Capitulo 01

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Capítulo 01

Aviso:Para vocês terem um pouquinho do gostinho do que está vindo,uma nova fic cheio de emoções.o primeiro capítulo será divido em cinco parte,essa é a primeira parte espero que gostem!

Boa leitura

Parte I

A balada não tinha sido uma das melhores naquela noite. Não compensou todo o trabalho que tive para sair às escondidas de seu avô Pedro , que me proibiu mais uma vez de sair durante a semana. Cheguei em casa mais cedo que de costume, por volta das quatro da manhã, louca para cair na cama. Nuvens pesadas cobriam a lua, deixando a casa muito sombria. Sempre achei a mansão meio assustadora ao cair da noite, mais vovô adorava – Eu tinha boas recordações incrustadas nas paredes cor de creme.

Para não atrair atenção, eu subi sorrateiramente os degraus da escada dos fundos que ligava a cozinha ao andar de cima, mas que obrigatoriamente me fazia passar pelo corredor do quarto de meu avô. Prendi a respiração, tentando fazer o mínimo de ruído possível ao passar pela porta branca com entalhes delicados. Meu esforço foi inútil, claro.

- Carla ! – chamou vovô, numa voz baixa, porém firme que me fez estremecer.

Suspirei pesadamente, soltando os ombros antes de abrir a porta e enfiar a cabeça por uma fresta no quarto iluminado apenas pela luz do abajur.

Vovô estava sentado na enorme cama, um livro nas mãos, o rosto desapontado.

- Você achou mesmo que eu não notaria sua escapadinha? Não acha que é um pouco tarde para estar indo para a cama? – quis saber vô Pedro , me observando por sobre os óculos.

- Tecnicamente é cedo, já que tá quase amanhecendo...

- Entre, Carla agora,preciso falar com você – ele ordenou.

Grunhi, tudo que eu queria era ir para minha cama, de preferência sem levar bronca. Contudo, eu sabia que vovô correria atrás de mim até soltar todos os cachorros com razão já que eu tinha fugido a noite . Era inútil tentar escapar.

Arrastando-me bravamente, como um condenado à cadeira elétrica, me sentei no pé da cama.

- Onde você estava? – ele indagou, a testa enrugada, os cabelos grisalhos ligeiramente desarrumados.

- Com a Viviane . Era aniversário dela. – Viviane era minha melhor amiga desde... bom, desde que eu me lembrava. Nós nos conhecemos no maternal e, depois que ela me salvou de um monstro horrível no parquinho do colégio, nunca mais nos afastamos. Éramos inseparáveis.

- Claro. Ela está com quantos anos agora? Cento e três? Porque nos últimos dois meses você foi a pelo menos oito festas de aniversário da sua melhor amiga.Então isso não cola mais,Carla!

Droga!

- Eu disse aniversário? Eu quis dizer despedida de solteira.

Vovô suspirou na mesma hora que eu comecei a falar .

- Carla , eu já sou velho o bastante para saber quando estão querendo me enganar – ele fechou o livro com um movimento brusco e tirou os óculos de leitura. – Eu não entendo. Sempre dei tudo a você, nunca lhe faltou nada. Acho que o problema foi exatamente esse, não é? Acabei mimando você demais. Você é uma mulher adulta há algum tempo. Tem vinte e quatro anos, mas ainda age como uma adolescente irresponsável. Quando É que você vai criar juízo, querida?

-Vovô, eu...

- Isso não é hora de voltar pra casa, ainda mais numa terça-feira. Já se deu conta de que você passa todas as noites e madrugadas na rua, só Deus sabe fazendo o quê e com quem também né minha netinha ?

- Eu não estava fazendo nada errado. Eu nunca faço nada errado – me defendi.

Seus olhos castanhos, exatamente da cor dos meus, se estreitaram, as rugas ao redor tornaram tudo mais ameaçador.

- Precisei enviar três advogados a Amsterdã para livrar você da cadeia. Amsterdã, Carla,você lembra disso ! – ele frisou, o rosto duro. – Onde tudo é permitido! Evidentemente, você teve que encontrar uma forma de mudar isso...

- Foi um mal entendido, eu já expliquei! – Ninguém nunca me deixaria esquecer aquela história? Caramba! Uma garota não podia cometer um errinho de nada?

- Tunísia. Bulgária – ele continuou a apontar meus erros. – Aquela noite em que você foi parar no hospital por causa de um coma alcoólico fora as drogas pesadas ... Tudo não passou de um mal entendido?

- A prisão na Tunísia eu já expliquei, foi abuso de autoridade. A da Bulgária... – suspirei, tentando me lembrar o que havia me levado a participar daquela passeata. Na época, protestar nua com outras oitocentas pessoas pareceu tão bacana... – Ok, não tenho desculpa pra essa. E eu me excedi um pouco na formatura da Viviane , o que é normal pra alguém da minha idade - baixei os olhos para o lençol branco.

- Nada disso aconteceu comigo nem com o seu pai ou qualquer amigo dele. Não creio que seja normal – ele suspirou pesadamente. – Carla,nem sempre eu estarei por perto para salvar você das encrencas em que se mete. Estou velho e não agüento mais ver você brincando com a sua vida. Às vezes, me arrependo de não ter ouvido o Carlos . Devia ter mandado você para um colégio na Suíça. Seu pai e sua mãe, que Deus os tenha, devem estar se remoendo de preocupação. Eu temo que, quando eu me for e deixar tudo por sua conta, você vai acabar sem nada, passando fome e ...

– blá, blá, blá. Eu já conhecia bem aquele sermão. Fiquei esperando que ele chegasse à parte em que seria enterrada como indigente e nem teria direito a um enterro cristão, o que me impediria de ir para o céu encontrar meus pais e viver feliz para sempre na chatice do Paraíso. – ... você vai passar a eternidade vagando por aí. Uma alma condenada. É isso que você quer?

- Ok. Eu juro que amanhã vou ficar em casa e fazer algo bem entediante – prometi, desejando escapar o mais rápido possível para minha cama, a duas portas de distância.

- Eu Não quero que fique em casa – ele apontou. – Quero que crie juízo e entenda que a vida é muito mais que festas e rapazes.

Eu duvidava muito.

- Você precisa é de um bom homem ao seu lado. Alguém que lhe mostre o verdadeiro sentido da vida, precisa de um marido. – Lá vamos nós outra vez, pensei desanimada. – Se você se apaixonasse de verdade por um homem bom, um homem digno, de caráter, e que conseguisse manter esse relacionamento a ponto de leve-lo ao altar, isso significaria que finalmente amadureceu.

- Tá bom, vovô. Vou tomar jeito, prometo, mas sem marido nessa história, ok? Agora descanse um pouco. Já está tarde, você acorda muito cedo. Teve aquela dor de cabeça de novo? – perguntei, tentando mudar o foco da conversa.

Ele sacudiu a cabeça.

- Não tive. Mas você me tira o sono, Carla de verdade é isso não é bom para mim que estou velho já .

- Desculpa – eu disse sinceramente. Não gostava de causar aborrecimentos a vovô. Ele era tudo que eu tinha; minha família inteira se resumia àquele homem de setenta e dois anos, dono de um bom humor ímpar e do sorriso mais carismático que eu conhecia. – Não precisava ter me esperado acordado.

- Eu Não consegui dormir. Aproveitei para ler um pouco. – Ele voltou a abrir o livro e colocou os óculos sobre o nariz reto.

Respirei aliviada. O pior já tinha passado mas eu sabia que vovô não ia deixar isso passar em branco.

Esse foi o primeiro capítulo da fic que será postada depois do fim de um amor de Babá que falta pouco para o final

Eu volto com 10 ⭐️ e 5 comentários

O que acharam de Carla já vou avisando que ela vai dar muito trabalhão hahahahah

Xoxo 💋

Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora