Capítulo 31
[Parte 2]
Ele pareceu reagir ao meu apelo. Um leve brilho nos olhos, um pequeno sorriso nos lábios.
- Claro – concordou e sentou-se ao meu lado no sofá.
Descansei minha cabeça em seu ombro.
- Por que você foi tão bravo com o garoto?
- Ele podia ter se machucado. E machucou você – ele apontou, irritado.
- Mas era só um menino.
- Isso não é motivo para brincar com a vida. Nem com a dele nem com a de ninguém – ele disse, categórico.
Assenti, um pouco insegura. Parecia haver mais, mas eu não queria pressiona-lo a me contar coisas que não desejava. Queria pressiona-lo a me beijar outra vez.
Suspirei.
- Está doendo? – ele questionou, preocupado.
- Um pouco – menti. Já não doía. Ardia um pouco, mas era totalmente suportável.
Ele passou o braço por meus ombros e beijou minha testa.
Levantei a cabeça, surpresa. Ele estava tão perto! Eu queria lhe dizer tanta coisa, queria que soubesse como eu me sentia, mas de algum modo as palavras ficaram presas na garganta.
Era fácil sentir, era simples dizer a Viviane e era até natural – por incrível que pudesse parecer – explicar a vovô em meus sonhos, o que eu sentia por Arthur . No entanto, olhar em seus olhos enfrentar os holofotes castanhos ofuscantes, me deixava estranhamente tímida.
Hesitante, apoiei a mão em seu peito e esperei, receosa de afugentá-lo. Como Arthur permaneceu imóvel, me atrevi a inspirar profundamente, sentindo aquele aroma todo dele invadir e excitar meus sentidos. Ele me observou com o rosto duro, concentrado, mas os olhos tinham fogo, queimavam enquanto encaravam fixamente meus lábios.
Aproximei-me um pouco mais, colando o corpo na lateral do dele, retorcendo os dedos em sua camisa para ganhar equilíbrio. Senti quando sua respiração se tornou mais curta, as batidas de seu coração, mais rápidas. Prendendo-o com o olhar, me estiquei um pouco, até que meus lábios quase tocaram os dele. Vacilei, temendo que ele me repelisse. Entretanto ele não me afastou. Continuou encarando meus lábios com intensidade, como se quisesse toma-los para si.
Então fui em frente e beijei sua boca. E a explosão de sensações e cores foi mais forte dessa vez, quase insuportável. Prendi a mão em seus cabelos, trazendo-o mais para perto, desejando fundi-lo ao meu corpo, para que fizesse parte de mim. Ele não pareceu chocado com minha abordagem nada sutil. Na verdade, pareceu tão aliviado quanto eu.
Contornando minha cintura com uma das mãos, ele deslizou a outra por minhas costas, acariciando minha pele, se prendendo em meus cabelos. O beijo se tornou mais intenso, mais intimo, e Arthur , num movimento rápido e firme, porém delicado, me girou em seus braços até que fiquei sob ele. Gemi quando senti seu corpo sobre o meu, e afundando contra o sofá.
Sua boca esquadrinhava a minha com ímpeto, querendo conhecer cada segredo meu, e eu estava mais do que afoita para que ele os desvendasse. Retribuí, abraçando-o com braços e pernas, trazendo seu corpo de encontro ao meu e estremecendo ao sentir a rigidez e a força de seus músculos.
Arthur levantou a cabeça e me encarou com os olhos injetados, ferozes, escurecidos de desejo. Alcancei a barra de sua camisa, puxando-a pela cabeça pois não queria perder tempo com os botões. Ele me ajudou, se desvencilhando do tecido com agilidade. Tive um pequeno vislumbre de seu peito antes que ele voltasse a me beijar, numa entrega total. Sim, havia pelos macios! O estreito caminho de pelos, um pouco mais escuros que seus cabelos, descia fluido pelo abdome chato e perfeito. Deslizei os dedos por eles – ainda mais macios que o cashmere -, sentindo sua pele quente se arrepiar com o toque. Desvendei cada centímetro de sua barriga lisa até alcançar o cós da calça. Ele estremeceu.
- Carla – murmurou numa voz gutural contra minha pele.
Eu me senti viva, livre, dolorida, faminta, quando suas mãos percorreram a lateral de meu corpo,
contornaram meu quadril, e acariciaram minha coxa. Sua língua passou a saborear a pele de meu pescoço, injetando fogo em minhas veias. Continuou descendo até encontrar o obstáculo de minha blusa. Delicadamente ele transpôs o tecido com dedos imperioso, porém carinhosos, abaixando-o e expondo meu sutiã, e em seguida alcançou a carne macia que ele abrigava. Seus lábios exploraram e se fecharam em torno da pele sensível de um mamilo, já entrumecido, me lançando num vertiginoso redemoinho de prazer.À beira do abismo outra vez.
Gemi e ele comprimiu o quadril de encontro ao meu, deixando um som rouco e primitivo escapar do fundo da garganta. Enrosquei os dedos em seus cabelos selvagemente, arqueando o corpo de encontro à sua boca, num desespero lascivo que chegava a doer em meu íntimo.
Num ritmo frenético, tanto Arthur quanto eu nos dedicamos aos botões e zíperes de nossas calças, meio atrapalhados, pois continuávamos aos beijos, apertões e arranhões, sôfregos como animais... como amantes.
Então a campainha tocou.
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Procura-se um marido-Carthur (Finalizada )
General FictionSinopse: Carla Carolina Moreira Diaz sabia como curtir a vida,ela já havia viajado o mundo todo.Ela é mimada e inconsequente,ama uma balada e é louca pelo seu avô,Um rico empresário de grandes posses e de quebra a única família da garota. Como o seu...