Bônus de brinde para vocês
Boa leitura 📖
Capítulo 15
[Parte 1]
Meu celular tocou. Tateei com os olhos até encontrá-lo.
- Seja lá quem for, vá pro inferno! - resmunguei.
- BOOOOOM DIAAAAA, CARLAAAA! - gritou Viviane , e em seguida entrou a voz de Bono Vox cantando "Beautiful Day" num volume além do suportado pela audição humana. Isso durou uns trinta segundos antes de o volume diminuir. - E aí, acordou?
- O que foi que deu em você? - perguntei furiosa, tentando acalmar minha pulsação. - Acho que todo esse barulho me causou labirintite.
- Se você pode ficar irritada, então já está bem desperta. Eu não podia deixar você perder sua carona. Vou tomar banho. Tenha um lindo dia!
- Viviane ! - mas ela já tinha desligado.
Afundei a cabeça no travesseiro, bufando. Dei uma espiada no antigo relógio de vovô sobre a mesa de cabeceira.
- Ah! - pela primeira vez acordei na hora certa.
Fiquei decepcionada ao encontrar a porta do quarto de Arthur aberta e a cama arrumada e vazia, assim como o restante do apartamento. Ele devia ter ido sem mim. Aparentemente, minha hora certa e a dele não eram a mesma.
Que ótimo, pensei. Não adiantou nada acordar de madrugada!
Tomei um banho demorado; o chuveiro era fantástico, apesar do pouco espaço do banheiro. Ainda enrolada na toalha, fui investigar o que havia para comer na geladeira. Encontrei cerveja, queijos, sucos, frutas, embalagens de comida pronta e dúzias de bandejas de iogurte, de todos os sabores e marcas conhecidas. Eu ri. Provavelmente tudo aquilo iria para o lixo antes que eu fosse capaz de comer. Na verdade eu nem gostava muito de iogurte, mas não pude deixar de me sentir quente diante da atenção de Arthur em relação a mim.
Encontrei granola no armário e uma tigela, e me espantei com o tamanho da pilha de chocolates que Arthur comprara. Ele não parava de me surpreender.
Sentei-me ao balcão e estava terminando o café da manhã quando a porta se abriu bruscamente. Saltei da banqueta, assustada, antes de ver Arthur vestindo camiseta branca e bermuda azul, os cabelos úmidos e a pele brilhando de suor - invadir a cozinha.
- Arthur ! - gritei, apertando a toalha ao redor do corpo.
- Bom d... - ele me examinou de cima a baixo, desviou os olhos, depois se virou de costas. - Eu... não sabia que você tomava café vestida assim.
- Eu não sabia que você ia voltar pra casa. Pensei que já estivesse na empresa a essa altura - meu rosto ardeu.
- Ainda é cedo e combinamos de ir juntos, esqueceu?
- Pensei que o seu cedo e o meu fossem diferentes.
Ele riu, ainda de costas. O suor fazia a camiseta fina grudar estrategicamente em suas costas largas. Não, não era enchimento. Arthur tinha mesmo um corpo fabuloso. Droga!
- Acho que cedo é cedo pra todo mundo. Vou... tomar um banho e... e... Até já - ele saiu rapidamente em direção ao banheiro, sem olhar para trás.
Voltei para o quarto e vesti a primeira roupa que encontrei - calça jeans e regata de malha cinza. Passei a mão pelos cabelos e um batom clarinho para tentar disfarçar o vermelho-escarlate que cobria minha face. Eu estava extremamente constrangida, como se a primeira vez que um homem me visse quase nua.
Esperei por ele na sala, impaciente, mudando de posição no sofá toda vez que ouvia um barulho mínimo vindo do banheiro. Finalmente Arthur surgiu, com toda sua elegância opressora, vestido formalmente como sempre, a maleta em uma das mãos. Não tive coragem de olhar para ele por mais de dois segundos. Ele também parecia constrangido, de modo que permanecemos calados durante todo o trajeto até a empresa.
- Desculpa - me forcei a dizer quando ele estacionou no pátio da L&L, após vinte intermináveis minutos de silêncio. - Realmente pensei que estivesse sozinha.
- Tudo bem, não foi nenhum crime - ele disse rapidamente.
- Você está bravo - apontei
- Não estou
- Está sim.
- Não estou - ele teimou.
- Tem uma veia saltando na sua testa. Ou você está bravo ou está prestes a ter um AVC.
Ele suspirou.
- Não estou bravo, Carla . Só fiquei surpreso ao encontrar uma mulher nua comendo na minha cozinha. O que não é ruim, de forma alguma, diante da nossa situação...
- Então não é comum ter mulher nua na sua cozinha? - me ouvi perguntando, interessada.
Ele comprimiu os lábios, olhando para frente, parecendo ainda mais exasperado.
- Tudo bem, não era da minha conta.
Suspirei.
- Juro que isso não vai se repetir, Arthur . Juro!
- Aquela é a sua casa agora. Você pode fazer o que quiser, inclusive tomar café da manhã vestindo nada mais que uma toalha de banho.
- Menos mexer nos seus hidrotônicos - eu disse, desejando mudar de assunto e quebrar a tensão que
parecia sacudir o carro.Funcionou
- Menos mexer nos meus hidrotônicos - ele concordou com um sorriso tímido. - Não estou com raiva. Só fiquei um pouco surpreso ao te encontrar daquela forma. Você parecia bastante à vontade. O que de certa forma é bom.Quer dizer que você já está se sentindo em casa.
Arthur me encarou, seus olhos brilhavam mais que de costume, o que não ajudou em minha tentativa de manter os batimentos.
- Olha, você prometeu que ia se esforçar pra não fazer isso. Você prometeu que ia parar com esses seus comentários irritantes - falei. De repente minha respiração acelerou. Ele quis dizer que era bom eu estar nua e em sua casa?
- Eu não prometi nada. Eu disse que ia tentar me conter, é diferente. Mas não estou tentando te irritar -ele disse, numa voz profunda. - Estou sendo sincero. Fico feliz que você tenha se sentido em casa. Só preciso me acostumar com a ideia de te ver daquela forma e não... - ele se calou. Seus olhos baixaram e encararam meus lábios com certo interesse.
- E não...? - instiguei, querendo muito saber como aquilo terminaria.
Arthur pareceu acordar do transe ao som da minha voz, rapidamente desviou os olhos e se endireitou.
- Depois a gente se fala. Preciso encontrar o Paulo para discutir sobre um contrato. Quer carona pra voltar pra casa?
Eu sabia que aquele "Depois a gente se fala" significava "Nunca mais vamos tocar nesse assunto". Frustrada, eu disse:
- Quero. Obrigada.
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...