Capítulo 15
[Parte 3]
Eu ri, dobrando a carta, guardei-a no bolso do meu jeans e rapidamente desci para o setor nove, no quinto andar.
Arthur estava me esperando no corredor, andando de um lado para o outro, o rosto tenso.
- Isso vai ser um problema - começou ele. - Não vai ser bom a gente ficar tanto tempo juntos. Vamos acabar cometendo um deslize ou...
- Nos matando? - completei. - Relaxa. Vai ficar tudo bem. Você vai ser promovido, não vai?
- Ainda não é certo. Talvez eu seja, talvez não - ele deu de ombros.
- Então vamos torcer para que seja, e pra gente não se matar enquanto trabalharmos juntos.
- Ah, que lindo! - comentou uma garota de roupas justas que marcavam sua silhueta e decote pouco recatado. Meio vulgar, mas bonita. - Mal conseguem ficar longe um do outro.
- Bom dia, Sarah - Arthur respondeu, ainda me encarando.
- Carla Carolina , não é? - ela sorriu pra mim. - O Arthur não fala muito de você. Soube que você vai ficar na nossa sala. Isso vai ajudar a nos conhecermos melhor, já que o Arthur parece querer te guardar só para ele.
- O Arthur é muito discreto - respondi sem pestanejar. - Ele não gosta de ser o centro das atenções. Ele é um cavalheiro. Mas parece que não existem segredos nessa empresa, hein? Todo mundo já sabe da minha mudança de setor.
Ela sorriu afetada.
- Pode apostar. As paredes têm ouvidos por aqui. - E, acenando os dedos pintados de vermelho-escarlate, ela nos deixou a sós.
- Entendeu? - Arthur sussurrou ansioso, os olhos suplicantes.
- Vamos manter o plano inicial. Almoçar juntos de vez em quando e alguns sorrisos de cumplicidade pode ser uma boa. E... sei lá, inventa alguma coisa que demonstre afeto e que não complique a nossa vida na empresa. A lumena disse que pegação é proibido, o que é ótimo no nosso caso.
Ele correu a mão pelos cabelos. Prendi a respiração. Eu sabia que seu perfume me envolveria como um abraço, e as imagens dele suado, com a camiseta branca colada ao tórax, invadiriam minha mente, bagunçando minha capacidade de raciocínio.
- Vai ser complicado - ele resmungou, mais para si mesmo, me pareceu.
- Deixa rolar, Arthur querido - murmurei, um pouco magoada com seu pessimismo. - Também preciso que isso dê certo. Acho que até mais que você.
Ele não pareceu nada feliz, mas acabou concordando e voltou para sua mesa, a seis metros da minha.
Meu primeiro dia no setor nove foi meio estranho. Havia uma pilha de papéis que precisavam ser copiados e arquivados acumulada fazia semanas, e de repente me senti uma tola. Eu não tinha assistente. O ofício era exatamente o mesmo, só o andar era outro. Não havia promoção nenhuma!
Concentrei-me em guardar a papelada nas pastas certas e ignorei o burburinho na enorme repartição. Muitos olhares curiosos me avaliavam, mas um em especial, que me fazia sentir como se um holofote estivesse apontado para mim, me deixou inquieta. Arthur passou boa parte do dia me encarando e desviando os olhos quando eu o fitava de volta.
Quase no final do expediente, Sarah , a garota do decote, sentou-se na beirada da minha mesa já bagunçada,organização nunca foi meu forte mesmo - e me avaliou de cima a baixo.
- Você se saiu bem para o primeiro dia. - Mas algo no tom de sua voz me convenceu de que ela pensava exatamente o oposto.
- Que bom que te impressionei.
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...