Capítulo 19
[Parte 1]
Eu estava ansiosa para que a hora do almoço chegasse logo – mais que o habitual. Não sabia o que carlos queria discutir e estava inquieta para descobrir. Alguma coisa me dizia que eu não gostaria nada do que ele tinha para me falar, mas isso já nem era novidade.
Assim que a sala começou a esvaziar, perto do meio-dia, Arthur me interceptou.
- Vamos almoçar?
- Não dá, tenho um compromisso. Não volto à tarde. Vou direto pra casa, tá?
Ele me encarou um pouco surpreso.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Preciso correr, já estou atrasada – joguei a bolsa no ombro.
- Tudo bem. Te vejo em casa – e me acompanhou até o elevador.
Como eu esperava, a viagem de ônibus até o centro da cidade foi desagradável e cheia de solavancos.
Carlos já estava me esperando no restaurante tailandês. Ele havia gentilmente pedido as bebidas. Meu chá yen ainda estava geladinho.
- Achei melhor nos encontrarmos em um lugar onde você se sinta à vontade – ele comentou.
Então a conversa não vai ser boa.- Estou preocupado com você – continuou. – Ouvi alguns rumores ontem, quando estive na L&L. Algo que não me surpreendeu nem surpreenderia seu avô.
O garçom trouxe o cardápio. Eu corria os olhos pelas letras sem lê-las. Eu estava preocupada demais para pensar em comer qualquer coisa que fosse. O rapaz desistiu de esperar avisou que voltaria em alguns minutos para anotar o pedido.
- Por favor, Carla , quero que me diga a verdade. Esse casamento às pressas foi apenas um arranjo pra recuperar tua herança?
- Não. Foi tudo real. Eu me casei. Fim da história.
Ele entrelaçou os dedos sobre a mesa.
- Carla , querida. Eu gostaria muito de acreditar que você está apaixonada e feliz, mas não consigo. Há poucas semanas você fez um belo discurso contra o casamento, lembra?
- Sim, mas eu ainda não conhecia o Arthur e não tinha me apaixonado por ele .
- Então você ama mesmo esse rapaz?
- Ãrrã. – Tomei um gole do meu chá gelado.
- Isso é ótimo – ele exalou ruidosamente, parecendo aliviado. – Se fosse tudo uma farsa, você estaria com sérios problemas. Fico feliz que tenha criado um pouco de juízo.
- Que tipo de problemas? Só por curiosidade – me apressei a explicar quando sua testa franziu.
- Se ficasse provado que o seu casamento foi uma farsa, você perderia todos os direitos de herdeira, por tentar ludibriar o testamento, seu avô, a justiça. E quanto ao Arthur ...
- O que tem ele? – perguntei apressada. Apressada demais. Droga!
- Você pode imaginar como um escândalo desses afetaria a carreira dele. Dificilmente ele conseguiria uma boa colocação em alguma empresa. E, claro, seria demitido por tramar contra o Conglomerado Moreira Diaz .
- Que bom que o meu casamento não é uma farsa. – Não me permiti sequer piscar. De todas as mentiras, essa era a única que não podia ser descoberta, jamais.
Ele sacudiu a cabeça, sorrindo tristemente.
- Acho que o seu marido,Arthur tem razão no que me disse ontem. Eu não cuidei bem de você. Deixei as coisas irem longe demais. Seu avô ficaria furioso comigo, mas eu não posso ver você se... vendendo para conseguir sua fortuna de volta. Vamos tentar fazer alguma coisa a respeito. Eu posso lhe dar uma mesada, uma boa mesada, até que você encontre um bom parceiro para a vida toda. Não consigo dormir desde o seu casamento. A culpa está me matando, Carla . Fico imaginando o que Arthur deve ter pedido em troca desse casamento...
E com aquele discurso, Carlos deixou claro que não só não acreditava na veracidade do meu casamento, como tinha certeza de que era uma fraude. Maravilha!
- O Arthur é um cara sensacional – interrompi. – Um homem muito melhor do que muitos que eu conheço. - Vou ignorar o sarcasmo – disse ele.
– Mas a questão é que você não ama esse sujeito, não é? Seja honesta comigo, querida. Só estou tentando ajudar. Se vender dessa forma... não está certo. Seu avô não aprovaria. Acho que ele não pensou que você pudesse ficar tão abalada com tudo isso a ponto de lançar mão de um recurso desses. E sou o responsável. Talvez eu devesse ter sido mais maleável e ter ouvido seus argumentos. – Ele sacudiu a cabeça. – Não posso permitir que você faça isso consigo mesma. Isso termina agora! – ele bateu o indicador na mesa para enfatizar sua ordem.
Carlos me conhecia há muito tempo. Devia saber que era melhor não ter feito isso.
- Sim, isso termina agora – fechei o cardápio bruscamente. – Eu. Estou. Cansada. Agradeço sua oferta, mas ela veio um pouco tarde. Não quero mesada nem nada que você possa me oferecer. Se isso é tudo, eu...
- Não precisa responder agora, Carla . Pense no Arthur e no que vai acontecer com ele quando a farsa de vocês vier à tona. Pense em você, querida. Pense em sua vida e em como isso é sórdido. Sei que você vai me dar razão assim que esfriar a cabeça. Anule o casamento e volte pra casa. Pra sua casa.
- Não existe farsa, Carlos,nos apaixonamos e casamos,fim da história – eu disse um pouco tarde demais.
Ele apenas sorriu, mas era um sorriso triste.
- Você não imagina como eu queria acreditar nisso.
- Obrigada pelo convite para almoçar – me levantei. Foi muito gentil da sua parte, mas eu realmente amo o Arthur . Agora preciso ir ou vou ter mais descontos no meu salário.
- Me ligue se quiser conversar – ele ofereceu. Apenas assenti e deixei o restaurante sem olhar pra trás.
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
Ficción GeneralSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...