Corações pedem trégua

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Harry

Depois que Mendel e eu nos separamos na floresta de Dartmoor, mais de dois meses se passaram. Nesse meio tempo, Rony e eu tivemos uma briga feia, culpa do medalhão de Sonserina. Ele se separou de nós e, nisso, veio o Natal. Hermione e eu viajamos a Godric's Hollow, onde quase fomos pegos por Voldemort; depois, Rony retornou, a espada de Godric Grifinória apareceu para ele e finalmente destruímos o medalhão.

Agora, minha cabeça rodava com a possibilidade de usar a Varinha das Varinhas contra Voldemort, em vez da destruição das horcruxes. Era uma esperança, eu quase me sentia feliz. Rony e Hermione, por outro lado, lançavam-me o mesmos olhares que já me davam há um ano. Era com se sentissem uma felicidade clandestina pelo fato de Mendel ser metade de uma horcrux e isso ser uma ótima razão para me afastar dela e parar de tentar ajudá-la.

Fazia mais de dois meses que ela me enviara um Patrono avisando que estava segura com Malfoy. Por isso, foi um choque quando Renie foi ao nosso encontro para nos atualizar das notícias e contou que Draco fora designado por Voldemort para encontrar Mendel. Pulei da poltrona em que estava sentado na mesma hora.

— Narcisa contou para a minha mãe e ela contou para mim — Renie explicou. — Você Sabe Quem quer atrair a Mendel e decidiu usar ele porque eram colegas de comunal. Ele acabou de ser suspenso das aulas e saiu para o Beco Diagonal...

Esbravejei um palavrão tão alto que os três saltaram para longe de mim.

— Mas a Mendel me mandou um Patrono há semanas dizendo que tava com o Malfoy! Ela disse que estava segura! Eu... preciso ir... — eu disse. Mergulhei para a minha cama e puxei minha mochila, tacando nela todos os meus pertences à vista.

Os três começaram a dizer coisas para me impedir de agir. Rony e Hermione estavam lívidos de preocupação, mas eu sabia que não era por Mendel e sim por mim. Avisei aos dois que entraria em contato o mais rápido possível e pedi que Renie me dissesse por onde Malfoy começaria a procurar por ela.

— Ele ia sair pelo Armário Sumidouro para a Borgin & Burkes. Mas... ESPERA!

Eu não lhe dei atenção e desaparatei, e imediatamente descobri que tinha sido um erro quando um alarme ensurdecedor encheu a rua do Beco Diagonal. Olhei ao redor à procura da entrada para a Travessa do Tranco, quando reconheci o cabelo ridiculamente pálido de Malfoy a alguns metros de mim. Ele franziu a testa como se tentasse me reconhecer.

— POTTER! É O POTTER! — gritou Pansy, que por alguma razão estava logo ao lado de Malfoy.

Renie aparatou ao meu lado e segurou meu braço.

— Você é maluco?! Tem alarmes pra sua presença por toda parte! Vamos — Renie disse.

— Malfoy sabe de alguma coisa... Tem que saber — respondi.

— Pega a capa.

Joguei sobre nós dois a capa da invisibilidade. Um grupo de Comensais veio correndo com as varinhas em punho e esvoaçou o tecido. Pansy começou a gritar e apontar para onde estávamos.

— Bem ali! Ele tava ali! — ela dizia.

— Ele sumiu na esquina da Pousada Kitty Witty. Se forem rápidos, talvez o peguem — Malfoy mentiu com o tom de voz moderado.

O grupo de roupas escuras não perdeu tempo e seguiu a indicação, deixando-nos a sós.

— Por acaso, Potter, você perdeu os últimos neurônios que te restavam? — Malfoy perguntou. — É muita burrice sua aparecer num lugar desses agora.

— Mendel tá em perigo — avisei sem rodeios.

Se isso ainda era possível, o rosto dele perdeu toda a cor e os olhos acinzentados se arregalaram.

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