está?

Ela ia ver o nosso vulto, com certeza. Não estávamos muito longe.

Eu diminui dez vezes de tamanho. Draco se tornou um gigante ao meu lado. Uma corrente gelada cobriu meu corpo por um segundo, antes de ser aquecida por pelagem.

Ele arfou de susto.

Belatriz ouviu o barulho e brandiu sua varinha na nossa direção. O feitiço passou de raspão na orelha dele.

— QUEM É? — ela esganiçou.

Puxei a barra da calça de Draco com meus dentes de raposa para que ele saísse do escuro e se revelassse. Ele guardou sua varinha logo antes de dar um passo à frente, de modo a me esconder com sua própria sombra.

— Sou eu — ele anunciou com a voz rouca.

Ela o esquadrinhou de cima a baixo com os olhos apertados de desconfiança.

— Por que estava se escondendo? — ela perguntou.

— Não estava. Achei que tinha ouvido um rato.

A desculpa foi péssima, porque, consequentemente, Belatriz vasculhou o chão com seus olhos malignos à procura do "rato".

Eu fiquei quietinha, mas os olhos dela caíram em mim três vezes. Na terceira, encontraram-me.

— Achei! — ela esganiçou.

— Eu pego! — Draco respondeu.

Ele se moveu junto com a varinha dela e foi atirado contra a parede ao ser acertado por um feitiço da mulher. Corri para o outro lado do porão, passando pelas costas dela, e me encolhi atrás de uma caixa.

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