Capítulo 41
Acordei com beijos deliciosos na nuca. Mãos grandes e suaves acariciavam minhas costas. O aroma de café impregnava o ar. Eu podia me acostumar com aquilo facilmente.
- Bom dia, minha Bela Adormecida – murmurou Arthur em minha orelha.
Virei-me, me enroscando em seu pescoço.
- Bom dia – resmunguei.
- Está com fome? Imaginei que estaria e pedi o café. Você teve uma noite muito agitada – ele mordiscou meu queixo.
- Só um pouco.
Arthur tocou os lábios quentes em meu pescoço antes de alcançar a bandeja cheia de guloseimas. Café, leite, ovos, croissants, pães e geleias variados, iogurte, frutas e sucos. Meu estômago roncou ao ver tanta fartura.
Ele riu.
- Que bom que não esta com fome – zombou.
Sentei-me enquanto ele me servia, prendendo o lençol sob os braços.
- É que normalmente demoro pra acordar. Estar com os olhos abertos não significa que eu esteja realmente desperta. Você viu o que aconteceu naquela manhã depois da tempestade....
- Obrigado pela dica – ele me passou o prato abarrotado de comida, colocando um morango em meus lábios.
As pesadas cortinas brancas, estampadas com minúsculas flores, estavam fechadas, por isso eu não fazia idéia de que horas eram. Aproveitei para observar o quarto, já que na noite anterior eu estava absorta demais em Arthur e suas caricías. Era simples e requintado, com móveis retos e elegantes. As gravuras nas paredes eram de bom gosto, e a poltrona vermelha de linhas retas dava ao quarto sóbrio um toque de descontração. Eu não imaginava que pudesse existir um lugar tão perfeito para nossa tão esperada noite de núpcias.
- Sabia que eu nunca tinha me hospedado nesse hotel? O vovô sempre se hospedava, pelo menos uma vez por ano, em cada um dos hotéis da rede, para se certificar de que o serviço estava sendo bem feito. – Mordi uma rosquinha macia coberta de glacê. – Delícia de hotel.
Arthur sorriu, um sorriso torto de tirar o fôlego.
- Também vou levar lembranças muito agradáveis – disse, tomando seu café preto.
- Sabe, você podia ter dito logo de cara que se sentia atraído por mim. Teria facilitado muita coisa.
- Podia, mas e se você não sentisse o mesmo?
- Alguma vez , quando nos beijamos, eu dei a entender que não queria?
Ele sacudiu a cabeça.
- Você não entendeu. E se você estivesse apenas querendo suprir o espaço deixado pelo seu avô? Já imaginou como os próximos onze meses seriam constrangedores pra mim? – falou, me encarando atentamente, procurando sinais de que pudesse ter dito a verdade. – mas naquela noite em que você estava com medo da ...hã..em que eu estava entediado, eu vi algo em seus olhos. Algo que eu queria tanto, mas que ia contra tudo que eu prezava. Você parecia me desejar e eu estava louco por você. Queria tanto que o que vi nos seus olhos fosse real. Estava tão perto de arruinar tudo...Como já não me sentia em meu juízo perfeito, decidi pedir ajuda, e pretendia contar pro Paulo sobre a nossa situação. Talvez alguém de fora pudesse ver as coisas com mais clareza. Mas aí te vi com aquele advogadozinho sardento e... Desculpa por aquilo – ele disse, mas sorriu descaradamente.
- Arthur , vamos deixar uma coisa bem clara. Eu sinto muita falta do vovô. Tanta que às vezes acho que vou morrer, que vou sufocar até definhar de tanta saudade. Nunca vou deixar de sentir falta dele. E ninguém nunca vai poder substituir o vô Pedro no meu coração. Nem mesmo você. O amor que sinto por ele é diferente, ele é família . O que eu sinto por você é...outra coisa. É ...hã...é como...se eu estivesse me afogando e de repente conseguisse encontrar a superfície. – Eu nunca tinha sido muito boa com essa coisa de declaração, mas esperava que ele compreendesse o que eu sentia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...