Tem a morte em sua posse

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Mendel

— Tenho que te contar uma coisa... Me dê sua mão — eu disse e entrelacei meus dedos nos de Draco. — Hum... Houve um mal-entendido durante a última ronda que fiz como monitora. Dallon, o menino que te substitui agora, foi atacado por uma pessoa que se parecia exatamente comigo, mas que não era eu, e por isso Snape me tirou da monitoria. Depois, Slughorn não quis deixar a ex-aluna de Durmstrang, que teoricamente já atacou dois alunos, ficar no seu Clube, então fui expulsa... Não vou negar que eu queria muito continuar participando, mas a verdade é que perder os jantares com eles ou perder a monitoria nem se comparam a perder a única chance de conversar com aquela diretora do Instituto de Montmorency nessa festa de Natal. Eu sinto nos meus ossos, Malfoy, que ela vai me ajudar a ter reconhecimento se eu falar com ela. E... todo mundo do Clube já tem par. Então, eu convidei o Harry pra ir comigo.

Ele já tinha tirado sua mão de perto de mim, na altura em que contei que fui expulsa, deixando-me sentada sozinha no sofá.

Era tarde na sala comunal e eu tinha esperado, até para poder adiar o momento mais um pouco, que todos tivessem ido dormir, antes de contar a ele. Os deveres de casa que precisávamos fazer estavam abertos na mesa.

Meu coração batia tão alto que me desconcentrava.

Ele estava de costas para mim. Sua capa foi aberta e jogada de qualquer jeito para uma poltrona, de onde escorregou para o chão. Era como um mau agouro...

— Não sei por que tô surpreso por você ter estragado tudo — ele disse num fio de voz.

— Malfoy, eu já tô me sentindo mal...

Ele girou de uma vez só para mim ao ouvir isso.

— MERDA! — gritou. — Então eu devia ter muita pena mesmo! Afinal, eu fico aqui como um IDIOTA, vendo você ter o que quer e ir com outra pessoa!

— Eu preciso estar lá, Malfoy. É importante pra mim.

— Você nem pode ter essa certeza toda do que aquela mulher vai fazer por VOCÊ!

— Para de gritar.

— Vai se foder, Tonks! Por acaso, você denunciou a Pansy!? Ou será que você decidiu acreditar que não foi ela que atacou o Dallon? Ou ainda tá esperando a merda do carma dela chegar!?

— Eu não vou denunciar ela, não importa quantas vezes ela me ataque. Achei que você tinha entendido que tô fazendo isso por você.

— Onde que isso tem alguma coisa a ver COMIGO?! Porque você não pensou em mim nem por um instante na hora de fazer par com outra pessoa, SEM CONVERSAR comigo antes! — Draco gesticulava mais do que eu jamais vira, apontando para o próprio peito, para o teto ou para mim.

— É só um meio de eu conseguir entrar na festa...

— Você é tão SONSA, não é, Tonks? Mas eu vou explicar de um modo que a sua mente de mestiça possa entender: você não sai com outra pessoa pros lugares em que devia estar comigo! Não é ele quem tem que te acompanhar quando você vai conhecer uma pessoa importante!

— É só uma vez...

Ele soltou uma risada fraca de escárnio e balançou a cabeça. Malfoy olhava para o chão, com as mãos apoiadas na cintura.

— Merlin!... No que eu tava pensando? — ele murmurou. — A gentalha que sai do lugar de onde você veio não vai entender esse tipo de coisa. Mas você vai ter algum consolo no ombro da cadela Weasley e da sangue-ruim da Granger.

— Não chama elas assim... — eu disse fracamente, sem voz de tão atacada que me senti.

— Eu chamo como eu quiser! Eu não devia ter me dado o trabalho...

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