Junto, também, a consciente coletivo

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Nada daquilo fazia sentido. Harper era do quinto ano e eu do sexto... Estudei em Durmstrang, a melhor escola que alguém podia escolher, se quisesse aprender a machucar pessoas... Como não consegui me defender dele naquele vestiário?

Por que eu tinha ficado sozinha lá?

Tudo era turvo por trás das lágrimas e dos meus pensamentos. Minha cicatriz ainda ardia muito. Eu tinha me arrastado para o gramado do lado de fora em algum momento e alguém se aproximou para falar comigo.

Eu só entendi o que estava acontecendo quando vi um manto negro, cheio de galhinhos e folhas no tecido, farfalhando, enquanto caminhava comigo. Já estávamos entrando na ala hospitalar.

Plantei meus pés no chão ainda na soleira da porta. Snape me encarou, parado ao meu lado, sem expressão.

— O diretor virá vê-la, Tonks.

— Não... Preciso... Eu preciso ir jantar... Eu só tava fazendo os testes de quadribol... Fiquei um tempo a mais no vestiário... Tentei... Eu...

Eu fechei a boca. O cansaço consumiu minha capacidade para inventar uma mentira.

— Ala hospitalar, Tonks. Suponho que seja do seu interesse estancar o sangue na sua nuca.

Ele apontou para a entrada da enfermaria. Meus dedos ficaram molhados e vermelhos quando toquei minha cicatriz.

— O que aconteceu? — Madame Pomfrey perguntou, enquanto Snape me guiava para a cama mais próxima.

— Eu estava colhendo um pouco de abutua para Esquelesce quando encontrei Tonks — Snape respondeu.

Em seguida, Dumbledore cruzou as portas de entrada. Seus movimentos eram calmos, ainda que seus olhos fossem de preocupação. Eu me perguntei se havia a mais remota chance de os dois saberem o que tinha acontecido no vestiário. Não... Não tem como saberem... Não, por favor, Merlin...

— Boa noite, senhorita — o diretor cumprimentou.

— Com licença, Tonks — Madame Pomfrey disse naquele tom enérgico de sempre, enquanto afastava meu cabelo para avaliar o estrago. Ela movimentou a própria varinha e deixou minha pele limpa, mas a cicatriz continuava latejando...

— Uma Solução de Murtisco irá servir, Papoula. — Dumbledore sorriu bondosamente.

— Poção Calmante seria muito bom também, Madame Pomfrey — eu disse.

Ela deixou os medicamentos na mesa de cabeceira e foi atender outro aluno. Dumbledore se sentou na beirada da minha cama, com as mãos sobre o colo. Ele cobriu sua mão enegrecida com a capa, quando percebeu que eu estava encarando-a. Contudo, a verdade era que, naquele momento, eu não me importava com as razões por trás de um ferimento assim no diretor.

— Nem os meus mais profundos sentimentos de empatia podem imaginar como deve estar se sentindo, senhorita Tonks. O St. Mungus acaba de me mandar um relatório sobre seu irmão — Dumbledore disse.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Ele foi testemunhado no Beco Diagonal sendo azarado por um dos seguidores de Voldemort. Estava saindo da Loja de Varinhas Olivaras, fechada durante esses tempos, e aparentemente seu feitiço de camuflagem falhou. Ele sofreu lacerações nos braços. Acredito que por isso sua cicatriz tenha respondido de modo tão inquietante agora pouco. — Ele apontou para a minha nuca.

— Ele vai ficar bem? Pegaram o Comensal?

— Na verdade, não. Mas Thorfinn Rowle já está entre os mais procurados nas notícias.

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