Capítulo 51
— Tem certeza que essa calça não me deixa gorda? Estou me sentindo imensa. — Viviane reclamou, trocando seu moleton cinza pela enézima vez.
— Viviane , esquece a maldita calça, tá? Você está linda. Qualquer garota morreria para ter uma bunda como a sua. Agora, foco! A casa parece vazia, não parece? — eu disse, colada à parede alta coberta de trepadeiras nos fundos da mansão. Foi por aquele muro que muitas vezes fugi para alguma festa quando
vovô me deixava de castigo. O muro ali era um pouco mais baixo que em outros pontos, e do lado de dentro havia uma pequena irregularidade no terreno que permitia uma garota de estatura média, como eu, escalar sem grandes dificuldades.- Como é que a gente entra? Não me diz que vamos ter que pular o muro — Viviane resmungou.
— Então não digo. — Na ponta dos pés, espiei o gramado dos fundos, escuro e silencioso. Tudo bem até ali. — Tenta não se machucar. Me segue e, pelo amor de Deus, não faz barulho.
— Ei! Eu sou perita em escalada na academia — ela colocou as mãos no quadril. — Meu instrutor até me elogiou.
— Ótimo. Bora!
Enrosquei os dedos nas plantas, procurando por um pequeno defeito no muro antigo, um meio buraco onde a ponta do meu tênis se encaixasse perfeitamente. Mostrei a Viviane como fazer e comecei a subir. Não foi difícil. Ela pousou ao meu lado quase ao mesmo instante que toquei o solo. Por um momento me arrepiei ao ver a casa escura na noite sem lua, tão triste que parecia assombrada.
— Por aqui — sibilei, avançando meio agachada até alcançar a parede da despensa, a única maneira de passarmos pelo quintal sem ser flagradas pelas câmeras de segurança, que eu duvidada que alguém tivesse desativado. Forcei o trinco da janela com cuidado e o gancho defeituoso e amigo ainda estava ali, como eu o deixara. Deslizei para dentro e ajudei minha melhor amiga a subir também .
— Tá tudo escuro! — ela murmurou.
- O que você queria? — Tirei do bolso a lanterna que tínhamos pegado emprestada no porta-luvas do carro da mãe dela. A luz, ligeiramente esverdeada, não iluminava muita coisa.
Tudo parecia quieto. Aparentemente, Raquel havia conseguido esvaziar a mansão, como eu pedira, e se livrar de Vicky . Eu ligara para Alice e, sem dar maiores explicações, pedira que saísse naquela noite e tirasse os empregados da casa. Sendo a mulher astuta que era, ela não insistiria no assunto e fizera exatamente o que eu tinha pedido. Cheguei a cogitar a hipótese de pedir a ela que me ajudasse a invadir a mansão, mas eu não podia envolver a mulher que fora muitas vezes minha terceira mãe porque vô Pedro sempre fora a segunda — num plano como aquele, que tinha grandes chances de acabar na sala de uma delegacia.
Peguei a mão da minha melhor amiga e tomando cuidado pra não fazer barulho, deixamos a despensa para adentrar a cozinha.
— O que estamos procurando? — Sussurrou Viviane .
— Eu Não sei ainda.
Ela estancou.
— Como é? — perguntou mais alto do que deveria.
— Shhh!
— Como assim, não sabe, Carla ?
- Vou saber quando encontrar — sussurrei. — Vamos subir, quero começar pelo quarto do vovô.
Ela resmungou baixinho algumas vezes, mas se deixou arrastar pela escada dos fundos. Entramos no quarto que era de vovô e fechamos a porta. Suspirei aliviada, para logo em seguida bufar.
— Vou matar a Vicky ! — grunhi ao ver as mudanças no quarto, sóbrio até poucas semanas antes. Agora mais parecia que uma ala carnavalesca havia se instalado no local.
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...