Quem a morte desposa?

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Essa era a terceira aula de Defesa da semana que Malfoy e eu abdicávamos para ficar aos beijos na sala do sexto andar. Por mais que fosse ruim admitir, todos estavam prestando atenção na nossa interação, em como ficara menos hostil desde o beijo em dezembro, e isso apavorava Malfoy. Como Pansy ainda não descobrira sobre aquela sala era um mistério para mim. Pensando nisso, interrompi o beijo.

— Por que a gente não puxa uma briga bem feia? — sugeri, querendo acalmá-lo sobre essa questão.

— Eu não achei que você fosse do tipo violenta. Mas por mim acho ótimo.

Ele me deu um puxão forte para colar mais meu corpo com o seu. Seu peito ficou estufado de ar para iniciar insultos e eu imediatamente espalmei minhas mãos nele para impedi-lo.

— Não foi isso que eu quis dizer. Estou dizendo que a gente podia brigar feio na frente de todo mundo pra diminuir as suspeitas. É um milagre que Pansy não tenha aparecido aqui ainda.

— Não é, não. Nott tá sendo bem convincente na hora de acobertar.

— Como assim?! Você contou pra ele?!

— Ele viu a gente pela janela da porta.

— Quando?!

— Hum, acho que você tinha acabado de se jogar no meu colo quando ele apareceu. — Ele abriu um sorriso convencido.

— Você é o único aqui que usa os amassos como referência de tempo. Quando foi?

Ele revirou os olhos e trocou a perna em que apoiava o peso.

— Na segunda vez — ele disse.

— Isso faz quase duas semanas! Por que ele não me disse nada?

— Eu tenho cara de oráculo? Não, achei que não.

— Mas ele não vai conseguir despistar todo mundo sozinho...

— Provavelmente não. Quem sabe ficaria mais fácil se você abaixasse a sua bola e voltasse a falar com a Mulciber e a Avery? Elas iriam ajudar.

— Já pedi pra você não se meter nisso.

— Então, vamos brigar. Nada novo sob o sol.

Abaixei a cabeça e apertei meus lábios um contra o outro para não rir de Malfoy usando, sem perceber, uma expressão de trouxa. Eu a usei perto dele uma vez e a convivência parecia estar fazendo efeito.

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O menino da Lufa-Lufa, quintanista e filho de trouxas, que Malfoy, Crabbe e Goyle estavam usando para empurrar como um brinquedo, encontrava-se jogado no meio do corredor. Alguns alunos interromperam seu caminho para observar a briga.

— Você é a merda do monitor! — exclamei para o loiro na minha mais autêntica encenação.

— Exatamente. Posso muito bem te dar uma detenção se você não virar e sair desfilando daqui a agora mesmo — Malfoy respondeu.

— Vou dar queixa de você pro Dumbledore, seu fútil — eu disse.

— Tenho certeza que você conhece bons feitiços das trevas pra convencê-lo a fazer suas vontades!

— Talvez eu comece a usá-los aqui mesmo em você! Seu tempo na ala hospitalar foi uma benção pra escola inteira!

— Você acabou de fazer a Sonserina perder dois pontos, Tonks.

Revirei os olhos para a sua incapacidade de tirar pontos de sua própria Casa e trombei meu ombro no seu para passar. Seu perfume caro me arrancou os sentidos por um instante e tive que me concentrar para continuar andando e não vacilar o olhar.

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