Meu corpo ainda era acometido por calafrios e suor de desespero. Poção Calmante era a única coisa com que eu me importava. Porém, sirenes de polícia ressoavam de alguma rua próxima.
— Os trouxas vão chegar em minutos — Renie avisou num tom de voz alto. — O sigilo da magia aqui é o mesmo da Inglaterra.
— Não é um saco isso? — Nott me perguntou, sorrindo. — O que eu disse a você? Os trouxas são uma pedra no nosso sapato.
— Acabe com isso, Nott! — Belatriz disse.
Minha varinha escapou da minha mão e foi parar nas de Renie. Apesar do meu desespero, a atitude era inteligente, porque atrair mais atenção ao usar magia não era uma boa ideia para mim.
Uma massa de Comensais se movimentou para atacá-lo, mas ele já tinha se camuflado com a rua usando o Feitiço Estuporante. Renie emitiu estampidos com sua varinha na direção dos Comensais e, um a um, eles caíram estuporados e o círculo que faziam ao meu redor desmoronou.
Lúcio contra-atacou Renie. Meu irmão grunhiu de dor e voou para a calçada.
Belatriz deu um grito de vitória, sorrindo com os dentes podres, e seu feitiço me paralisou.
Eu não conseguia me importar o suficiente com aquilo. De repente, a cena toda era patética. Vinte Comensais para lidar com dois adolescentes e só o que eu queria era Poção Calmante!
O mundo ficou enorme quando eu me diminui para uma raposa. O feitiço de Belatriz perdeu o efeito. Meus sentidos foram renovados. Não havia calafrios nem suor. Era outro corpo, outro organismo.
— Fala sério! — um Comensal gritou ao ver o que eu fizera.
Clarões vieram na minha direção e eu saí correndo saltitando para lá e para cá a fim de me esquivar. Corri até onde achava que Renie estava, mas não o senti.
A vitrine de uma loja explodiu acima da minha cabeça.
Lúcio vinha com a varinha em riste para mim. Estava colérico, achei que ele fosse me matar com o olhar. Eu estava em sua mira. Ele podia fazer qualquer coisa.
Contudo, percebi, com um susto, que sua cólera era um alerta. Seus olhos indicavam o hidrante ao meu lado.
Ele ergueu a varinha como uma ameaça. Saltei para o hidrante e levei um puxão no umbigo. Tive uma queda lenta e cuidadosa através da Chave de Portal. Minhas patinhas encontraram o chão cheio de mato verde e terra logo depois.
Renie me olhou com pavor, vindo até mim. Voltei à forma humana, trazendo o mal-estar de volta, e fui tomada por ele num abraço. Seu corpo todo tremia, sua respiração batia forte contra a minha orelha.
— Tá tudo bem, eu tô bem — afirmei.
Ele se afastou e brandiu a varinha na minha direção, fazendo um feitiço silencioso de exame. Seu rosto se transformou numa careta de horror.
— Não tá, não! O que você tem? — perguntou.
— Não dá pra falar disso agora, a gente tem que ir pegar o portal.
Forcei minhas pernas para me levantar, mas caí de lado com um ofego de esforço. Renie tomou meu rosto em suas mãos, afastando meu cabelo pegajoso de suor na testa.
— Por que você fica se torturando desse jeito? — ele disse.
— Tô cansada... Sério, vamos só sair daqui... Ficar longe deles...
Renie estava apavorado. Para a minha surpresa, seus olhos se aguaram com lágrimas para mim.
Ele fechou os olhos e sacudiu a cabeça em concordância, segurou meu corpo firme nos braços e desaparatou.
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Perversa Magia ✔️
Fiksi PenggemarMendel Tonks cresceu na escola de Durmstrang e nutriu imenso afeto pelas Artes das Trevas. Durante seu período escolar, ela sofre um ataque e usa um feitiço perverso para se defender. Após o seu julgamento pelo Ministério, ela é enviada para estudar...