Borbulhe boa bebida

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Mendel,

Fui conversar com a nossa informante ontem e aparatei na Loja de Varinhas do Olivaras, já que os gêmeos colocaram todo feitiço de proteção existente nas Gemialidades. Caramba, fique sabendo que esses Comensais não estão de brincadeira!

Tô bem, mas precisei de uma pena de repetição rápida pra escrever essa carta. Meus braços ficaram bem ruins.

Eu tenho feito progresso com as buscas, mas quero conversar pessoalmente com você em Hogmeade. Me avise quando for pra lá.

Se cuida e conte pra Astlyn o que me aconteceu.

Renie.

Eu tive que rir para a última frase escrita na carta.

Se ele era tão orgulhoso, ao ponto de não deixar a briga deles de lado para contar a ela o que aconteceu, então não merecia a minha ajuda.

— E aí? — Draco perguntou com expectativa sobre o que li.

— Ele tá bem.

— Eu falei que ele é crescidinho. Só é estúpido.

— Malfoy — Eu agravei a repreensão no meu tom de voz.

— Bom, você avisou que não era pra ele ficar circulando por lá, né?

— Não precisa falar desse jeito. Vamos pra aula logo.

Na verdade, eu não tinha repassado a Renie os avisos que Draco me dera sobre os perigos atuais de Hogsmeade. Renie não me mandou nenhuma carta durante as férias, enquanto eu me alternava entre a mansão e Beauxbatons. Ficamos tão separados que, quando eu estava em casa, o clima era desconfortável e parecia haver um abismo entre nós dois. Então, eu sentia a culpa por ele estar machucado agora e isso era insuportável.

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Enviei uma carta para Astlyn, contando o que tinha acontecido com Renie e convidando-a para ir a Hogsmeade, em outubro, conversar com ele. Talvez ele detestasse a surpresa da visita dela, e uma parte de mim era contra lhe provocar algum rancor, depois de não tê-lo avisado do perigo que corria. No entanto, Astlyn foi quem passara as últimas semanas com ele e, naquele momento, não tinha a quantidade de preocupações que eu tinha. Portanto, ela podia lhe dar muito mais reconforto do que eu. Considerando isso, o rancor dele valia a pena.

Durante a tarde, Draco, Daphne e eu usamos o intervalo depois da aula de Feitiços para ficar nos jardins. O nevoeiro estava ameno e o frio saía da grama para a minha pele em pontadas. Eu estava imersa no livro de Trato das Criaturas Mágicas. Preferia a parte teórica à prática dessa matéria, mas, se os mais famosos Preparadores de Poções começavam a achar importante ter contato com as criaturas, eu precisava mudar rápido minha dinâmica com essa matéria.

Uma mochila caiu ao meu lado com violência, desviando minha atenção do livro, e Sheri começou a tirar seu material rapidamente.

— O que estão estudando? — ela perguntou.

Seus olhos se agitavam sobre minhas anotações, mas ela claramente não prestava a menor atenção nelas. Ela tremia tanto, que não podia ser por causa do frio.

— Por que tá tão nervosa, Avery? — Draco disse.

— Não tô. Tem tanta coisa pra estudar, fico uma pilha de nerv...

— Como foi a conversa com o Blásio ontem? — Daphne interrompeu, usando o mesmo olhar astuto que Theodore possuía ao fazer a pergunta.

— Foi bem. Tenho certeza que ele não fez aquilo no teste, Mendel. Trato das Criaturas Mágicas, hum? — ela disse, mudando de assunto, apontando para o meu livro. — Sabia que os ovos dos cinzais são usados nas Poções do Amor?

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