Indesejada aliança

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Os cachinhos bem delineados emoldurando seu rosto eram a visão mais perfeita do mundo todo. Ele tinha pintinhas amarronzadas na pele parda. Era a coisinha mais fofa de todas quando ele franzia o nariz ao dar risada.

O lindo sorriso erguia a maçã das bochechas num reflexo divino do amor incondicional e infinito que morava em seu peito.

Ele era tão puro. Tudo que ele via era beleza, tudo que ele tocava recebia carinho...

Com saudades daquela bondade, eu estiquei meus dedos para sentir sua pele... Mas ele desapareceu.

O sol já tinha nascido e iluminava o dossel verde da cama que ia de encontro a minha mão. Eu suspirei e me entreguei ao choro por alguns momentos antes de levantar.

No Salão Principal, eu ainda estava inebriada pelo vazio no meu peito que aquela tentativa boba de sentir Lander perto de mim provocou. Os jogadores do time da Sonserina estavam super contentes que Harry e Jorge tivessem sido proibidos de jogar e os comentários ardidos e maldosos impregnavam cada mísero centímetro da mesa, o tipo de coisa que teria obrigado Lander a se levantar e sair do Salão.

Potter é pirado...

Potter indo ladeira abaixo...

Potter devia pegar as mentiras deles e enfiar...

— Será que não tem mais nenhum outro assunto que sai da sua boca? — eu disse.

Malfoy olhou para mim e deu um sorrisinho.

— Continua aplaudindo ele igual você fez no primeiro dia de aula e vai acabar do mesmo jeito — ele disse.

— Prefiro enfiar garfos nos meus ouvidos a te ouvir falar desse jeito sobre o que não sabe. Você é a pessoa mais ignorante dessa escola e lamento te informar que dinheiro nenhum pode mudar essa realidade.

— Se não quer ouvir, saia daqui e vá chorar a perda do seu namoradinho, como tem feito esse tempo todo.

O choque das palavras me arrancou qualquer resposta.

Eu me retirei da mesa o mais rápido possível e trombei com alguém na saída do Salão. Era Renie. Ele apoiou o indicador no meu queixo para erguer meu rosto e me olhar. Sua boca se abriu em surpresa para aquele mar salgado nos meus olhos logo às sete da manhã.

Rony, Hermione e Harry estavam bem ao lado dele, mas eu voltei a correr sem dizer nada.

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Sheridan havia me contado sobre as masmorras mais profundas da escola, onde Filch, em tempos bastante remotos, costumava punir os alunos com torturas desumanas. Ninguém gostava de descer para aquele lugar e, ao chegar lá, isso ficou justificado pelo sangue seco nas paredes, o cheiro de mofo e a escuridão completa.

Eu tinha feito o feitiço de camuflagem mesmo assim, tamanho era o meu desejo de sumir do mundo. Um soluço barulhento me escapou da garganta. Fiquei ali por um tempinho, rezando com cada célula do meu corpo que eu fosse levada até Lander, onde quer que ele estivesse... Ou que ele viesse até mim...

A mão delicada dele tocou o meu ombro.

— MERLIN! — eu disse.

— Sou eu.

Um foco de luz azul se acendeu e iluminou o ar tremulando para revelar Harry.

— Ah, você tem uma capa... — eu disse.

Eu toquei minha cabeça com a varinha para desfazer a camuflagem, mas encarei minha capa surrada sobre os joelhos.

— Era o Feitiço Desilusório? — ele disse.

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