Que defende a defensora

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Era meio de outubro e conseguíamos permanecer na casa de Sirius. Renie fora embora para o seu apartamento, dizendo que queria conversar com Astlyn em breve sobre a condição de horcrux. Ele não tinha tido nenhuma esperança com os livros de Harry e ficou em silêncio quando guardamos todos eles na biblioteca dos Black, fechando aquela esperança para sempre.

Aquele era o dia de sorte de Harry, Draco e eu, segundo o jogo da moeda que jogamos no Natal anterior.

— O que as pessoas fazem no seu dia de sorte? — Harry perguntou para o lado de fora.

— Vivem perigosamente.

Ele sorriu para mim antes de voltar a observar.

— Então essa é fácil — disse e fez uma pausa. — Me lembre de agradecer a Evelyn um dia. É bom estar aqui. Você acha que hoje seria um bom dia pra repassar o que a gente já sabe das horcruxes?

— É, talvez. Uma ideia nova pode aparecer — respondi.

Harry assentiu e se abaixou para amarrar o cadarço. Em seguida, uma pedra enorme voou vidro adentro bem por cima de sua cabeça. Ele olhou com terror para mim, mas não sofreu um único arranhão.

— Os Comensais estão prendendo alguém na rua de trás! — Hermione avisou, correndo escada abaixo com Rony.

— É a Evelyn? — perguntei.

— Não, foi ela que jogou a pedra — Harry respondeu, escorado na parede e espiando a rua por uma fresta da cortina. — Ela tá fazendo um monte de sinais estranhos...

— Melhor a gente ir — Rony decidiu.

— Vou pegar nossas coisas — Hermione disse, partindo escada acima acompanhada dele.

Segundos depois, alguém socou a porta de entrada. Ficamos com as varinhas de prontidão. Com muito cuidado, Harry pegou sua mochila num canto e passou a alça por seus ombros. Ficamos em silêncio para esperar Rony e Hermione voltarem, mas percebemos que os dois ficaram quietos lá em cima também para não se denunciarem.

A porta foi arrombada. Um feitiço passou de raspão na minha orelha. Harry atacou o invasor e ele revidou. E, apesar dessa movimentação perigosa ao meu redor, senti imensa plenitude. Justo naquele dia, tomamos a decisão aleatória de mover o guarda-roupa com o Bicho-Papão para a sala, para depois nos livrarmos dele.

Por isso, quando Harry se esquivou do ataque do Comensal, o disparo acertou a porta de madeira velha. A criatura avistou o homem primeiro, e se transformou num leão. A juba vermelha saltou para o ataque, distraindo o Comensal...

Tive a impressão de ouvir alguém desaparatando lá em cima e entendi que Rony e Hermione se salvaram.

— Accio medalhão! — exclamei e a corrente voou do pescoço de Harry direto para o meu pescoço. — Obliviate! — disse para o homem, que estava paralisado diante do animal.

Segurei a mão de Harry e aparatamos no beco em Londres para onde Renie e eu fomos antes da viagem. Era dia, o que não nos oferecia muita segurança, mas ainda sentia aquela sensação de plenitude.

Harry respirava rápido com os olhos preocupados.

— Hermione... Rony... — sussurrou

— Eles desaparataram.

— O que você acha que aconteceu? Por que o Comensal entrou na casa?

— Ficamos quinze dias lá... Algum deles deve ter ficado desconfiado ou Você Sabe Quem deu novas ordens. Merlin, espero que eu tenha conseguido apagar a memória dele... Se alguém souber que a Narcisa nos ajudou...

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