Capítulo 21
[Parte 2]
- Ela me pareceu bastante curiosa.
- Não me diga! – falei, levantando a cabeça e o encarando. – A mente da Viviane já criou um milhão de fantasias sobre nós dois sem você insinuar que estamos dormindo na mesma cama. Ela vai pirar!
- Não estou insinuando, Carla.Vamos mesmo dormir na mesma cama – ele riu, debochado. – a não ser que você me mande dormir no chão.
Gemi outra vez.
- Ela vai achar que você e eu... Oh, Deus! E não acreditar quando eu disser que nós não... Argh! – puxei o lençol e o prendi entre os braços.
- A Viviane sabe do nosso acordo. Não vai se deixar levar pela imaginação.
- Você não conhece a minha amiga nem o tamanho da criatividade dela! – apontei.
- Ela me disse uma coisa sobre você... Será que é fantasia da cabeça dela ou...?
- Provavelmente é fantasia – me apressei.
- Ela disse que você sentiu a minha falta ontem à noite.
- Com certeza é fantasia. Podemos dormir? Tô acabada. – Fingi um bocejo e me virei na cama. Boa noite.
A voz dele apareceu... desapontada? Ao dizer:
- Claro. Boa noite – e apagou a luz.
Levou um tempo para que meus olhos se habituassem à escuridão. Um pequeno feixe de luz entrava pela janela, permitindo que eu enxergasse o quarto parcialmente. Fiquei hiperconsciente da presença de Arthur ao meu lado na cama.
- Arthur – chamei, rígida como uma estaca.
- O que?
Virei-me ficando cara a cara com ele. Eu podia ver os traços de seu rosto, ainda que fracamente, pelo bruxulear da claridade vinda da janela. Ele estava sério.
- Foi muito legal seus pais e esse seu lado mais família – comentei.
- Pensei que você fosse preferir pular pela janela a ter que aguentar o Christopher .
Eu ri e, deslumbrada, vi um sorriso largo se espalhar em seu rosto! – E, de novo, ele me surpreendeu ao se aproximar lentamente e tocar a minha bochecha com seus lábios tenros. – Durma bem.
Mas, claro, depois disso não pude pregar o olho. Eu só pensava em como havia sido doce aquele beijo fraternal. E como eu queria que ele me beijasse outra vez, mas de forma nada fraternal. Revirei-me na cama por um bom tempo, totalmente ciente do calor que emanava de seu corpo. Lutei muito para evitar esbarrar em sua pele, para evitar me jogar contra ele só para ter certeza de que aqueles lábios não eram tão macios assim.
- Algum problema com a cama? – ele perguntou numa voz profunda.
- Hã... Não.
Tentei dormir, juro que tentei, mas parecia que as horas se arrastavam e o sono seguia em direção oposta.
- Tá dormindo? – sussurrei um tempo depois.
- Não.
- Nem eu.
- Percebi - havia humor em sua voz.
- Posso perguntar uma coisa?
- Agora?
- É.
- Tudo bem.
Virei-me no colchão até ficar de frente para ele novamente. Busquei seus olhos. Era incrível que, mesmo com quase nenhuma claridade, as esmeraldas continuassem ali, incandescentes.
- Você acha que sou uma pessoa ruim? – eu quis saber.
- Não - ele respondeu, sucinto.
Tem certeza?
- Você é muita coisa, Carla pode ter certeza disso – ele sorriu. – Tantas que ainda não descobri todas, mas tenho absoluta
certeza de que não é uma pessoa ruim.Assenti, virei-me outra vez e fechei os olhos. Mantive-me o mais imóvel possível. Algum tempo depois, ouvi a respiração de Arthur se tornar mais pesada. Ele adormecera. Eu ainda estava acordada quando, lá pelas tantas da madrugada, ele se moveu, jogando os braços ao redor da minha cintura e me arrastando para perto num movimento rápido. Parei de respirar. Ele apertou seu corpo de encontro ao meu, os músculos fortes e quentes me envolvendo, se encaixando perfeitamente em mim. Meu coração retumbou com tanta violência que doeu. Ele afundou a cabeça em meus cabelos e inalou profundamente.
- Carla – sibilou perto da minha orelha.
Um arrepio violento me fez estremecer, mas antes que eu pudesse criar expectativas - bom, eu meio que já havia criado, mesmo antes de entrar naquele quarto, mas deixa pra lá -, sua respiração pesada se tornou cadenciada novamente, e percebi que ele esteve adormecido o tempo todo e que não havia a menor possibilidade de que fosse me beijar ou tentar qualquer outra coisa.
Envelopada por ele, fechei os olhos. Uma estranha sensação me invadiu, relaxando meus músculos, apaziguando minha mente perturbada.
Adormeci sorrindo, pela primeira vez nos braços do meu marido em seus braços quente me sentindo protegida como nunca .
Por hoje e só 🦋
Amanhã tem mais
Vamos de meta o que acham
Meta :10 ⭐️e 20 comentários e eu posto o próximo capítulo 🦋🦋
Continua... =)
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...